17. Thinking out loud

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- ..."So, honey, now, take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand stars"... - Ela deu um sorriso malicioso e eu ri. - ..."Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
And maybe we found love right where we are"... - Ela me olhava tímida, com um sorriso fechado quando eu terminei.

Fiquei sem graça, pensando que tinha exagerado, então ela sorriu e veio na minha direção. Larguei o violão de lado quando ela sentou no meu colo e me deu um beijo intenso na boca. Ela tinha um beijo maravilhoso, doce e provocante, eu estava viciado. Ficamos abraçados por um bom tempo, até minha mãe me ligar e me veio uma coisa na cabeça que queria perguntar. Estava deitado no sofá, com ela grudada em mim.

- Por que nunca vi seus pais te ligarem quando está comigo? - Perguntei receoso. Ela não respondeu a princípio e o seu silêncio me encorajou. - Eles são muito ocupados? - Perguntei.

- Não. - Disse seca. - Eles não viajam o México todo. Você é bem mais ocupado e tem mais tempo pra mim que eles. - Disse, me surpreendendo.

- Eu sinto muito, Dul. - Disse de verdade. - Isso não significa que eles não amem você.

- Significa. - Ela riu e se afastou, sentando do meu lado e me olhando séria. Eu queria que ela falasse, queria sentir que ela me considerava alguém com quem conversar. - Meu pai vive pra empresa, e minha mãe é socialite. E minha irmã que ainda mora aqui no México está indo pro mesmo caminho. Eles nem me notam.

- Por isso que você viaja muito? - Perguntei, querendo guardar ela pra mim.

- Sim, e eles nem sentem minha falta. Meu pai nem reclama quando chega a fatura do cartão. Acho que é o preço pra não precisar se preocupar comigo.

- Às vezes você acha que não. - Disse beijando seu cabelo.

- Christopher, há uns seis anos eu briguei com eles, estava chateada. Arrumei as malas e fui pra Aruba. - Disse rindo. - Eu achei que eles fossem ligar brigando.

- Eles não ligaram? - Perguntei e ela negou com os olhos marejados. Voltei a acariciar seus cabelos.

- Eu pensei que brigariam quando eu chegasse, e a única coisa que meu pai disse foi que fazia tempo que não me via, que estava feliz por estar estudando no quarto todo esse tempo.

- Eles nunca descobriram?

- Meu pai viu meu login da faculdade e descobriu que eu faltei uma semana toda, aí ele viu no cartão de crédito. - Disse me abraçando. - Desde que eu cuide da empresa, tanto faz pra ele.

- Eu sinto muito. - Disse sincero. - E por acaso sou sua provocação? - Perguntei acariciando seu rosto.

- Não! - Ela disse e riu, me abraçando.

- Por que não vamos nadar? - Perguntei. - Já cansei de esperar.

- Tá, vamos! - Ela se levantou e me puxou. - Vou botar biquíni e tomar sol.

- Não te chamei pra tomar sol! - Reclamei. - Chamei você pra nadar comigo.

- Rabugento. - Enquanto ela botava o biquíni eu arrumei uma bola pra jogar. Tirei o shorts e pulei de cueca na piscina.

Dulce não demorou a aparecer, com os cabelos longos soltos, óculos de sol e um biquíni bem pequeno, que era mais fácil ela ter ficado nua. Não reclamei, eu amei. Entrou na piscina com a maior classe.

Peguei ela pela cintura, e tratei de beijar logo. Eu amava seus beijos, e amava ficar de mão boba entre eles. Ficamos naquele clima por muito tempo, e quase acabamos transando alí mesmo, mas ela não ficou a vontade achando que alguém ia aparecer, o que me arrancou muitas risadas.

- Para de rir de mim que eu vou jogar a bola em você.

- Que agressiva! - Ri. - Peguei pra gente brincar. - Disse tentando me distrair.

- Eu adoro isso! - Ela disse empolgada e mergulhou num piscar de olhos pro outro lado da piscina. - Se cair, você quem vai buscar. - Disse rindo e erguendo os braços.

Ficamos jogando um pro outro por muito tempo, e quando cansava, voltávamos a nos beijar.

Quando é pra acontecer... (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora