Capítulo 47. Reprovada

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Apesar das minhas suspeitas, das minhas intuições, de sentir aquela angústia quando algo ruim vai acontecer, eu não gostava de estar certa, principalmente naquela situação. Mesmo desconfiando de Samuel, que revelou se chamar Derek, eu não estava preparada para o momento em que ele agiria, isso era imprevisível. O pior era que eu tinha facilitado aquilo, ao pedir que ele me acompanhasse na praia.

Nós estávamos sozinhos. Nick e Sebastian estavam tranquilos e nem suspeitariam de nada, quando eles se dessem conta da demora em voltarmos, já seria tarde. Como se apenas isso não bastasse, eu não estava com o celular pré-pago e não conseguiria falar com Dylan, como havíamos combinado.

Eu estava completamente sem saída. Ele me levaria para Phillip e ninguém saberia para onde.

Tudo isso se passava na minha cabeça, enquanto Samuel, ou melhor dizendo, Derek, me segurava firmemente, com a sua mão tapando a minha boca para que eu não gritasse, mas, mesmo assim, eu fiz isso, saindo um grito abafado. Como não havia ninguém ali para me socorrer, eu tinha que tentar me livrar dele.

Derek me arrastava pela areia, enquanto eu fazia força para puxar a sua mão em minha boca e me debatia, além de fincar os pés para impedi-lo de me levar. Porém, isso era inútil. Derek era muito mais forte e, na última vez que travei os pés na areia, ele me ergueu do chão. No entanto, naquele mesmo instante, ele começou a perder o equilíbrio, não por eu ainda tentar me soltar dele, mas, sim, porque Pandora mordeu a sua perna e puxava a sua calça.

— Solta, Pandora! Solta! – Ele exclamou, puxando a perna.

Eu aproveitei o seu desequilíbrio para impulsioná-lo para trás, na tentativa de fazê-lo cair, e foi exatamente isso o que aconteceu.

Derek caiu de costas na areia, me levando com ele e eu rolei para o lado. Assim que a sua mão liberou a minha boca, eu gritei. Tentei me levantar, mas ele ainda estava me segurando e me puxou novamente, enquanto ainda tentava livrar a bainha da calça da boca de Pandora.

Finquei a minha mão livre na areia e joguei um punhado dela no rosto dele que, imediatamente, fechou os olhos.

— Merda! – exclamou ele, levando a mão ao rosto.

Eu aproveitei para me soltar dele e me levantar, mas eu não consegui dar nem dois passos. Ele agarrou o meu tornozelo e eu caí de joelhos. Naquele mesmo instante, eu vi Sebastian caminhando em nossa direção.

— Sebastian!! – gritei e ele apressou o passo.

Na sacada da casa, eu vi Nick aparecer e sair correndo de lá.

Eu respirei aliviada, eles tinham chegado a tempo.

— Samuel, para! – Sebastian exclamou. – Pode parar!

Ele soltou o meu tornozelo e eu me levantei rapidamente, correndo até Sebastian, sem olhar para trás.

— Eu falei! Eu estava certa! – exclamei, nervosa, chegando até ele que me segurou com firmeza. – Eu disse que ele era infiltrado do Phillip! Ele queria me levar! – falei, apontando para trás.

— Mel, calma. Está tudo bem, o Samuel...

— Ele não se chama Samuel! O nome dele é Derek! Ele me contou tudo! Ele admitiu!

— Eu sei! – Sebastian exclamou. – Isso foi ideia minha!

— O quê?! – Eu me afastei ligeiramente dele, confusa.

— Isso foi um teste, Melanie! – Ele falou e eu franzi ainda mais o cenho, respirando ofegante. – Eu pedi para Samuel fazer isso.

Eu me afastei ainda mais dele, soltando os seus braços de mim, sem entender absolutamente nada.

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora