Suas mãos suavam e sua respiração estava pesada.
Sempre ficava assim quando estava perto de algum lugar que obtivesse algum médico, principalmente aqueles que tratavam dos problemas psicológicos das pessoas. Possuía um enorme trauma por conta de suas internações do passado, onde todos os profissionais lhe tratavam da pior maneira possível, como se fosse ridículo ele estar ali.
Por esse e outros motivos ele tinha medo de se tratar com Tsuyu. Tinha medo de perder a imagem que construiu da amiga durante anos. A mesma sempre fora bondosa e gentil consigo, sentia medo dela se tornar outro ser quando se tratava do trabalho.
Quando adentrou na sala, achou-a peculiar. Geralmente as salas que frequentava sempre possuía um divã e o grande estofado onde se deitava para falar dos problemas, só que ali eram pufes bem grandes, tendo só uma poltrona na frente de dois pufes, um tapete bem felpudo e uma mesa pequena de centro. Percebeu vários jogos e brinquedos em estantes, o que lhe chamou muito a atenção.
Sentada no tapete com um sorriso gentil e sapeca estava Tsuyu Asui, uma bela mulher de cabelos esverdeados que beiravam ao preto de tão escuros, olhos negros e um sorriso bem magnífico. A mesma tinha uma mania de sempre falar a palavra "gero" no final de cada frase; Midoriya achava aquilo fofo. Ela usava um terno na cor preta e possuía os cabelos amarrados em um coque.
— Que bom que você veio, Izu, eu fiz cookies para te receber – apontou para a bandeja sobre a mesa de centro. Izuku sorriu e foi até o pufe se sentar, logo sendo engolido pelo mesmo. — Como está? Ouvi dizer que você pegou um avião e deixou até mesmo o senhor Kirishima assustado, gero.
— É... eu e ele viajamos, mas não era minha intenção assustá-lo, quando eu vi já tinha feito isso. Confesso que odeio crianças, então se você tiver filhos, Asui, os treine antes de me apresentar – despejou tudo, fazendo a psicóloga rir.
— Eu sei um pouco sobre tudo, você sabe como eu sou uma fofoqueira de plantão, gero – sorriu ao ouvir o riso do escritor. Ela gostava de fazer sessões descontraídas e como tinha certa noção dos problemas de Midoriya e o conhecia para ter tal intimidade, ela conseguia se soltar mais e deixar o paciente mais à vontade também. — Fiquei sabendo que querem expor todo o seu corpinho em um evento. Creio que está nervoso com isso, gero.
— Ei, não fala assim – pediu envergonhado pegando um cookie. — Seria mais como uma convenção para mostrar ao mundo que eu sou um humano e não um hamster alienígena – colocou o biscoito na boca e agradeceu aos céus por ter uma amiga que sabia cozinhar. — Eu meio que resolvi aceitar e vir me tratar com você para não surtar no dia.
— Oh, sim. Compreendo. Lidar com pessoas não é fácil, eu mesma sofro todos os dias para pegar o metrô, gero – colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — No entanto, pessoas que te amam vão estar contigo, não precisa se perguntar. Por ora, se alguém tentar lhe atacar, pode ter certeza que Ochaco irá atacar. Eu... tenho medo dela, gero.
— Eu realmente a imagino fazendo isso – riu —, mas ainda fico assustado. Uraraka falou que seria uma boa ideia eu dizer sobre meus problemas pra todo mundo saber antes de chegar no evento, afinal, assim me pouparia de contato físico – explicou coçando seu braço direito e fazendo uma expressão estranha.
— Izu, isso não é de todo mal. Sabe, muitas pessoas têm problemas pelo mundo a fora, sabia que muitos pacientes que vêm até mim falam de suas obras, gero? – Izuku a olhou, espantado. — Elas os fascinam e os fazem se esquecer de seus problemas. Sei que usa sua escrita como forma de terapia mesmo sem perceber, coloca seus sentimentos de uma forma que muitas pessoas ficam entretidas e se esquecem de seus males. Gero.
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Meu estranho editor
Hayran KurguKirishima sempre foi apaixonado pelas Light novels de um certo escritor. Ele jamais imaginou que poderia trabalhar para o mesmo algum dia, como seu editor. O mais surpreendente nisso tudo para Eijiro, foi descobrir a verdade sobre como seu ídolo rea...