V i n t e - t r ê s

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[Nome]

Como ? - eu não devo ter ouvido direito.

— É isso mesmo [Nome], é injusto da minha parte, você correr risco sendo que a gente não passa de uma transa casual. - seguro as lágrimas.

— Você só está falando isso porque está se sentindo culpado pelo que aconteceu. - respiro fundo - Não foi culpa sua.

— Porra claro que estou me sentindo culpado. - ele se levanta - olha pra você. Está toda machucada e está viva por sorte.

— Mais não foi culpa sua. - repito.

— Foi [Nome]! - ele coloca a mão no bolso - eu pensei esses quatro dias e eu me sentir culpado, porque eu nunca gostei de você. - ele me olha - você foi uma distração e uma aventura, você é gostosa é normal querer várias vezes. Mais acabou.

E ele sai do quarto, e me deixa lá, piscando várias vezes e não acreditando no que acabou de acontecer, ele termino comigo, eu sei que isso não passa de desculpas, mais termina comigo ajudaria no que ?

Me levanto dessa porra dessa cama, fiquei deitada por quatro dias, não quero ficar mais tempo, tiro as agulhas do meu braço, e solto um grunhido de dor, a tala, essa maldita tala, quando eu chegar em casa vou arrancar isso.

Eu estava nervosa, com raiva, porque o Mikey é um covarde, quando me olho no espelho pelo quarto, sinto vontade de chorar, meu rosto está machucado e minha boca toda cortada, tiro a roupa do hospital e vejo os hematomas na barriga e nas costas. Monstros.

Quando eu estava tentando pegar umas das roupas que tinha ali minha, Hina deve ter trazido quando soube que vim pro hospital, peguei um vestido e vesti, coloquei a mochila nas costas e sai de fininho do quarto.

Quando o taxi me deixou na frente na minha casa, meu portão estava entre aberto, eu gelei na hora com a possiblidade de ele estar aqui, mais entro mesmo assim, minha porta estava fechada porém destrancada, quando eu entrei não tinha ninguém, minha casa estava vazia, mais o perfume do Mikey estava no ar.

Quando chego na bancada, minha bolsa e meu celular estavam ali e .. o colar do Mikey igual o meu. Então me permito a me derramar, mexo na minha mala pois ainda não tive tempo de colocar no lugar, queria uma roupa confortável, queria tomar um banho e deitar. Achei uma camiseta do Mikey, e estava com o seu cheiro ainda, cheiro ela e as lembranças vem na minha mente. Que porra Mikey.

Arranco essa tala na base do ódio, deveria estar com isso antes pra bater na cabeça daquele quatro olhos maldito. Tiro minha roupa e entro no chuveiro, a água caindo, quentinha, me sento no chão e começo a chorar, que porra Mikey, que porra [Nome], você não deveria ter se metido com ele, não deveria ter me apaixonado.

Quando saio do banho, coloco minha camiseta, ou melhor a camiseta dele, vou no armário, lembrei que não fiz mercado, mais sorri quando abri e vi algumas coisas.. os salgadinho preferidos do Mikey.. abro um e me deito na cama, tem mensagem das meninas perguntando aonde eu estava, se eu fui sequestrada de novo. Única coisa que respondo foi ''estou bem! Mais preciso ficar sozinha'. Vejo o Mikey online, penso em mandar algo nem que seja o xingando, mais não, se ele falou que não me quer .. me levanto e vou até o espelho, e tiro o colar, coloco junto com o dele, dentro de uma caixinha.

Já tinha passado uma semana, eu não falei com ele, não vi ele, evitei Hina e Emma a todo o custo, não queria, mais eu estava machucada e não queria falar sobre isso. Única coisa que eu fazia ela ouvir Olívia Rodrigo e comer sorvete, e chorar quando lembrava do sorvete porque me lembrava o Mikey.

Eu estava trabalhando todo os dias na livraria, parei de ir na boate, depois que fui sequestrada não quero arriscar, estou só na livraria, e é minha distração, trabalho, leio meu livro.

Quando o sino da porta toca, tirando minha atenção do livro, o rapaz vindo em minha direção, Boné preto e óculos, estava de calça de moletom e uma jaqueta jeans.

— Bom dia. - falo sorrindo e ele sorri fraco.

— Oi - a voz dele não me é estranha - vim procurar um livro.. que aborda temas de terror, sangue .. - ele sorri.

— Ok. - falo rindo. - vou te mostrar.

Quando levo ele até a parte aonde tem livros de histórias de terror, ele agradece e começa a pegar alguns lendo a sinopse, deixo ele sozinho e volto pro caixa, quando vejo que tem uma mensagem do meu chefe avisando que iria passar aqui daqui a pouco para conversa sobre negócios, fico curiosa, digo que sim.

— Achei. - ele me deu o livro 'Horror noite: A representação negra no cinema de terror.

— Então o senhor gosta dessas coisas meia macabra. - falo pegando o dinheiro do livro.

— E pelo que vejo do seu livro você gosta de romance. - ele fala apontando pro meu livro.

— É.. nos livros eu gosto. - lembro do Mikey

— As vezes não achou a pessoa certa. - ele fala e me entrega um copo de isopor com café. - na verdade te vi pelo lado de fora e resolvi te trazer um café..

Estranho a atitude, hesito em pegar na verdade, mais ele parecia alguém comum, então peguei e agradeci o gesto e entreguei a sacola com o livro.

— Meu nome é [Nome] - falo e ele estende a mão.

— Kurokawa. - ele segura minha mão com segurança mais não tão forte - nos vemos.

Ainda acho a voz familiar, mais não sei aonde, quando ele se vira os fios brancos saem por trás do boné, volto minha atenção pro celular que tem uma mensagem da Emma falando:

Você não vai fugir da gente hoje [Nome], estamos acampadas não frente da sua casa, ou você vem ou vou aí na livraria e te arrasto pelos cabelos. Avisa.- dou risada da ameaça dela.

Uma hora depois o meu chefe e o dono da livraria chega, e se senta ao meu lado.

— [Nome], você sabe que vou me casar né ? -Kazushi fala - e minha noiva, quer voltar pro país dela.. tipo daqui alguns dias. - engulo em seco.

— Então você vai fechar a livraria - ele sorri.

— Não .. eu quero que você cuide de tudo. - arregalo meus olhos - eu quero que você seja a dona, vou abrir a minha em paris, aonde vou morar e você vai cuidar dessa.

Suspiro aliviada e pulo pra dar um abraço nele, em meio a tantas coisas ruim, agora vou me tornar dona da livraria.

Drugs & Money | Manjiro Sano(Mikey)Onde histórias criam vida. Descubra agora