Capítulo 42. Acabaram os Lírios

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É estranho como o tempo é relativo para cada situação. Quando se está atrasado, por exemplo, os minutos se passam como se fossem segundos, mas quando você não está com pressa, os minutos se arrastam. Isso também acontece quando você está em uma situação parecida com a minha. Aqueles dez minutos se passaram de modo lento, fazendo o meu estômago revirar a cada movimento do ponteiro do relógio.

Mesmo tendo tomado um calmante, eu ainda estava tensa, aflita, esperando outra ligação de Phillip, e eu sabia que ele não me ligaria para me parabenizar por ter o enganado, por não ter ido ao seu encontro. Eu tinha certeza de que Phillip faria eu me arrepender disso.

Quando completou uma hora da sua ligação, eu saí da sala de Miranda e estava sentada na cadeira da minha mesa, olhando fixamente para o telefone, esperando o mesmo tocar.

No entanto, cinco minutos haviam se passado e nada.

— Isso é inútil. Ele não vai me ligar mais. – Eu falei, virando o rosto para Samuel, que estava em pé ao meu lado.

Ele, Addy e Ana eram os únicos ali comigo. Miranda havia colocado todo mundo para trabalhar e estavam todos ocupados.

— Ele ainda pode estar esperando você aparecer. – Addy falou. – Ele sabe que seria impossível você chegar lá em uma hora.

— Vamos esperar mais um pouco, antes de pensar em sair daqui. – Samuel disse e eu suspirei, tensa.

— Não importa quanto tempo mais a gente espere – falei, voltando o olhar para o telefone. – Eu sei que ele não vai ligar. Phillip não vai me dar mais avisos ou me fazer ameaças. Ele faz isso apenas uma ou duas vezes. Ele deu o primeiro aviso no hospital, e o segundo foi essa ameaça a Nick. Ele tentou me ter por bem, agora ele vai tentar por mal. Ele vai atacar e não saberemos quando e como.

— E nós vamos ficar em alerta o tempo inteiro e nos preparar para isso. Eu não passei pelo Afeganistão e Iraque para ser derrotado aqui por ele. – Samuel disse incisivo.

— O problema é que nesses lugares você lidou com outro tipo de terrorista. – Addy comentou.

— Eu preciso me acalmar. Eu vou fazer um chá de camomila. – Eu fiz menção de me levantar, mas Samuel pôs a mão em meu ombro.

— Você precisa ficar aqui para atender o telefone.

— Sam... Se eu não tomar esse chá, eu vou ter um colapso nervoso.

— Eu vou. Eu faço o chá. – Addy se virou e saiu em direção ao balcão que ficava a cafeteira.

— Nick e Sebastian já estão em casa? – perguntei a Sam, sem olhar para ele, mas eu percebi ele assentir.

— Quando eu falei com Sebastian, eles estavam chegando.

Ficamos por três minutos em silêncio, esperando o telefone tocar, o que não aconteceu.

— Ele não vai ligar.

— Ele tem um plano B.

— E ele não vai me dizer qual é. – Eu olhei para Sam que suspirou e em seguida, ele tirou o celular do bolso. – O que está fazendo?

— Mandando uma mensagem para Sebastian. Ele precisa ficar atento.

Digitou no celular e, um minuto depois, ele disse:

— Nick está pedindo novamente que eu leve você para casa.

— Nós vamos ficar.

— Senhorita...

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora