Capítulo 6

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Julie's PoV

Acordo no outro dia. Ainda me lembro da discussão com meu pai no dia anterior. Percebo que fui uma criança mimada e egoísta e que, por mais que esteja doendo ainda, não sou apenas eu que estou quebrada com a morte da mamãe, mas ele também até mais que eu. E ele é meu pai, meu paizinho que eu amo e sempre vou amar. Decido ser madura e crescida o suficiente pra pedir desculpas a ele. Por sorte, quando eu desço, ele já está na cozinha, fazendo o café.

—Papá?– o chamo e ele se vira pra mim.

— Sim, mi hija?– ele pergunta se virando totalmente pra me olhar.

— Eu queria...– olho pra baixo, mas depois olho pra ele– Queria pedir desculpas ao senhor pela maneira como te tratei ontem. Não foi justo.

— Tudo bem, mi hija! Você é adolescente. Já tive a sua idade. A perda da sua mãe mexeu muito com todos nós e você, de todos é a que era mais próxima dela. Eu entendo a sua dor!

— Mas eu não entendi a sua, Papá e eu sinto tanto, tanto pelo que te falei! Tá difícil pra você também é eu sei que você quer o melhor pra mim e pro Carlos e...mesmo que eu não concorde sempre, vou aceitar o castigo.

— Sobre o castigo mi hija, eu acho que também peguei pesado com você! Às vezes tenho medo de não saber como agir com a sua tia. Ela sempre foi bem...rígida– rio pois era verdade. Tia Vic era sempre bem rígida quando o assunto era minha educação e a de Carlos, até porque ela não teve filhos e nos considerava os filhos que ela nuca teve. E ela e a mamãe ainda chegaram a ter algumas discussões sobre isso enquanto ainda morávamos em Porto Rico depois dela se mudar para os Estados Unidos.

— Então não to mais de castigo?– pergunto.

— Claro que está! Mas apenas até a prova na próxima semana. Depois eu vou confiar em você! E te liberar do castigo – ele diz pra mim e sorrio pra ele.

— Obrigada Papá, obrigada! Eu te amo! Você é o melhor pai do mundo!– digo e ele sorri. Eu ainda estava de castigo, mas era até a semana que vem e não até as férias que iam demorar muito pra chegar. Então começamos a comer e conversar.

— Mi hija, e a turma de música?– papai pergunta.

— Não sei se ainda tenho chance. As audições terminam daqui dois dias e ainda não me sinto preparada!– digo.

— Meu amor, não quero te pressionar, porque sei que você ficou muito abalada com a morte da Rose mas...acho que a sua mãe não iria ficar feliz de te ver desistindo do que vocês duas mais amam na vida por causa dela. Se quer honrar a memória dela, de verdade, volte a cantar! É o que ela queria que você fizesse!

— Eu sei Papá! Mas ainda é difícil pra mim voltar a cantar e você sabe disso!

— Eu sei meu amor! Tudo no seu tempo!– ele diz e me abraça. Então vejo que já é hora de ir pra escola, pois o ônibus já está chegando pra me pegar.

— Vou indo Papá!– digo pegando minha mochila e dando um beijo em sua bochecha.

— Vá com Deus mi hija!– ele diz sorrindo pra mim e abro a porta, saindo no exato momento que o ônibus para na parada em frente à minha casa e entro nele, cumprimentando o motorista e me sentando no lugar de sempre. Logo depois, Flynn chega e senta ao meu lado.

— Bom dia fracassada!– ela diz pra mim.

— Bom dia decepção!– digo pra ela.

— E aí? Tá tudo bem?– ela pergunta pra mim e assinto.

— Tudo! Briguei com meu pai ontem porque ele me pôs de castigo mas agora estamos bem de novo!– digo.

— Que bom!– ela diz sorrindo– Talvez seu dia fique ainda melhor.

In Love with you | JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora