Quando é pra acontecer... (VONDY)

3. Sintonia

Eles tinham bebido bem mais, já que eu voltaria dirigindo. Entramos no elevador e rimos.

- Você não perde tempo. - Acusou León.

- Conheci ela lá, mas chamei as três pra irem pra Boom amanhã com a gente, que tal?

- Eu quero a loira mais alta. - Oscar disse rápido e nós rimos.

Assim que cheguei sozinho no meu quarto, não demorei pra desmaiar.

Acordei por volta do meio dia com Oscar batendo na porta.

- Chris, a gente quer almoçar. - Ele disse assim que abri e me joguei de volta na cama.

- Estou com sono ainda.

- Christopher, daqui a pouco começa de novo a festa e a gente tá aqui.

Fechei os olhos e me lembrei da moça, Dulce. Levantei e comecei a procurar a roupa que usaria hoje.

- Vou tomar banho e você vai ficar ligado nesse telefone porque a moça lá vai ligar e eu quero ficar com ela. - Disse rindo.

- Nossa, tá bom. - Oscar disse rindo e eu entrei no banho.

Assim que liguei o chuveiro, ouvi o telefone tocar e gritei pra Oscar atender. Não demorei, e quando saí, fui informado que elas estavam esperando pra ir almoçar com a gente.

- Depois sou eu que não perco tempo. - Disse pegando minhas coisas e rindo.

Não demoramos pra sair, e depois de conhecer as amigas de Dulce, Fernanda que pediu pra ser chamada de Fuzz, e Sherlyn, fomos almoçar. É claro que o complô fez ela ir ao meu lado dirigindo, e fomos conversando baixinho até o restaurante escolhido por elas: uma boa cantina italiana dentro do shopping de Bruxelas.
Foram companhias agradáveis, e cheguei a conclusão que foi uma boa escolha chamar as garotas. De lá fomos direto pra Tomorrowland, e dessa vez chegamos mais cedo pro show de um DJ muito reconhecido. Ficamos juntos, e os meninos logo estavam ficando com Fuzz e Sherlyn, e então ficamos só eu e Dulce. Dançamos juntos, ela era muito divertida, e estava linda. O sol fazia bem a ela, era bonita a cor de seus cabelos quando ele batia e deixava num tom mais avermelhado.

Puxei ela pela cintura depois de um descuido, e então colei nossos rostos. Eu estava muito encantado por ela, meu coração batia até mais forte.

- Hoje você está ainda mais bonita que ontem. - Sorri.

- Veio do México até aqui pra acabar beijando uma mexicana? - Perguntou com um sorriso lindo.

- Eu até tentei fugir. - Disse rindo. - Mas é horrível não saber o que dizem. - Fiz careta. - E se eu tivesse excluído as mexicanas da minha lista, ia perder de conhecer você. - Falei passando o polegar nos seus lábios rosados, e então colei eles ao meu.

Quando nos beijamos, senti a sintonia que tinha com ela. Era uma atração muito forte, e nosso beijo combinava. Eu tinha a impressão às vezes que somos feitos pra algumas pessoas no mundo, que combinamos com aquela ou aquela outra fisicamente, coisa de pele. Que aqueles beijos daquelas pessoas ou o sexo que elas fazem foram feitos pra nós desde o começo. Eu tive a impressão que Dulce era uma dessas pessoas, porque nunca havia experimentado um beijo tão bom, intenso e com química, e eu já estava louco para experimentar o próximo passo.

Durante o dia não bebi muito, mas curti muito com ela, como nunca havia curtido uma festa. Juntos com nossos amigos não vimos o dia passar e não cansamos de beijar. Eu não queria que a boca dela ficasse longe da minha. No último show, enquanto Avicii estava no palco, percebi que nunca tinha ficado tão leve. Me senti alguém como qualquer outro do lado de amigos que amava e uma mulher que não me olhava diferente, uma mulher que me possibilita sentir como se eu pudesse fazer o que quisesse no mundo. Era só essa sensação que eu buscava pra minha vida.

Quando chegamos no hotel mais tarde, eu e Dulce éramos os mais sóbrios. Ela não bebia muito, e nem eu. De Bruxelas até Boom eram 32km, e eu não queria arriscar dirigir bêbado, além de saber bem separar a diversão da bebida. Queria curtir, ainda mais que estava ficando com ela, queria lembrar no dia seguinte.

Nossos amigos resolveram subir juntos pro quarto das meninas e continuar a festa, mas eu tinha outros planos pra depois. Bebemos um pouco com eles, mas depois de algumas risadas me aproximei de Dulce que estava no meu colo, com um sorriso lindo no rosto.

- Você não quer ir dar uma volta no meu quarto? - Perguntei passando a mão no seu rosto mesmo sem enxergar ele. Ela mordeu os lábios olhando pra trás, e depois sorriu.

- Quero. - Disse assentindo com a cabeça.