Capítulo 20. Ameaças

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Phillip me levou para o banheiro e eu só conseguia pensar que ele ia aplicar um sedativo em mim ali dentro. Eu não sabia como ele ia conseguir sair do hospital comigo, mas eu achava que ele já tinha um plano.

Porém, não foi isso o que aconteceu.

Ele fechou a porta e me soltou, virando-me para ele e me empurrando contra a porta, imprensando o seu corpo no meu.

— Me solta! – gritei, na esperança de alguém passando no corredor me ouvir. – Socorro!

Phillip tapou a minha boca novamente, colando mais o seu corpo em mim.

— Para! Fica quieta! Calada. Ninguém vai te ouvir aqui. Eu apenas quero que você me responda o que eu vou te perguntar. – Ele me olhava fixamente e eu parei de tentar me soltar dele. Aquilo estava parecendo como no provador da loja em Miami. Phillip parecia apenas querer me dar um recado. – Você me denunciou? – Ele perguntou e os meus músculos se tensionaram. – Me responda – exigiu e eu não ia dizer que sim, eu sabia muito bem que ele não ia gostar disso. Eu balancei a cabeça, negando. – Não fez mesmo isso? – perguntou e eu continuei negando. – É bom que esteja me falando a verdade, Melanie, porque você sabe o quanto eu detesto que minta para mim e de ser enganado. Não sabe? – perguntou e eu assenti. – Eu espero mesmo que você não tenha feito isso, e é melhor que não faça. Nem sequer pense nisso. – Ele disse intimidador e eu gelei. – Só para deixar claro, escuta bem o que eu vou te dizer. Se você me denunciar, o que aconteceu com o Chris, vai acontecer pior com o Nick. – Ele falou com determinação. Ele não estava blefando. Ele faria mesmo algo com ele. Eu olhei para ele, paralisada, e um pavor me invadiu. Quando ele soubesse da denúncia, e que eu menti, ele ficaria ensandecido. Ele me atacaria com força total. – Você não vai querer que nada aconteça com ele, não é? O cara que você ama – falou entre dentes, com o maxilar cerrado carregado de raiva. Eu murmurei o seu nome, com os meus olhos enchendo de lágrima e balancei a cabeça. – Vamos ter outra conversinha. Eu vou te soltar, mas eu acho bom você não fazer nada e nem gritar.

Eu acenei novamente e então ele tirou a sua mão da minha boca, afastando-se ligeiramente de mim.

Eu respirei fundo, procurando me acalmar. Olhei rapidamente para a pia do banheiro e ali estavam apenas as lentes castanhas. Não havia sinal algum de sedativo. Ele não ia me levar com ele dali, ele não tinha como sair daquele hospital comigo. As saídas já deviam estar sendo vigiadas a essa altura.

Somente o que me restava, era tentar convencê-lo de parar com tudo aquilo. Eu tinha que tentar fazer com que ele desistisse daquela loucura e me deixasse em paz. Eu tentaria fazer a cabeça dele, da mesma forma que Sylvia fez.

— Phillip... para com isso. Não faz isso.

— Eu não vou fazer nada, se você não me denunciar.

— Não estou falando disso... Estou falando disso tudo. Para! Esse não é você! – Eu falei, olhando-o nos olhos. Mas ele parecia irredutível. Phillip riu, balançando a cabeça. – Você não é assim, Phillip! Eu te conheço, por favor...

— Não... Você não me conhece mais. Aquele garoto que você conhecia, já não está mais aqui há muito tempo! E eu sei que você sabe disso –falou, apontando o dedo para mim. – Eu não sou mais aquele garoto idiota, Melanie!

— Você não era idiota.

— Era, sim. Tão legal, tão bonzinho, sendo gentil com as pessoas e, para quê? Hein? Para quê, se nada dava certo para mim?! Mas eu mudei. Agora eu consigo tudo o que eu quero! E eu vou conseguir ter você de novo. Você sabe disso, não sabe? Você pode até não querer... mas vai ser minha. Aliás, vai não, você já é minha!

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora