O nascimento de Jihyo fora lindo. Sua mãe chorou durante todo o parto e não foi somente pela dor. Naquele momento, o pai da recém nascida estava sendo acudido pelos médicos, ele havia desmaiado, como sempre. Entretanto, assim que acordou, chorou também. Sua filha era o ser mais lindo que já vira.
Dois dias depois, quando estavam em casa com a bebê, perceberam que ela chorava incessantemente. Nada, absolutamente nada, fazia com que a pequena Park parasse de chorar. O choro durou meses, a garotinha só parava de chorar quando dormia. Seus pais preocuparam-se com a situação, porém ao levarem-a no hospital, seu pediatra disse que ela não tinha nada. Ninguém sabia o motivo do choro de Jihyo.
Quando fez seus três anos, os choros diminuíram, ela chorava apenas longe dos pais e sequer falava o porquê. Foi então que seus novos vizinhos foram convidados para jantar em sua casa. Eles chamavam-se Senhor e Senhora Chou, bom pelo menos era assim que ouvia seus pais falarem. A Senhora tinha um bebê na barriga e disse ser uma menina, a qual chamaria de Tzuyu.
Depois daquele dia, os Park perceberam que a filha não chorou mais sem motivo. Principalmente depois do nascimento da taiwanesa, filha dos vizinhos.
Não demorou para que Jihyo fizesse várias amigas na escola, ela recém fizera seus nove anos, andava para lá e para cá com a Chou, que ainda tinha seis e ainda a fizera ser amiga de todas as suas amigas. Ao todo elas eram nove e os pais de todas já haviam percebido que eram soulmates.
Conforme o tempo ia passando, as amigas iam crescendo e iniciando seus relacionamentos, seus pais um por um iam partindo, pois era o destino deles. Era difícil aceitar esse destino, no entanto como a coreana lembrava de todas as suas vidas, não conseguia sequer chorar com a morte dos seus pais.
Aos vinte anos a Park conheceu Somi, foi estranho, já que antes elas conheciam-se quando crianças e começavam a namorar mais ou menos naquela idade. Jeon logo grudou na mais velha como um chiclete, elas passaram a sair juntas e ela logo virou amiga da namorada de Jihyo também. Mas tinha algo errado, ela contara que sua soulmate chamava-se Kim Doyeon.
Em seu aniversário de vinte e dois, o desejo da garota, que era loira agora, fora pedir para Chungha lhe encontrar, sabia que onde quer que ela estivesse, poderia escutar seu desejo de aniversário. Tzuyu não gostou nada daquilo.
No dia seguinte, esbarrou com uma mulher de cabelos azuis e um sorriso tímido. Era ela.
— Chungha?! — Gritou enquanto ela afastava-se de si. — Volta aqui! — Fora atrás dela, obrigando a Kim parar de andar.
— Por favor, Jihyo... me deixe ir. — Ela pediu, mas sequer olhara nos olhos da ex amada.
— Por que você está assim? O que mudou entre a gente?
— Tudo mudou, você não entende? Nós tivemos uma família! Nós nos amávamos. Você consegue entender a gravidade disso? Se eu tiver que conviver com você, isso tudo volta. — A mais velha disse com os olhos marejados, ao passo que suas mãos apertavam o puxador de uma carrinho de bebê, que a outra garota sequer havia percebido a presença.
— São as... nossas filhas? — Tentou aproximar-se das bebês, mas acabou sendo impedida.
— Jihyo, por favor, segue sua vida. Tem coisas que eu não tive o poder de mudar e você vai me odiar quando acontecerem. — Ela voltou a andar, embora a ex tivesse muito o que dizer, não conseguiu.
De longe pôde ver um homem indo até a maior, dando-lhe um beijo e ajudando com o carrinho das trigêmeas. Mesmo que não conhecesse o Destino, algo dentro de si dizia que aquele homem era ele.
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Tzuyu andava estranha, não queria fazer nada, não queria ir em lugar nenhum. Talvez fosse por ter descoberto que era infértil e que Jihyo também era. Apesar de terem adotado um garotinho recentemente, não era a mesma coisa, pelo menos não para a Chou.
Em uma conversa com Dahyun, confidenciou que, se soubesse como seria seu relacionamento com a mais velha, não teria lhe dado bola anos atrás. Jihyo não era o que ela esperava.
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Com trinta e dois anos, a Park estava solteira, há seis anos sua ex namorada dissera que preferia não ter soulmate a ter que continuar com ela. Quando Chungha contou que não passar todo tempo possível com sua soulmate tinha consequências, Jihyo não sabia que seriam consequências tão terríveis.
Ela tentou procurar sua ex esposa, ou melhor, a Criadora, entretanto ela não queria conversar consigo. A loira estava completamente perdida, tinha alguma coisa errada, mas o que? O que tinha de tão errado naquele século? Por que estava passando por outro século estranho? O que havia feito de errado? Eram tantas perguntas e tão poucas respostas.
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— Eu não entendo, Doyoung. Como eu disse, a Tzuyu terminou tudo com ela eu vi e não consegui impedir! Tem alguém, ou algo atrapalhando tudo.
— Tipo um carma por ter mudado o destino? — Uma voz fora ouvida no fundo da sala. — Não precisam ficar tão assustados... era óbvio que as ações inconsequentes de vocês dois e daquela menina, a Jihyo, teriam uma consequência.
— E quem seria você? — O Destino perguntou.
— Eu sou a Consequência e é um desprazer finalmente conhecer o Destino e a Criadora. Aqueles que estragam tudo, até o amor de soulmates.
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obrigada por ler até aqui. 💖
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save you • jitzu
FanfictionJihyo passara toda sua vida vendo Tzuyu apaixonando-se por si e morrendo um ano depois, sempre fora assim, não havia como mudar o castigo que a Criadora lhe dera. A Park teria de viver até o fim dos tempos sabendo que sua alma gêmea morreria, mas is...