9 - preparativos para um recomeço

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Midoriya estava nervoso.

Esperava Uraraka chegar junto de Kirishima. Mesmo que Tokoyami tivesse lhe pedido para manter a calma e avisado que estaria ao seu lado, a ansiedade não conseguia ser controlada; sua noite de sono fora perturbadora.

Afinal, havia aceitado retornar à terapia, e isso era algo inédito até para si mesmo, que rejeitou àquilo por anos. De fato, era de conhecimento geral que ele não gostava daquilo e odiava perder tempo – antigamente, talvez, não se sentisse bem para se abrir, no entanto, agora era diferente.

Tudo porque Eijirou o fazia ter vontade de mudar para melhor. Queria poder ser mais sociável, ter mais amigos, sair com eles, todavia era tão difícil para si mesmo que a negatividade lhe invadia por completo, lhe colocando para baixo.

Eram tantos problemas o rodeando. Não aguentava mais; precisava mudar e seguir em frente. Tokoyami logo se casaria e não poderia ficar dependendo de Kirishima para sempre – nunca se sabe o amanhã; ele poderia arranjar um emprego melhor. Precisava ter a capacidade de interagir com outras pessoas.

Precisava começar a melhorar por si mesmo, não pelas pessoas. Tinha uma leve sensação de que a sociedade não lhe aceitaria normalmente, ainda mais com todas as suas manias e problemas. Não que se importasse muito com isso, já que gostava até certo ponto de ser alguém diferente, só que se ele continuasse naquela bolha, talvez passasse a vida completamente sozinho.

Deku possuía medo de mudanças, medo de perder um pouco de sua essência com isso, só que sabia que Asui era uma ótima mulher e amiga, até porque ela se casaria com seu melhor amigo, então, quem sabe a terapia com a mesma não fosse um bicho de sete cabeças como fora nas últimas tentativas que ele teve?

Precisava se conhecer melhor para enfrentar melhor seus medos.

Sempre passou a vida inteira com medo da solidão; os poucos amigos que tinha lhes deixavam com certo pânico pelo futuro – pânico porquê temia que todos seguissem suas vidas e acabassem o esquecendo, como se ele tivesse sido apenas alguém passageiro. Tinha recebido uma notícia tão boa de seu melhor amigo quando o mesmo lhe chamou para ser seu padrinho. Fumikage havia percebido que o escritor queria melhorar algumas coisas, então não demorou a chamá-lo para aquele momento importante.

Aquilo com certeza iluminou Izuku. Percebeu que o amigo nunca lhe abandonaria, mesmo que casasse e construísse uma família. Midoriya se sentiu muito acolhido, queria de alguma forma agradecer por aquilo, então estava bem mais decidido em se tratar para que pudesse ir ao casamento de ambos sem surtar.

Quando Ochaco chegou acompanhada de Eijirou, ambos ficaram surpresos com a presença de Tokoyami na casa. Não esperavam que o mesmo estivesse presente naquela situação para tratar do evento. Claro que lá no fundo Uraraka esperava sim a presença do homem.

— Antes de mais nada, eu estou aqui como amigo e advogado – avisou, vendo Ochaco cruzar os braços. — Uraraka, eu fiz um contrato..., aqui leia. Nele diz todas as condições que meu cliente e amigo Izu quer para que ele possa aceitar ir no evento.

— Isso é sério? – Ochaco nem se importava de ler várias páginas de um documento chato, só o fato de o novelista ter aceito, já lhe surpreendia. — Isso inclui redes sociais também? Acho válido, assim seus fãs vão conseguir manter contato após o evento.

— Sim, também inclui – sorriu de canto ao ver a felicidade dá mulher.

— Isso é ótimo!! Céus, eu estou tão orgulhosa de você, seu brócolis ambulante! Caralho, finalmente teus fãs vão te conhecer! Eu sonhei tanto com esse momento... – juntou as mãos e fungou, emocionada.

Meu estranho editorOnde histórias criam vida. Descubra agora