Capítulo 13. Surtei

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Eu estava errada. Eu achava que Phillip esperaria mais alguns dias para fazer alguma coisa. Eu achava que ele esperaria ficarmos relaxados para atacar, mas ele não estava mais com paciência de esperar.

O que eu não esperava, de forma alguma, é que ele faria aquilo.

Eu estava em choque, completamente paralisada, olhando para o porta-retratos na minha mão.

Todos os objetos naquela caixa, eu achava que não existiam mais, porém eles estavam ali, bem na minha frente.

Eu estava perplexa que ele possuía todas aquelas coisas. E se eu tinha certeza de que Phillip sabia que eu estava naquele prédio, no apartamento do Matt, aquela caixa era a prova disso. Ele sabia que eu estava ali, e já sabia o nome do Matt. Mais do que isso, eu pensava que agora ele já sabia até o número do apartamento.

Matt, Sebastian e Nick estavam aturdidos e intrigados sobre aquela caixa e romperam em agitação, querendo saber quem era o entregador e já pensando em me tirarem dali. Eles agora tinham a certeza do que eu dissera sobre Phillip saber que eu estava ali.

— Quem entregou isso, Amanda? – perguntou Nick nervoso, se virando para ela.

— Eu não sei. A caixa já estava na portaria quando eu cheguei. – Ela respondeu, um tanto quanto pasmada pela agitação deles. Ela não fazia ideia do que estava acontecendo. – Mas tinha um rapaz saindo do prédio quando eu entrei. Ele tinha o cabelo preto e os olhos castanhos, mais ou menos da minha altura.

— Esse não era ele.

— É óbvio que ele mandou um entregador. Ele não é maluco de aparecer aqui. – Dylan falou, irritado.

— O que está acontecendo? Por que toda essa agitação?! Quem é esse Phillip?! – Amanda quis saber e Nick se virou agitado, sem responder. Ela olhou para os outros na sala e parou o olhar no irmão.

— Ele é um ex-namorado da Mel – respondeu ele, deixando o coelho em cima da mesa de centro, ao lado da caixa.

Há oito anos que eu não via aquele coelho, e apesar de ter sido o Phillip a ganhar aquela pelúcia, em uma barraca de tiro ao alvo, eu o adorava, por isso eu tinha demorado tanto a me livrar das coisas que ele tinha me dado e que me faziam me lembrar dele. Eu adorava todos os presentes que ele me deu um dia, mas eu não queria nem tocar naquele coelho, ou nos outros objetos, pois era como se ele fosse parte de Phillip.

Era tóxico.

O perfume dele ainda estava no ar e eu voltei a olhar para dentro da caixa. Avistei um pano preto e eu sabia muito bem o que era. Era a minha camisa do Nirvana, customizada por mim.

Eu tinha comprado aquela camisa antes de a gente começar a namorar, e eu tinha comprado uma igual para ele e dado a ele de presente, mas a minha, eu coloquei tachinhas douradas nos ombros.

A gente adorava usar a camisa juntos, fazendo o par. É claro que depois de tudo, eu tive que jogar fora.

Enfiei a mão dentro da caixa e retirei a camisa. Levei-a para o meu nariz e aspirei, sentindo o cheiro que estava nela. Era ali que estava o perfume dele.

Mais uma vez, um arrepio subiu pelas minhas costas e os meus músculos se contraíram, tensa.

Olhei novamente para o porta-retratos, olhando especificamente para ele, que estava sorridente, como todo mundo na foto. Ele estava muito diferente do que se tornou. Ele nunca mais foi, e nunca mais seria, daquele jeito de novo.

— Você está bem? – Nick perguntou e eu assenti, ainda olhando para a foto.

— Mas gente, para que isso?! – Amanda indagou, indiferente. – Quem nunca terminou um relacionamento e teve as suas coisas devolvidas?

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora