Capítulo 19. Cedars-Sinai

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Acordei no meio da noite, sem motivo aparente, mas eu sabia que tinha um.

Ansiedade.

O efeito do calmante, provavelmente, havia passado e eu não conseguiria dormir novamente sem tomar outro, mas eu não queria fazer isso.

Nick estava dormindo na minha frente, virado para o outro lado. Virei o rosto para trás e Dylan também estava dormindo ali, como na noite anterior.

O apartamento de Matt possuía três quartos. Um, obviamente era o dele, os outros dois eram quartos destinados para hóspedes, amigos e para Amanda, é claro. O quarto que eu estava, ela usava de vez em quando. Mesmo com o outro quarto disponível, Dylan preferia ficar ali comigo. Sebastian, então, estava dormindo naquele quarto.

Tentei voltar a dormir, mas eu não conseguia parar de pensar nos acontecimentos recentes, na denúncia que fiz e na visita que faria para Chris no hospital.

Decidi me levantar e fazer um chá para me acalmar.

Saí do quarto e desci os degraus, indo para a cozinha. Procurei pela caixa de chá de camomila e, ao encontrar, percebi que era a que estava em minha casa. Eu não sabia dizer quem tinha lembrado de pegar, mas achei muito atencioso. Fervi a água e coloquei em uma caneca com o sachê.

Durante aquele tempo, ninguém apareceu. Eu esperava que o Matt estivesse acordado e poderia me fazer companhia, conversar sobre outros assuntos e me distrair. Mas a sua ausência naquela madrugada, me fez pensar que ele estaria em seu quarto, eu só não sabia se ele estava dormindo ou acordado. Eu não ia descobrir.

Peguei a caneca de chá e saí da cozinha, indo em direção à escada, mas ao pisar no primeiro degrau, ouvi um som vindo no final do corredor e fui sendo guiada pelo som até chegar a uma porta. Dei leves batidas nela, mas não obtive resposta alguma, mesmo assim, eu a abri.

O som logo ficou mais alto e então eu vi Matt de costas, sem camisa e tocando guitarra. Eu me surpreendi e fiquei observando-o.

Ele estava tão concentrado, mexendo a cabeça e movendo as suas mãos tão rapidamente no instrumento, tirando notas rápidas e intensas, que nem percebeu a minha presença. Os seus músculos estavam tão contraídos, pela força e agilidade em tocar a guitarra, que seria possível estudar cada um deles.

Em uma nota aguda, ele se virou e os seus olhos estavam fechados. Ele estava realmente sentindo a música que estava tocando e ele tocava maravilhosamente bem. Mas não sei porque, eu achei isso engraçado.

Matt então abriu os olhos e tomou um susto, fazendo com que ele errasse a nota seguinte. Eu segurei um riso.

— Oh! Oi! – Ele disse e eu acenei com a cabeça. – Está aí a muito tempo? – Ele quis saber, contraindo um lado do rosto.

Eu balancei a cabeça que não.

— Não muito, mas o suficiente para apreciar a música – respondi e ele contraiu os lábios. Eu ri. – Desculpa ter te interrompido e feito você errar. Eu bati na porta, mas...

— Não, não se preocupe. Eu estava apenas... tocando.

— É, eu percebi.

— O som te acordou?

— Oh, não! – respondi rapidamente e ergui a caneca. – Eu fui fazer um chá.

— Camomila. – Ele disse e eu assenti. – Dia cheio, né?

Eu assenti.

— Lotado.

— E não preferiu um vinho dessa vez? – Ele sorriu e eu ri de leve.

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora