i know who you are.

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Chungha estava radiante. Nada, absolutamente nada, poderia estragar seu dia. Havia acabado de sair de uma ligação com ninguém mais, ninguém menos que, Park Jihyo, aquela que tinha todo o seu amor. Claro, quando ela pediu para lhe encontrar, fez toda a sua cena fingindo que não queria a ver, embora fosse mentira.

Naquele exato momento, estava escolhendo uma roupa a altura daquele — não — encontro. Em menos de uma hora encontrava-se pronta, vestindo uma roupa social totalmente preta, tirando a camisa que era branca, suas botas também eram da cor preta e seu cabelo acabara por ficar solto. Vestia-se daquela forma, pois dissera a amada que iria quando saísse do trabalho.

Apressou-se para ir encontrá-la, não sabia o porquê de estar tão nervosa, afinal, Jihyo odiava-lhe. Soltou um suspiro longo e doloroso. A verdade era que as coisas não eram para ser daquele jeito, não era sua vontade, porém já haviam passado muitos séculos, aquela altura, não tinha mais como mudar absolutamente nada.

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— Olá, Jihyo.

— Sente-se, Chungha. — A Park fez sinal para que a atendente do café viesse anotar o pedido delas. — Eu sei quem você é. — Disse após a mulher sair e encarou aquela a sua frente.

— C-como... assim? — Perguntou assustada e arregalou levemente os olhos. — Do que está falando? — Recompôs-se e tentou fingir não saber do que ela falava.

— Chungha, por favor, né... ou melhor, Criadora, vamos ser sinceras uma com a outra.

A loira congelou. O mundo inteiro parecia ter parado junto com ela. Sua visão ficou turva e seus olhos marejados, aquilo não podia estar acontecendo. A Kim procurou desesperadamente por ar, totalmente em vão. Sua garganta parecia ter fechado-se e a única coisa que conseguia fazer era chorar, sem ao mesmo perceber que o fazia. Tentou dizer várias e várias coisas, entretanto, de sua boca só saiam palavras mudas. O chão pareceu ceder diante do peso que caíra sobre si. Ela estava perdida, atônita, sem qualquer resquício de vida dentro de seu corpo. A mulher que tanto amava sabia quem ela era e bom, Chungha sabia que ela queria acabar consigo de qualquer forma.

— E-eu... eu... eu te amo. — Foi o que conseguiu dizer apesar de com dificuldade, viu o semblante da Park demonstrar preocupação e então não viu mais nada. Havia desmaiado, a pressão foi tanta que não aguentou mais permanecer de olhos abertos esperando o que seria dito.

A morena tratou de ligar para a emergência, enquanto tentava acordar a garota. Não sabia o motivo de estar tão desesperada para ajudá-la, porém estava e muito. No fundo sentiu pena pela forma que ela ficara, devia ser difícil amar tanto alguém e não ser correspondida. Não podia imaginar a dor que a outra sentia, afinal, nunca tivera um amor não correspondido, graças ao Destino que fizera de tudo para ela ter alguém para lhe amar, mesmo que ele amasse a Criadora, a Park sabia que não era a mesma coisa para ela, já que o único amor que queria era o seu. Todavia não podia retribuir aquele amor, seu amor era todo de sua soulmate e mesmo que involuntariamente, era de Somi também.

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Três dias inteiros foram necessários para que a Criadora acordasse. Naquele momento estava no hospital, com Jihyo ao seu lado visivelmente preocupada. Apesar de estar de olhos abertos, não queria demonstrar que tinha acordado, mesmo que a outra já tivesse percebido.

— Eu tenho uma proposta para você. — Começou a dizer, esperando o olhar alheio ser direcionado a si, funcionou. — Eu passo o resto da minha vida, nesse século, com você. Seremos um casal, eu vou te amar e te fazer feliz, sequer lembrarei da Tzuyu. — Respirou fundo. — Mas, assim que eu renascer, Tzuyu poderá passar todos os outros séculos comigo, sem morrer um ano depois de nos encontramos. Seremos felizes para todo o sempre. O que acha?

— Está falando sério? — Kim perguntou cheia de esperanças.

— Sim. E além disso, você terá que transformar a Somi na sua soulmate de verdade, ela terá que ser muito feliz ao seu lado, não importa como. — Terminou de falar e cruzou os braços, esperando uma resposta.

— Por mim, tudo bem. Eu prometo realizar todos os seus pedidos, contanto que cumpra sua parte do acordo. — Chungha sorriu, o sorriso mais verdadeiro que tinha dado após criar Jihyo.

— Acordo fechado então. Os médicos te darão alta amanhã, eu te encontro assim que sair. Preciso conversar com a Tzuyu.

— Tudo bem.

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Tzuyu chorava, chorava como nunca havia chorado, sua — agora ex — namorada recém terminara consigo. Apesar de saber o motivo do término, estava extremamente triste, talvez não fosse porque terminaram e sim porque mesmo longe de Jihyo, acabaria morrendo dali há meses, graças a maldição que não havia sido quebrada.

— Yoda. Por favor. — Dahyun pediu, ainda abraçando a amiga. Ela estava ali desde a chegada da soulmate de Chou. — Você precisa entendê-la. Ela fez isso por vocês, pelo amor de vocês.

— Eu sei, Tofu. Mas não deixa de doer. Eu vou morrer de novo.

— Todos nós vamos um dia, mas essa vai ser a última vez que você vai morrer um ano após vê-la. — Tentou acalmá-la. — No próximo século, estaremos todas juntas e felizes! Você com a Jihyo, eu com a Sana e a Momo, Mina com a Nayeon e a Chaeng com a Jeong!

— Você está certa, mas... — Voltou a chorar.

Só queria que Jihyo estivesse ali naquele momento, mas ela não estava. E durante os resto daquele século, não estaria. A coreana sequer lhe veria morrer, não estaria no seu enterro e não colocaria flores no seu túmulo. Aquele era sem dúvidas o pior século. Sentiria muita falta da amada, todos os dias até sua triste e destinada morte.

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obrigada por ler até aqui. 💖

save you • jitzuOnde histórias criam vida. Descubra agora