In Love with you | Juke

Capítulo 3

Julie's PoV

Querido diário,

Se passaram três dias desde que eu entrei na Los Feliz. Não consegui entrar na turma de música, mas consegui entrar na de dança e na de teatro. Os alunos podem entrar em até três turmas. Com exceção dos jogadores do time de lacrosse, que tem que ter dedicação integral ao esporte, pelo que a Flynn me contou.

Também nos aproximamos bastante. Ela é uma pessoa bem legal. Poderia ser super popular se quisesse, mas segundo ela, ela prefere ir contra o sistema.

Guardei o lenço que o Luke me deu. No primeiro dia, quando eu voltei pra casa, fiquei deitada por um longo tempo olhando pra ele. Tinha o cheiro do Luke nele. O guardei na minha caixinha de pensamentos, mas isso não me impediu de pensar em Luke e na nossa curta conversa. Nem meu pai de perceber.

Flashback on

—Então mi hija, como foi seu primeiro dia de aula? Fez algum amigo?

— Fiz!– digo sorrindo– O nome dela é Flynn! Aquela menina que veio me deixar em casa!– digo a ele que sorri, assentindo.

— E entrou na turma de música?

Suspiro. E me lembro do Luke me consolando. E sorrio.

— Não!– digo sorrindo e suspirando.

— E tá sorrindo por que?– Carlos pergunta.

— Conheceu alguém já no primeiro dia, mi hija?– papai pergunta.

— Não! Claro que não! Só...tô feliz pois vou tentar de novo!– digo.

— Ah, sim!– meu pai diz.– Mi hija, eu sei o quanto a morte da sua mãe mexeu com você e sua vontade de cantar, mas não deixe isso esconder a garota maravilhosa que eu sei que você é!

— Obrigada Papá!– digo a ele e sorrio, então voltamos a comer.

Flashback off

Ah alguns dias, encontrei com o Luke de novo pelos corredores da escola. E como eu esperava, ele nem se lembrou de mim e nem que havia me dado um lenço que hoje habitava minha caixinha de pensamentos.

Era em um corredor, estreito. Eu já estava atrasada pra aula de laboratório, que seria no segundo andar e ele estava descendo as escadas pra ir a algum lugar. Nossos olhares se cruzaram e, tentando dar passagem um pro outro, acabamos indo pro mesmo lado, duas vezes. Eu sorri e ele também. E ele acabou me dando passagem, como qualquer pessoa educada e com senso faria. E fiquei ali olhando ele se afastar, sem olhar pra trás enquanto seguia seu caminho. E eu fiz o mesmo.

Sou tirada dos meus pensamentos e da minha escrita pela chegada nada discreta de Flynn ao meu lado.

— Bom dia fracassada!– ela diz pra mim.

— Bom dia decepção!– digo sorrindo e guardando o diário e fechando ele. Ele anda sempre comigo e tenho a chave no pescoço e não a tiro por nada. Foi o último presente que ganhei da mamãe antes dela falecer. Desde então, anoto tudo nele.

Eu e Flynn vamos pra escola no ônibus escolar. O irmão dela tem um carro, mas ela prefere ir de ônibus porque não quer que a imagem dela seja associada a ele, pois sabe que a maioria das pessoas só vai querer se aproximar dela só por causa do seu irmão ou do seu cunhado e os amigos dele. E ela quer conquistar amizades por conta própria, o que achei incrível.