S e s s e n t a - D o i s

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Seis meses depois ...

[Nome]

Sabe quando parece que você dormiu por uma vida ? Essa foi a sensação que eu tive, quando eu abri meus olhos. Parecia que eu dormi por anos. Olho em volta, e não conheço aonde estou, mas está sol, tem uma porta bem grande de entrada, aberta. Olho pro meu braço e tem algumas marcas roxas em um e no outro tem uma agulha ligada a um soro. Respiro fundo e fecho meus olhos, sentindo o ar no meu pulmão. A única lembrança que eu tenho, é de ser estuprada e de pedir pra Emma cuidar do Mikey.

Meu Deus o Mikey, ele deve ter me encontrado e eu estou em alguma clínica médica sei lá, coloco a mão na minha barriga e continua pequena. Será que ele ainda está aqui dentro.

— Vamos trocar o medicamento dela. - duas mulheres com roupa estranha entram e nem notam que estou acordada até virar pra mim. - Ela acordo. - uma das mulheres grita.

— Eu vou avisar nossa protetora. - a outra sai correndo.

— Quem são vocês ? - falo com a voz fraca e rouca - Aonde eu estou ?

— Bom, vamos te explicar.. - ela me coloca sentada e se senta em uma cadeira na frente. - Você está dormindo por exatamente seis meses. - arregalo meus olhos - Você está no norte do Japão, bem na fronteira, somos uma aldeia pequena. Ah e meu nome é Mia. - ela engole em seco - Eu mesmo que vi o momento que você estava sendo enterrada por aquele homem de óculos. - Kisaki. - Ele demorou para abandonar o lugar, então só podemos te ajudar depois de quinze minutos.

— Meu Deus. - falo paralisada com tudo o que ela estava me contando.

— Quando te tiramos da terra, você estava sem respiração, mas quando fizemos os processos para tentar te trazer de volta deu certo - ela se levanta e pega um copo de água me entregando - Cuidamos de você, só que você não acordava, você estava grávida .. - interrompo.

— Eu perdi meu filho ? - pergunto sem esperanças.

— Não! Seu filho nasceu prematuro a um mês atrás. - minha respiração fica exaltada e eu começo a chorar. - Você tem que se acalmar, se não, não podemos te levantar pra ir ver o bebê.

— Por favor. - faço sinal com a mão - Me deixa ver meu bebê, depois você me conta tudo, mas eu preciso ver meu filho.

— Tudo bem. - ela sorri e se levanta - Está disposta para andar. - me levanto tão rápido que me dá até tontura.

— Estou perfeita, vamos. - falo sorrindo e feliz.

Fomos andando para fora da .. cabana ? Eu não sei bem o que era aqui, parece aquele templos antigos, deuses, Buda, haviam pessoas andando com cestos com várias ervas. Mia estava me explicando no caminho, que eles mexem com o lado espiritual, acreditam na cura com chás e pomadas feitas por eles mesmos, para conseguir entrar aqui nesse templo, que é como eles chamam, precisam ser membros, ela falou que muitas vezes quis desistir de mim, porém sempre algo dizia que logo eu iria acordar, penso que por tanto tempo, sem dar notícias para o Manjiro, nosso filho nasceu e sozinho, mas agora estou ao lado dele. Quando chegamos aonde tinha outros bebês dentro de incubadora. Ela me leva de frente para o meu.

— Esse é seu filho. - ela fala - Ele é tão forte, assim que atingir o peso certo, poderá sair. Ligamos essa luz artificial, não gostamos muito, mas não queria levá-lo para fora e ele ainda é muito neném.

— Obrigada. - falo abraçando ela. - Ele é tão lindo.

Tão pequeno, sua pele branquinha com um pouco de vermelho acho que por conta da luz. Sua mãozinha tão pequena, seus olhos estão fechados e tem um tubinho em seu nariz para auxiliar na respiração, alguns fiozinhos loiro em sua cabeça, ele estava sem roupa, apenas uma frauda com os pés levantados, só percebi que estava chorando, quando Mia me deu um lencinho. Ela disse que podia por a mão nele, através da luva de proteção, e assim faço, ele segura meu dedinho e da um aperto.

— Oi meu amor. - falo com a voz manhosa - Mamãe agora está aqui, do seu lado, e não vou sair por nada.

Depois que dei atenção para o meu neném, voltei para o meu quarto na cabana, e me sento na cama, Mia aparece segurando a mesma calça jeans naquele dia e junto a regata e meu sutiã e calcinha. Em cima tinha um pedaço de papelão de uma caixinha, com dois números de celular, um do Baji e outro do Mikey, ia ligar mais hesitei, queria esperar até meu filho estar bom.

Três meses ... completando nove meses.

Já faziam três meses que eu tinha acordado, e três meses que conheci meu filho, eu estava muito feliz, esse foi um dos motivos que eu não resolvi ligar todo esse tempo, porque queria manter a minha segurança e do meu filho. Mas hoje temos a opção de ficar ou ir embora. Pego os números de celular e disco primeiro o do Manjiro, respirei fundo imaginando como seria a reação dele ao descobrir que eu estou viva.. mas então deu que esse número não existe.. engulo em seco e tento ligar pro Baji.

— Oi. - ele fala no primeiro toque.

— Baji Keisuke. - falo e a ligação fica muda por um minuto. - Oi ?

— [nome] ? - ele fala com voz de choro. - Você está viva, meu Deus. - ele fala chorando - Aonde você está ? Vou te buscar.

Depois que passei o endereço pro Baji, ele disse que em três horas estava aqui para me buscar, peço para vir de carro entrar uma cadeirinha de neném e também comprar umas roupinhas para ele. Mia estava com ele no colo, que dormi com um pequeno sorriso nos lábios. Depois que arrumei minhas coisinhas que elas tinham comprado pra mim e pro meu filho. Estava sentada esperando o Baji, já estava para escurecer, então cubro meu filho com uma mantinha.

— Eu fiz esse colar pra vocês. - era o símbolo da árvore da vida. - para proteger vocês desse mundo.

— Obrigada por ter me ajudado todo esse tempo Mia. - a abraço - Literalmente, você salvou a minha vida e do meu filho.

— Agora tem que decidir o nome desse menino lindo. - ela fala segurando a mãozinha dele.

— Vou deixar pra escolher quando encontrar o Manjiro. - beijo a cabeça dele - O pai dele.

Quando escutamos os portões seres abertos e um carro vindo, Mia segura meu filho quando o carro para e o Baji, se cabelos mais curtos desce do carro. Ele me olha com as duas mãos na boca surpreso e não sabia se eu era um fantasma ou real, me aproximo dele e quando eu ia murmurar algo, ele me abraçou sem me deixar falar nada, e me da um beijo na bochecha e me apertava muito.

— Eu não acredito. - ele fala entre lágrimas. - Você está aqui, é você mesmo.

— Será que também posso abraçar ela. - a voz da Emma ecoa me fazendo olhar por cima do ombro do Baji. - Eu sempre soube que você estava viva.

Ela me abraça e eu começo a chorar, Baji abraça nós duas juntos, eu nem estava acreditando que isso estava acontecendo, única coisa que fiquei na dúvida era porque o Mikey não veio junto, já que a Emma está aqui ?

— Venham conhecer meu filho. - falo pegando ele no colo - Olha filho, sua tia, irmã do seu papai. - Emma fica toda boba vendo meu filho. - E esse vai ser seu padrinho. - vez do Baji.

— Mas ele é a cara do Mikey. - Emma fala brincando e pegando ele no colo.

— Achei que o pai também viria. - Mia fala e Baji e Emma se olham e eu estranho.

— Provavelmente ele acha que nós dois estamos mortos. - falo e Mia balança a cabeça em concordância.

— Ele é tão lindo. - Baji fala brincando com ele. - Igual a mãe. - e me olha e Mia também com a sobrancelha arqueada.

— Titia está tão feliz de você estar bem meu amor. - Emma fala beijando a testa dele - Agora é hora de ir pra casa.

Abraço a Mia e a todos que me ajudaram, alguns tinham lágrimas por a gente estar indo embora e quando se despedem do meu filho. Agora está na hora dele conhecer o papai.

Drugs & Money | Manjiro Sano(Mikey)Onde histórias criam vida. Descubra agora