6. Uma noite pra lá de prazeirosa

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- Você é sempre tão calmo assim? - Ela me perguntou encostada no meu peito já que estava sentada no meio das minhas pernas.

- Não. - Rimos. - Era pra ser, eu sou assim, mas a minha vida não tem muito espaço pra calmaria.

- Sinto muito, porque você tem uma paz quando tá calmo assim. - Riu.

- Me fala de você. - Pedi.

- Estamos falando de você. - Ela reclamou, torcendo o nariz e rindo.

- Nada disso. - Apertei sua bochecha. - Você é sempre tão calma assim?

- Sou. - Disse. - Bastante, quase o tempo todo.

- E por que você faz uma coisa que não tem nada a ver com você?

- Administração? - Perguntou e eu assenti. - Eu já sou formada em Artes, mas resolvi cursar Administração depois porque meu pai tem uma empresa, ele é dono de uma rede de livrarias. Temos quase 100 lojas no país todo. - Ela falou me surpreendendo muito.

- E você gosta disso?

- De ler? - Eu confirmei. - Gosto. Por isso que eu estou fazendo administração. Mas quem vai cuidar da empresa é minha irmã mais velha, só que eu preciso ajudar em algo. - Falou. - Mas eu sou do mundo, é preciso descobrir uma forma de juntar as duas coisas.

- Que duas coisas?

- O fato de ser do mundo e meus deveres na empresa. - Falou e sorriu. - Eu não sei ficar presa, Christopher, quero conhecer bem mais do mundo todo e suas culturas, viajar todos os continentes, e não posso fazer isso presa no escritório do meu pai.

- Eu te entendo. - Disse. - Você tem uma alma muito leve, e eu não sei te ver de outra forma. Me sinto mais leve só de estar perto de você.

- Pois é, eu quero isso pra mim. Não vou ser feliz presa. - Falou e sorriu. - E você?

- O que tem eu?

- Você gosta da sua vida?

- Claro que sim. - Disse rápido. - Eu amo cantar, é minha vida.

- Não gosta da correria.

- Não. - Fiz careta. - E de ser preso. Eu sou muito preso a tudo também, queria ser mais livre, como você. - Sorri.

- Eu te entendo. - Ela voltou a deitar a cabeça sobre meu peito.

- Você aproveita tudo tão bem, e eu não posso ser assim. Tenho sempre que pensar em tudo, é complicado.

- Vive muita pressão.

- Demais. - Ficamos em silêncio um tempo. - Acho que é por isso que eu gosto da sua companhia. Você me faz querer ser assim, me faz mais leve te ver tão livre. Você tem a vida que eu queria. - Ela se afastou, enquanto me olhava nos olhos sorrindo.

- Então, a gente tem que resolver isso. - Disse e colou nossos lábios, sentando sobre meu corpo e passando uma perna de cada lado. Iniciamos beijos intensos e até românticos, delicados.

Ficamos nos beijando alí por um bom tempo. Passava as mãos pelo seu cabelo e prendi ele nos meus dedos. Dulce riu entre o beijo quando puxei ela pela cintura e bati de leve minha cabeça na parede. Nem o frio conseguiu desanimar a gente e logo minhas mãos já estavam por dentro da sua roupa. As coisas esquentaram rápido e assim que ela botou a mão sobre meu membro por cima da minha calça de moletom, eu suspirei.

- Acho melhor a gente terminar isso lá dentro, ou amanhã vamos parar no hospital. - Ri e sem avisar, peguei a pequena e levantei, arrumando seu corpo quando ela passou as pernas pela minha cintura. Entramos dentro da suíte e então fechamos a porta de vidro da varanda, para uma noite pra lá de prazeirosa.

A luz do sol invadia o quarto quando eu acordei. Nossa cortina havia ficado aberta de noite. Sorri ao sentir o cheiro gostoso que vinha do cabelo de Dulce e abracei seu corpo. O aquecedor estava ligado e a temperatura era gostosa alí dentro, o que possibilitou a incrível experiência de ver seu corpo nu logo cedo. Ela se mexeu e sorriu, depois abriu os olhos me encarando.

- Bom dia, luz do dia. - Disse.

- Bom dia. - Ela se espreguiçou e me abraçou, com o rosto corado com o elogio.

- Quer viajar comigo todos os dias pra eu acordar com essa visão diariamente?

- Como você é bobo. - Ela escondeu o rosto e riu. - Qual a nossa programação?

- Você gosta de vinho? - Perguntei.

- Eu amo vinho! - Disse se espalhando na cama.

- Então vamos degustar vinhos nas vinícolas de Santiago? - Perguntei sorrindo.

- Quer me embebedar?

- Quero. - Disse me sentando. - Você me cansou ontem, linda, que tal a gente tomar um banho juntos? - Ela fez uma carinha pensativa e então confirmou.

Sem pestanejar, fiz um movimento e peguei ela no colo, então levantei e fomos nós dois pro banheiro enorme do quarto.

Visitar as vinícolas era algo que eu queria muito. Amava um bom vinho, ainda mais no frio que estava em Santiago. Escolhemos a Errazuriz, à 16km de Santiago e com uma fama incrível.

Quando é pra acontecer... (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora