25 - Conhecendo cara a cara

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Izuku foi levado para o hospital o mais rápido possível. Uraraka o acompanhou enquanto Kirishima acabou ficando com Shindo, pois só um poderia ir à ambulância. Kirishima estava com muita raiva e ao mesmo tempo muito preocupado com seu namorado. Ele encarou Shindo que estava atrás de si boquiaberto com toda aquela situação, sem acreditar que aquilo poderia tomar tais proporções.

— Sempre admirei muito seu trabalho, a pessoa que você aparentava ser para seus fãs, mas nunca pensei que você seria um desses babacas idiotas que acham que os problemas do Izuku são puro fingimento! — Eijirou brandou, cuspindo veneno ao outro rapaz.

Preferiu quis perder seu tempo dando uma lição de moral no mangáka; saiu às pressas da editora em direção ao hospital, ele só queria ficar junto de seu amado e vê-lo bem novamente.

Yo Shindo ficou algum tempo na editora tentando processar tudo que aconteceu. O olhar de puro pavor de Midoriya ficou cravado em sua mente, isso era algo que provavelmente ele nunca esquecerá. A culpa estava dominando seu corpo por completo e não é só a culpa de ter feito o que fez, mas também de tudo que já falou e pensou sobre Izuku, imaginando que era tudo enganação.

Shindo não era a primeira pessoa e nem seria a última que age de tal forma por rotular os problemas de alguém por coisas que acha, sem jamais conhecer a realidade da pessoa. Afinal, é muito fácil julgar algo que não é você que está sentindo. Por fim, ele saiu da editora e foi para o hospital, chegando lá no início da noite.

Ele encontrou Uraraka na sala de espera. A mulher estava pronta para lhe dar um soco na cara, contudo, Shindo implorou para que ela parasse e lhe escutasse.

— Você tem demência? Como tem a cara de pau de aparecer na minha frente depois do que fez?! — questionou irritada, querendo socar seu salto na bunda do homem.

— Eu quero saber como ele está... Eu sinto muito... Eu não queria... — falou em um tom baixo, totalmente diferente do habitual.

— Não queria uma porra! Eu te expliquei tudo! Detalhe por detalhe! Você foi lá e meteu a mão nele, achando que era mentira, seu arrombado do caralho! — berrou e o agarrou pela gola da camisa, pronta para dar uma bela surra nele, porém, fora impedida pelos seguranças do local.

Ela começou a andar de um lado para o outro para se acalmar ou acabaria cometendo um crime de ódio. A personalidade de Uraraka também estava surpreendendo Shindo, pois ele também achava que aquilo fazia parte da encenação que ele tinha certeza de que ocorria.

— Uraraka, eu não fugirei da minha responsabilidade pelos meus atos, eu sei que tirei conclusões precipitadas e fiz coisas terríveis ao Deku, mas... Eu quero de verdade me retratar! — disse com sinceridade e recebeu um olhar de desdém da mulher, algo que ele nunca havia recebido.

— É? Você só quer tentar salvar sua pele para não perder a chance de fazer o mangá da novel do Deku — ela se sentou em uma poltrona e cruzou as pernas, balançando o salto na ponta do pé.

— O quê?! Eu nem estava pensando nisso! Eu estou mesmo preocupado e me sentindo mal pelo que fiz! Acredite em mim! — suplicou.

— Acreditarei em você do mesmo jeito que você acreditou em mim e em tudo que foi revelado sobre o Deku!

Ochaco sempre teve a língua mais afiada que a espada de um samurai quando o assunto era Izuku Midoriya. Ela sempre cuidará dele como pôde, ainda mais agora que Tokoyami não estava lá para lhe dar suporte. As palavras duras dela só fizeram a culpa aumentar dentro de Shindo, pois tudo que ela tinha dito era verdade.

— E-eu quero mesmo me desculpar... — murmurou com a voz falha. — Eu... não queria fazer mal para ele, me arrependo das conclusões precipitadas que tinha ao seu respeito e quero corrigir tudo que fiz, eu... eu só preciso que você me dê uma chance.

Meu estranho editorOnde histórias criam vida. Descubra agora