27. A despedida

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AGOSTO DE 1833,

"FIQUE COMIGO."

Exatos vinte dias depois, Simon estava no seu jantar de despedida para a sua mudança para os Estados Unidos da América, que, apesar de ainda ser conhecido e chamado por muitos como colônia inglesa, já tinha declarado sua independência há quase meio século. A Universidade de Pensilvânia foi uma das primeiras a ter uma escola de Medicina e era para lá que Simon ia.

Ele repetia para si mesmo que aquilo era o melhor para ele e também para Sarah. Sua família estava dividida entre felizes por ele e aqueles que estavam ressentidos pela sua partida, sua mãe e sua irmã inclusas no segundo grupo, mas Simon sabia que estava fazendo a coisa certa, se ele continuasse ali, não iria conseguir terminar seus estudos, suas notas iniciais tinham sido insatisfatórias para ele e Simon valorizava muito o dinheiro que seu pai estava gastando com seus estudos para continuar levando as coisas como estavam.

A situação entre ele e Sarah não era das melhores, os dois só conversavam o estritamente necessário e Simon tinha até passado a dormir em outro quarto. Ele a amava, ardentemente, mas Simon tinha tomado a decisão e não havia volta. Apesar de amar Sarah, seu amor por si mesmo e pelos seus princípios era maior do que qualquer coisa e ele tinha seus motivos para escolher, como ele vinha dizendo para todos, a sua formação naquele momento.

Simon não podia falhar outra vez. E ele não iria falhar.

Sorrisos e conversas amistosas foram o prato chefe de Simon naquele jantar, distribuídos para cada um da sua família e da família de Sarah, que lotavam a sala de jantares formais do Palacete Real, mas, por dentro, Simon estava ansioso e angustiado de afastar-se de cada um deles, principalmente de Beatrice, que parecia que nunca o perdoaria por fazer aquilo. Ela entenderia os motivos dele em um momento futuro, quando fosse mais velha e visse tudo com mais clareza, Bea veria que Simon não estava abandonando-a. Ele deixou Alice chorar no seu ombro e abraçou Joe, mesmo sabendo que ambos estariam no porto no dia seguinte e o processo se repetiria todo novamente, com mais lágrimas da mãe e conselhos do pai. Joe tinha se tornado um belo de um conselheiro sobre responsabilidades para uma pessoa que era tida como um devasso. 

Sarah, o sexo é o poder da mulher em um casamento, as palavras de May se repetiam na mente de Sarah conforme ela e Simon desciam da carruagem na porta de casa

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Sarah, o sexo é o poder da mulher em um casamento, as palavras de May se repetiam na mente de Sarah conforme ela e Simon desciam da carruagem na porta de casa.

Ela tinha tentado de tudo nos últimos vinte dias para convencer seu marido a não ir embora daquela forma, dissera para ele diversas vezes que o amava e tentara conhecer mais sobre Simon, permitir que ele a conhecesse, mas nada surtia efeito. As palavras de May a assombravam e faziam Sarah ter ideias. Ela ainda não tinha tentado aquilo e talvez pudesse dar certo, mas Sarah só tinha aquela última noite para dar a sua cartada final e tentar fazer Simon ficar com ela, mas ele a tinha deixado sozinha na cama dele quando Sarah tentou ir até o quarto do marido durante a noite. Ela não tinha a intenção de seduzi-lo, queria apenas passar a noite com Simon, mas ele fora frio, como vinha sendo recentemente, e saíra da cama logo depois, passando a noite no sofá. Aquilo não aconteceria naquele dia.

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