are you sure?

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Mais alguns meses passaram e o casamento seria na próxima semana. Como todas as pessoas normais, Jihyo tinha dúvidas, muitas dúvidas, que só pioraram quando Sana chamou ela para conversar.

— Você tem certeza disso? Sobre o casamento?

— Tenho, é claro! Eu amo a Tzuyu! — Mentiu sobre ter certeza, mas realmente amava a mulher.

— Você ama ela por tudo que viveram nos últimos meses, ou você ama ela porque um álbum idiota disse que você ama ela? — Sana perguntou, seu tom de voz era meio frio e ela estava extremamente séria.

— Meu destino é amar ela, Sanaki. — Jihyo bufou e cruzou os braços, fazendo uma expressão de ironia, como se aquilo não fosse novidade.

— Ah certo... Então eu deveria sair correndo agora e ir até a casa da Momo, ligar para Dahyun e ser feliz ao lado delas? — Fez outra pergunta e a expressão da amiga mudou. — Eu sou feliz ao lado da Nayeon, mesmo que aquele álbum tenha me mostrado que um dia eu fui feliz ao lado de outras duas mulheres incríveis, isso não muda nada.

— É claro que muda.

— Não! Não muda! Não mudou para eu e a Nayeon, nem para Mina e a Chaeyoung, até mesmo a Momo e a Dahyun estão com outras pessoas. — A japonesa sentou ao lado da CEO e suspirou. — Mesmo depois de tocar no álbum, eu continuei amando a Nayeon, a Mina e a Chaeyoung continuaram se amando e a Momo se permitiu amar a Jeongyeon. Da mesma forma que a Dahyun conheceu a Eunbi e se apaixonou. — A Park permaneceu calada. — A Tzuyu não quer casar com você porque vocês se amaram no passado, então me diz... Por que você quer casar com ela? Você realmente a ama?

O silêncio permaneceu de forma que só a respiração de ambas preenchia o cômodo. A cabeça da coreana tinha tantos pensamentos que ela permitiu-se chorar. Será que amava Tzuyu?

— E está tudo bem não amar ela se esse for o problema... Mas não deixe ela plantada no altar quando chegar a hora. — Ela sorriu tentando amenizar tudo o que havia dito.

— Eu amo ela. — Disse mesmo que não estivesse convicta de sua resposta e em resposta Sana respirou profundamente.

— Tudo bem.

Depois que a japonesa foi embora, Jihyo passou um bom tempo pensando no que elas haviam conversado. Ela não havia reparado que os casais não estavam juntos, somente ela e Tzuyu pareceram ligar para o álbum.

Sequer tinha notado que nos momentos onde as dez estavam juntas, as almas gêmeas não pareciam olhar no olho uma das outras. Aquilo parecia tão errado, mesmo que fosse certo, pelo menos para elas. Não entendia o porquê de só ela e sua soulmate estarem juntas, embora nunca tivesse perguntado-se sobre aquilo antes.

Entretanto, por mais que dissesse a tudo e todos que amava a mulher com quem casaria dali uma semana, tudo dentro de si pedia para que o casamento não ocorresse, no entanto ela iria até o fim. Talvez não fosse por amor, porém ela devia aquilo para a taiwanesa, certo?

Claro que não! Era amor, ela tinha certeza. Seu coração acelerava quando a noiva estava perto, porém poderia ser apenas... ansiedade. Poderia ser até mesmo... medo.

— Que inferno... — Soltou, jogando-se na cama, ainda com os pensamentos sobre o casamento a mil em sua mente.

Enquanto lutava para afastar todo aquele drama, viu o nome da Chou brilhar na tela de seu celular, era uma ligação e a coreana não queria atender. Assim que o celular parou de tocar, sorriu aliviada por não receber outra chamada, aproveitando da momentânea paz para ignorar sua vida por um tempo.

— O que porra você está fazendo, Park Jihyo? — Perguntou a si mesma, olhando seu reflexo no espelho, sentindo um aperto tão forte em seu peito, que mal podia respirar.

Ela não sabia o que fazer. Era como se estivesse em uma espécie de labirinto infinito, onde, para sair, precisaria abrir um milhão de cadeados com uma senha, essa que era os seus sentimentos. Pensar que seus próprios sentimentos eram a resposta que precisava para sair do labirinto, fazia com que a Park quisesse nunca mais sair de seu quarto e encarar o mundo fora da porta da sua casa.

As ligações de Tzuyu continuaram, foram umas vinte, a CEO da Samsung não conseguiu contar, era demais para a sua cabeça já lotada de questões sem resposta. Pensou consigo mesma se em algum momentos dos outros séculos, no outro universo, questionou seus sentimentos pela mulher que nasceu tendo seu coração, podendo fazer o que bem entendesse com ele.

Jihyo desligou o celular e trancou a casa inteira. Foi atrás do que realmente importava, lembrar de literalmente todas as vidas que teve e para isso precisaria do álbum. Não tinha certeza de como o objeto mágico funcionava, porém o pegou mesmo assim, decidida a folheá-lo.

Haviam muitas páginas em branco, mas do meio para o final, tinham páginas “especiais”, as coisas escritas nas folhas sob seus olhos, revelavam a forma de uso do álbum, como fazer com que ele desse todas as vidas e cada detalhe delas.

Ela fez o que foi pedido e percebeu, enquanto lembrava de cada detalhe de sua vida, que, não importava como e quando, sua alma gêmea acabava nunca sendo suficiente para si, sempre tinha algo ou alguém que a coreana acabava amando mais que sua própria cara metade. Fosse Somi, ou até mesmo a maldita Chungha.

Precisando de todo tipo de respostas, ligou seu celular, afim de ter contato com a única pessoa que poderia dar-lhe respostas.

xxx

obrigada por ler até aqui. 💖

save you • jitzuOnde histórias criam vida. Descubra agora