— Eu quero informações – avisou Midoriya, sorrindo malicioso.
O jovem de cabelos cinzentos piscou algumas vezes, confuso. Geralmente conseguia seduzir as pessoas rapidamente, no entanto, Izuku não era todo mundo.
— Informações sobre o quê? – perguntou com o cenho franzido.
Algumas crianças passaram correndo e brincando; seus risos foram o suficiente para irritarem ainda mais Midoriya.
— Sobre o que se faz em uma praia. Podemos conversar longe dessa areia, criança e sol infernal? Eu juro que se mais uma dessas pestes passarem por mim, eu afogo elas – falou debochado, arrancando uma risada do homem à frente.
O novelista jamais se aproximaria de alguém daquele jeito, contudo, o homem se parecia com Kirishima e estava desesperado para sair dali; por se parecer o editor, atraía um pouco, bem pouco, de confiança.
— Certo, vamos para um quiosque? – sugeriu e viu o balançar de cabeça do rapaz. ─ A propósito, sou Tetsutetsu Tetsutetsu.
Izuku arregalou os olhos e pensou: "Se eu fizer uma personagem que eu odeie muito, vou colocar um nome tão estranho quanto esse".
— Izuku – falou baixo em tom de tédio.
Eles andavam lado-a-lado, todavia, Midoriya mantinha uma distância considerável para não ser tocado. Como estava em um ambiente hostil, precisava ficar atento e colocar em prática suas habilidades ninjas que aprendeu com os anos – no entanto, suas habilidades eram falhas contra crianças e bolas perdidas.
Sentaram-se um de frente para o outro na mesa de bambu do quiosque e fizeram seus pedidos: Izuku suco de laranja e Tetsu água de coco.
— Então você não é acostumado a vir na praia e quer saber o que se faz por aqui? – Tetsu perguntou, apoiando a cabeça nas mãos.
— Não. É para uma pesquisa minha – pegou o bloco de papel e balançou na frente do rapaz, fazendo ele balançar a cabeça.
Tetsu achou aquilo peculiar, porém não falou nada. Em sua cabeça, decidiu que era normal; podia ser para um trabalho da faculdade, talvez, quem sabe. Em sua cabeça, Midoriya tinha 19 anos para baixo.
Deku começou a anotar tudo o que o homem falava, e, por um segundo, se perguntou onde Eijirou estava. Ele sequer imaginava que o editor estava o seguindo o tempo inteiro e agora estava atrás de um vendedor ambulante os olhando de longe.
Kirishima pretendia deixar Izuku livre, no entanto, ao chegarem na praia, viu os olhares direcionados ao menor; ele era muito fofo, isso era fato. Era fofo do seu jeito, porém, era.
Ficara tirando foto das coisas como Izuku pediu, mas, sem perceber, havia tirado mais fotos dos momentos de Midoriya do que qualquer outra coisa, pois a cara de frustração e desgosto do menor era algo impagável. Aos olhos de Eijirou, aquilo era algo para ser preservado. Ele fotografou o exato momento em que a bola de vôlei o atingiu; riu tanto com aquilo, porém com respeito, já que ele também acabou ficando bastante preocupado. Quando pensou em sair de seu "esconderijo" para ajudar o novelista, encontrou o rapaz de mechas cinzas quase o devorando, coisa que Deku provavelmente não notou.
Ficou chocado e sem entender o motivo de Izuku ir ao quiosque tão fácil, contudo, notou a cautela de Midoriya para não ser tocado durando o trajeto. Obviamente o seguiu, afirmando em sua cabeça que não estava com ciúmes e que aquilo tudo era para o proteger caso algo ocorresse.
Deku tirou seu boné, deixando a franja cair sobre seu rosto e tampar sua visão. Tetsutetsu riu, achando graça de tudo. Tirou a presilha do bolso e prendeu o pedaço de cabelo de qualquer jeito, amaldiçoando Kirishima por não estar lá para fazer aquilo por ele. O homem de cabelos cinzentos achou o menor ainda mais atraente e fofo após ter tirado o boné, se surpreendendo com a cor de seu couro cabeludo que parecia ser natural.
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Meu estranho editor
FanfictionKirishima sempre foi apaixonado pelas Light novels de um certo escritor. Ele jamais imaginou que poderia trabalhar para o mesmo algum dia, como seu editor. O mais surpreendente nisso tudo para Eijiro, foi descobrir a verdade sobre como seu ídolo rea...