Capítulo 34. Liberdade

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Eu olhei para trás, pensando em chamar alguém, porém não foi preciso, Samuel estava passando pela porta e eu o vi franzir o cenho ao me ver. Sabendo que ele me seguiria, voltei a olhar para a escada. Pandora já estava na metade.

"Vamos, Mel, você consegue." – pensei, pondo um pé no degrau.

— Senhorita? – Samuel me chamou, um tanto quanto intrigado. Eu respirei fundo e olhei novamente Pandora descendo rapidamente os degraus. Eu só conseguia pensar que, se eu não fosse atrás dela, ela se perderia. Criei coragem e pus o outro pé no outro degrau e continuei. – Senhorita? – Eu ouvi Samuel gritar, quando eu comecei a descer os degraus com rapidez, sem olhar para trás.

Ao chegar à praia, corri atrás de Pandora, chamando por ela que corria pela areia em uma velocidade surpreendente. Ela estava muito rápida e eu não conseguiria alcançá-la.

De repente, ela fez uma curva e voltou. Eu parei de correr e, quando ela passou por mim, tentei segurá-la, mas ela passou que nem foguete.

— Pandora! – exclamei, virando-me para olhar para onde ela ia.

Avistei Samuel correndo pela areia e, na escada, todos que estavam na casa desciam com rapidez. Com certeza, eles tinham ouvido Samuel gritar por mim.

Voltei a olhar Pandora, que fez mais uma curva e voltou correndo, passando por mim. Em seguida, ela ficou correndo em círculos e ziguezagueando, então, eu entendi.

Ela estava sentindo-se livre.

Eu não sabia a história dela, como ela tinha ido parar no abrigo, mas, parecia que ela tinha ficado presa por tempo demais. Ela nunca tinha sentido a sensação de liberdade.

Naquele momento, Pandora me fez pensar em mim mesma. Eu sabia muito bem como era a sensação da liberdade depois de passar um tempo presa, sem poder sair de casa e fazer o que queria.

Pandora correu até a água, com a língua para fora e eu ri, vendo-a brincar com as ondas.

Ela estava feliz.

— Senhorita. – Samuel se aproximou de mim e eu olhei para ele. – Está tudo bem?

— Está. Foi apenas Pandora que conseguiu abrir a porta e desceu – respondi e ele assentiu sério.

— Da próxima vez, não saia sem avisar. Não saia de perto de mim, sem me avisar. Entendido? – Ele disse e eu assenti.

Samuel saiu de perto de mim e eu continuei olhando para ele. Nick passou por ele, que o informou o que houve, e então se aproximou de mim.

— Temos uma cachorra fujona? – Nick perguntou e riu. Eu não respondi. – Ei, o que foi? Você está bem?

— Eu não gosto dele.

— Dele quem? – Ele olhou para trás e logo voltou a olhar para mim. – Do Samuel? – perguntou e eu assenti. – Por quê?

— Ele é um chato! Parece uma pedra de gelo. É sério demais.

— Mel... – Nick riu. – Ele está apenas fazendo o trabalho dele.

— Ele parece um agente do FBI. – Virei o rosto para frente e ouvi Nick rir mais uma vez. – E ainda me disse para da próxima vez, eu não sair de perto dele sem avisar.

— E ele está certo. Não é para sair sem avisar.

— Eu não avisei, mas eu sabia que ele ia me seguir.

— Mesmo assim, é para avisar.

— Saco! Detesto ser vigiada.

— Mel, ele está aqui para a sua segurança.

Agora Tenho V🌸cê! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora