2. Dulce María!

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Cumprimentei em inglês, já abraçados. Aquele lugar tinha um poder de juntar as pessoas fácil.

- Je bent erg mooi!

- Oi? - Perguntei rindo e ela riu também.

A ruiva jogou os braços pelo meu pescoço e quando vi a gente já estava se beijando. E nos beijamos por muito tempo, quase a noite toda. Era o que dava pra fazer já que conversar era impossível. Mas eu não reclamei.

Mais tarde, quando saí pra buscar cerveja, me surpreendi com uma morena trombando comigo com tudo. Não vi muita coisa, só seus cabelos dentro do meu olho e reclamei em espanhol. A maior surpresa foi ouvir outra reclamação na mesma língua.

- Desculpa, moço! - Disse e logo senti duas mãos macias no meu rosto. Ela me ajudou a tirar os cabelos, já que estava sem óculos de sol porque era noite e eles me cegaram. - Mil perdões. Você fala espanhol? - Perguntou e olhei pra ela pela primeira vez.

- Ai, não tem problema. - Disse passando as mãos.

- Ah, oi. - Ela disse sorrindo tímida. - Christopher.

- Ah, mexicana, né? - Ri fraco.

- Sim. - Ela abriu um lindo sorriso.

Ela era muito bonita, tanto quanto a ruiva. Tinha um corpo maravilhoso que nunca tinha visto em nenhum outro lugar. Morena, bronzeada com marquinhas de biquíni nos fartos seios e vestida com uma blusinha curta toda brilhante e shortinho que tampava a barriga. Era linda de verdade, e tinha um sorriso bonito.

- Dulce María! - Ela me estendeu a mão, mas fiz questão de me aproximar e beijar seu rosto.

- Muito prazer, Dulce. - Sorri malicioso. Estava meio alterado com a bebida já, e bem soltinho. Ela me olhou sorrindo por um tempo, depois ficou séria.

- Você ainda precisa de ajuda com os olhos? - Perguntou sem graça de tanto que eu encarava ela.

- Não, tudo bem.

- Então, até! - Ela disse saindo acenando e sorrindo e eu fiquei encantado.

Não demorei pra pegar as bebidas e voltar pros braços da minha ruiva de nacionalidade desconhecida. Me diverti com ela pelo resto da noite, mesmo sem trocar uma palavra. Só foi ruim voltar pra Bruxelas só com meus amigos, porém feliz. Foi muito bom não me preocupar com fotos e carreira.

Assim que chegamos no hotel em Bruxelas, decidimos comer algo e conversar um pouco no bar. Eu não estava bêbado porque me distraí com a tal ruiva, acabamos comendo e rindo alí embaixo mesmo. Foi engraçado, conversamos sobre o dia e tudo que tinha rolado. Os meninos haviam ficado com duas meninas também, mas americanas, mas a piada era que eu não sabia nem dar oi pra ela.

- Ela deve ser daqui mesmo. - Disse rindo. Oscar ergueu a garrafa.

- Um brinde a primeira belga da vida do Christopher! - Batemos as garrafas rindo e então minha atenção foi desviada pra porta, onde três moças entravam. Uma delas era Dulce, a moça mexicana. Estava acompanhada de duas loiríssimas, todas gatas e pelo jeito mexicanas. As três ríam, e as loiras falavam alto, enquanto Dulce era mais quietinha.
Me distraí completamente da conversa, e então os olhos dela cruzaram os meus e ganhei um sorriso. A moça levantou até o balcão, e eu me preparei pra levantar também.

- Christopher... - Oscar chamou.

- Eu já volto. - Pisquei o olho.

Me aproximei dela no balcão. Pedi uma nova bebida já que a minha tinha acabado e resolvi puxar assunto.

- Então, Dulce, está hospedada aqui? - Perguntei.

- Estou. - Ela sorriu. - Você também?

- Estou, com meus amigos. - Apontei eles.

- Viagem de férias? - Perguntou.

- Sim, quis sair um pouco da confusão mexicana. - Ri sem graça. - Vocês foram dirigindo? - Perguntei.
Ela era muito bonita, encantava só de olhar, e eu estava realmente interessado.

- Não, minhas amigas preferiram ir com ônibus que tem aqui do lado pra poderem beber. Tenho medo de dirigir na estrada. - Ela sorriu.

- Ah, se vocês quiserem, podem ir com a gente amanhã. - Convidei.

- Você está de carro?

- Sim, e sou um excelente motorista. - Fiz charme.

- Então eu te aviso, falo com elas. Obrigada pelo convite.

- Fique a vontade. - Fiz menção de levantar quando a minha bebida chegou e paguei a dela também. Dei uma piscadinha. - Estou no quarto 612, me avisa. Ah, e você é a única mexicana que encontrei, então se puder não contar... - Pedi sem graça. - Estou meio escondido. - Rimos.

- Eu não pretendo contar.

Voltei pra minha mesa e chamei os dois que me olhavam atentos e rindo.

Quando é pra acontecer... (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora