Egoísta. Era assim que Jihyo se sentia, fazia uma semana desde que havia visto Tzuyu. Naquela noite Sana disse que ela estava sendo egoísta, depois pediu desculpas e explicou o porquê de ter dito aquilo. A coreana tinha em mente que era verdade, ela era extremamente egoísta por não pensar na felicidade de Chou. Sabia que a soulmate ficaria imensamente feliz em tê-la ao seu lado, porém, Jihyo não tinha coragem de se revelar. Não de novo. Era arriscado e ela estava cansada de se arriscar por um amor que aquela altura talvez não valesse mais a pena. A Criadora fazia questão de lhe falar aquilo em sonhos.
Era fim de tarde e ela esperava uma ligação de sua melhor amiga, essa que estava radiante após conhecer suas soulmates. A Park sentia uma certa inveja, Sana, Dahyun e Momo estavam destinadas a ficarem juntas até terem quatro filhas mulheres, depois disso uma por uma elas morreriam, as filhas cresceriam e achariam suas soulmates. Era o destino delas. Um destino lindo por sinal. Era bom lembrar do quão adorável a japonesa ficava com suas filhas.
Enquanto isso Jihyo ficava em seu fracasso de ver Tzuyu morrer e demorar cerca de vinte e cinco anos para morrer também. Odiava a Criadora por conta disso. Aquilo era pura injustiça. Chegava a ser cômica aquela velha história da Criadora a amar, porque quem ama quer a felicidade do outro e não o contrário.
Mas quem era ela para dizer aquilo se estava deixando sua soulmate infeliz?
Depois de respirar fundo várias vezes, afim de não chorar no trabalho, saiu de trás da mesa do escritório em que passava todos os dias da semana e foi até a máquina de café, pegou uma grande quantidade com sua xícara e assoprou o líquido antes de bebe-lo. Sentiu sua garganta arder, a bebida era tão quente quanto o sol em um dia de verão.
— Jihyo unnie?! — Ouviu uma voz atrás de si e sorriu, amava ouvir aquela voz. Talvez fosse a única voz que ela gostava de ouvir no trabalho.
— Somi-yah! O que houve? — Perguntou em um tom preocupado e viu os olhos da garota marejarem. Já sabia o motivo, mas mesmo assim fez a pergunta, que em sua percepção era extremamente besta.
— Chungha está brava comigo. Ela descobriu que nós duas namorávamos antes de eu conhecê-la. — Naquela altura a Jeon já chorava desesperada e Jihyo a abraçou, sentindo uma imensa vontade de socar as duas coreanas. Somi por ser tola e Chungha por ser babaca. — Ela acha que é sua culpa não termos ficado juntas antes. E eu te defendi. — Continuou e soluçou entre lágrimas grossas que não paravam de escorrer por seu rosto.
A mais velha escutava atentamente o que a amiga dizia, mostrando estar calma mesmo que quisesse matar a namorada dela. Aquilo já não a surpreendia mais, era de praxe Chungha machucar Somi, aquilo acontecia desde sempre. Ou melhor, desde o século cinco, quando ambas nasceram. Jihyo odiava a Kim e já havia prometido diversas vezes para sua ex que a protegeria. E bom, aquilo sempre lhe causava problemas, por conta do ciúme que as soulmates delas sentiam. E, também pelo fato de que a mais nova tinha costume de ir atrás da Park sempre após a morte de Tzuyu e isso resultava em uma volta delas.
O mais curioso de tudo? Chungha sempre desaparecia depois da volta de Jihyo e Somi. Ninguém entendia o porquê daquilo, mas acontecia e fazia as duas garotas extremamente felizes depois de toda a infelicidade que ambas passavam antes daquilo. Aquilo era tão estranho quanto curioso, entretanto, ninguém ligava muito para aquela bobagem.
— Unnie? Você está me escutando?
— An? O que foi?
— Eu disse que a Chungha me mandou mensagem, ela quer pedir desculpas! — Somi exclamou e Jihyo revirou os olhos. Tão previsível.
— Tudo bem, pode sair mais cedo. — Falou logo, sabia exatamente que era aquilo que ela queria. Em resposta recebeu um beijo na bochecha e logo viu Somi dar as costas para si, ela quase dava pulinhos de felicidade. Seria adorável, se não doesse em Jihyo. Era como entregar a pessoa que amava ao diabo como forma de pagar uma dívida. Uma comparação estranha, mas necessária.
Minutos mais tarde, enquanto pegava outro café, a coreana viu sua ex namorada sair finalmente da empresa conversando animada com alguém pelo celular. Bufou e mordeu o lábio, mais uma vez segurava o choro. Mais do que nunca ela precisava deixar de ser egoísta. Tzuyu precisava dela e uma hora ou outra, Somi também precisaria e isso a motivava a ir atrás de sua soulmate.
Jihyo precisava tomar uma atitude e sabia exatamente quem a ajudaria. Pegou seu celular e discou o número da pessoa. Esperou ser atendida e nada. Ligou mais quatro vezes e foi atendida.
— Sanaki? Você disse que ia me ligar e nada. Fiquei esperando.
— Ah, desculpa, tive que resolver algo.
— Quando eu sair do trabalho eu vou até sua casa, ok? — Não esperou a resposta e desligou.
De hoje não passava, ela iria encontrar um jeito de arrumar tudo.
xxx
obrigada por quem leu até aqui. 💖
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save you • jitzu
Fiksi PenggemarJihyo passara toda sua vida vendo Tzuyu apaixonando-se por si e morrendo um ano depois, sempre fora assim, não havia como mudar o castigo que a Criadora lhe dera. A Park teria de viver até o fim dos tempos sabendo que sua alma gêmea morreria, mas is...