Capítulo 6. Para Sempre

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Eu não conseguia respirar.

Phillip estava apertando o meu pescoço com tanta força que eu sentia estar sendo esmagado. E ele estava me apertando apenas com uma mão!

A expressão em seu rosto e o seu olhar para mim eram de puro ódio.

Eu estava em pânico, segurando em seu braço com as duas mãos, tentando desesperadamente soltar a sua mão do meu pescoço. Porém era inútil, o seu braço estava rígido e eu não tinha força suficiente nem para falar, quanto mais para fazer ele me soltar.

A minha visão estava ficando turva e eu estava apavorada. Se eu não fizesse Phillip me soltar, ele continuaria apertando o meu pescoço até eu perder a consciência, ou pior, me matar.

Eu não podia deixar isso acontecer, eu precisava resistir, eu precisava me soltar dele.

— Phi... llip. – A minha voz saiu quase inaudível e ele não cedeu.

Eu já havia passado por situações de agressão dele, nenhuma como aquela, porém havia algo em comum em todas elas: sempre que eu, ou outra pessoa dizia que ele estava me machucando, ele me soltava. Phillip sempre ficava nervoso quando eu me machucava. Foi assim quando eu bati a cabeça na parede do quarto e no acidente de carro. Phillip não queria me machucar, ele sempre ficava transtornado quando algo me acontecia. Ele tinha medo de me perder. Por diversas vezes ele disse que se eu morresse, ele morreria junto. Ele me queria para ele, mas me queria viva. Ele surtaria se algo de grave acontecesse comigo.

Lutando contra a falta de oxigênio que já me atingia, eu reuni as minhas últimas forças e estiquei uma das minhas mãos para o seu ombro, tentando empurrá-lo.

Ele nem se mexeu.

— Phillip... eu não consigo... respirar – falei e o esforço fez com que eu sentisse mais ainda a falta de oxigênio. Eu parecia estar me afogando novamente. – Phillip, você está... me machucando – disse e então eu vi o seu rosto mudar. – Está me machucando! Eu não consigo respirar! – repeti, a minha voz saindo quase como um sussurro.

Aquela era a minha última tentativa, pois eu estava sentindo que ia perder a consciência.

Porém, isso não chegou a acontecer, porque ele relaxou a mão e eu puxei o ar com toda força, quando a sua mão soltou o meu pescoço. Logo em seguida, eu comecei a tossir, sentindo as minhas pernas perderem as forças. Se ele não estivesse ainda na minha frente, com o seu corpo colado ao meu, eu teria caído.

— Mel... – Ele disse aflito, tocando em meu rosto.

Eu ainda tossia e respirava fundo, sentindo o ar entrar e recuperar a visão.

De repente, Phillip se afastou ligeiramente e soltou um grito, dando um soco na parede. Eu virei o rosto para o outro lado, fechando os olhos assustada. Ele deu vários socos, até a madeira da parede se quebrar e formar um buraco. Ele então parou, virando-se de costas para mim e levando as mãos à cabeça, soltando outro grito de raiva. Olhei para ele e vi que os nós dos dedos da sua mão estavam vermelhos, machucados, mas ele parecia nem sentir.

Eu fiquei espantada.

Em seguida, ele se virou novamente para mim, me olhando com raiva.

— Por que, Mel? – Ele perguntou entre dentes. – Por que você o ama? Por que você conseguiu amá-lo em tão pouco tempo e nunca conseguiu me amar? Nós nos conhecemos desde que éramos crianças! Nós namoramos por muito mais tempo do que o tempo que vocês estão juntos! E você nunca me amou! Por quê? O que ele fez que eu nunca te fiz?

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora