capítulo 3

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Me sentei no único lugar vazio em silêncio, assim como todos ali presente; Rhysand foi quem se pronunciou:

—" Bom dia, eu sou Rhysand grão senhor da corte noturna e essa é Feyre minha grã senhora, e você quem seria?"

como assim ele me sequestrou e não sabe quem eu sou?, provavelmente minha dúvida ficou estampada porque como resposta a Feyre quebradora de maldições disse:

—" para que voce entenda melhor, minha irmã Nestha" - ela apontou para a fêmea a minha frente com uma expressão tão dura quanto gelo e tão ereta quanto uma régua, —" sonhou com você e seu pedido de ajuda, devido aos acontecimentos fomos em busca de te ajudar a se libertar de Hybern, mas não sabemos quem voce é ou nada sobre você, apenas ajudamos por boa fé"-
boa fé ao inferno, tinha algo que não estava sendo dito então eu daria meu jeito mas naquele momento seria gentil apenas para não representar ameaça:

—" Meu nome é Claryssa Deverraux, e eu tenho aproximadamente 3.587 anos, se eu não tiver me perdido no tempo em que estive naquela maldita caverna."

os olhares pasmos eram claros provavelmente pela minha idade já que eu não aparentava mais do que  20anos humanos, então eu ouvi todos os pensamentos ali "o que ela é?", "como pode ter essa idade e essa aparência?"  exeto da baixinha com cabelos negros ela não pensou em nada que eu pudesse ouvir, se quer tirou os olhos de mim como se soubesse no mesmo instante quem eu era. Então para os murmúrios de pensamentos pararem de me atormentar eu disse:

—" Eu tenho 3.587  anos e não envelheço porque sou imortal" - os olhares então mostravam que tal coisa nunca tinha sido visita por eles, exceto novamente pela fêmea de cabelos escuros, olhei em seus olhos novamente e a tenção que se prendeu em todos me fez perceber que eles viram as trocas de olhares, então eu perguntei:
—" você lembra?, sabe quem eu sou, certo?" - ela apenas acenou positivamente sem tirar os olhos de mim —" achei que não fosse me reconhecer, você era só uma criança quando eu te vi a primeira vez Amren."
—" de onde se conhecem?"- um Illiryano forte, robusto, e aparentemente bruto e grosso quem perguntou.

—" Eu salvei a vida dela mais vezes do que ela goste de admitir", Amren então sorriu com sarcasmo e retrucou —" não é disso que eu me lembro na guerra" - todos ali estavam tensos com a situação então ela cometou: —" Mas a fêmea na frente de vocês foi quem me ensinou o que eu era e como viver com isso a meu favor"
—" e a aluna supera sua professora pelo que posso notar" respondo. Todos olhares vacilam entre nós duas, até que eu digo finalmente a pergunta que ninguém fez mais não deixa de coçar em suas mentes: —" eu sou algo que creio que não conheçam devido as suas idades, eu sou uma Valkiria, na verdade eu fui a chefe do batalhão quando ele ainda existia antes da guerra e da minha prisão"- os olhares de todos era de admiração e medo, no entanto Feyre me insentivou a continuar falando com um gesto de mão, e assim eu fiz: —"lutei na guerra e fui sequestrada por Hybern por meus poderes e pelo o que eu sou, conseguiria derrubar todos aqui juntos apenas piscando os olhos e Hybern queria esse poder sob seu controle as runas nas paredes da caverna não eram de contenção apenas para me prender, também era de controle para comandar meus poderes."

—" e que poderes seriam esses tão importantes que você não diz quais são"  Rhysand diz num tom autoritário de grão senhor como se uma ordem para que eu falasse o que eu era, a minha única reação foi rir em escárnio, sob o tremor dos outros presentes na sala e pela surpresa em seu grão senhor quando eu sequer movi um músculo e ainda ri da sua cara, então ele ousou expandir seus poderes na intenção de causar medo em mim o que me fez gargalhar alto e o deixar irritado então levantei do meu acento e disse: —" você quer jogar? ótimo mais vai perder!"- e com um estalo de dedos todo poder dele que serpenteava pela sala de jantar se encolheu e curvou- se a mim e assim eu o dissipei, ergui uma sombrancelha em demonstração de como eu era mais forte e ele ficou pasmo, sem reação assim como todos ali que formavam um o perfeito com a boca, então eu me virei para saída e terminei: —" eu sou a escolhida pela mãe para ser sua herdeira, sou a rainha do caos, da criação e da destruição"- dito isso virei pra observar seus rostos pálidos em choque puro e medo genuíno —" Eu não me ajoelho diante de ninguém, e se ousar falar novamente comigo de tal maneira não vai mais ter garganta para falar nada." - dito isso uso um movimento de mãos para fazer a porta se abrir e saio com a cabeça erguida, só quando chego ao meu quarto percebo que não me alimentei e estou fraca pela magia usada. Chamei Cerridwen pelas sombras para trazer algo para mim comer e assim ela fez. Me alimentei e sai pela casa perambulando, até encontrar um jardim um tanto quanto sem vida devido a época do ano, estendo as mão e forço meus poderes de luz a darem vida e cor ao jardim, quando abro os olhos esta a minha frente o jardim mais vivo e belo que já existiu e a fêmea atrás de mim esboça isso claramente.Ela parou do meu lado e disse: —"Você pode me ajudar com algumas coisas no jardim?"

—" vai ser um prazer poder ajudar"- e assim passamos a tarde mexendo em flores, plantas medicinais, ensinei tudo que pude sobre a natureza a ela que me olhava maravilhada sobre como eu me dava bem com as plantas. Em algum momento da tarde Amren apareceu no jardim e me chamou para conversar,
— Rhys quer se redimir pelo modo como te tratou mais cedo, então você foi chamada para o jantar e depois a ir ao Rita's conosco..." - ela estava prestes a sair quando se virou novamente e disse —" ele está realmente arrependido, estava irritado hoje e descontou em você, seja gentil por mim, você gostaria muito de Valeris e do Rhys se der uma chance para um recomeço"- antes de ela sair eu me levantei, virei para ela —" Eu gosto de Valeris, e vou pensar sobre o macho" - um sorriso ladino despontou em seus lábios e assim ela se foi.
Depois de Amren nos deixar conversei um pouco mais com Elain até a noite cair, logo após fui ao meu quarto sentia meu poder do caos queimando minha pele e uma crise de pânico adentrando minha mente e se estabelecendo nos meus ossos, eu não vou conseguir controlar, preciso extravasar por para fora. E novamente eu sai me dirigindo a parte de trás da casa encontrando um centro de treinamento, meus ossos doíam, meu sangue queimava como fogo, minha mente estava ficando turva; Não aguentaria por muito tempo, quando senti meus olhos mudando do verde ao vermelho fogo não me contive, me deixei levar ao mesmo tempo que soltava um grito tão alto que as montanhas pareciam balançar e deixei fluir todo aquele poder em direção a uma floresta alí perto para não destruir o centro de treinamento. Quando minhas pernas fraquejaram e meus joelhos tocaram o chão sentia minha mente sendo limpa, estava recobrando o controle, o cheiro de madeira queimada e a sensação de terra sem vida tocaram meus sentidos me fazendo só então perceber o estrago ali feito; Arvores por quilômetros queimadas, não incineradas totalmente destruídas e o chão que outrora era verde e vivo com grama alta agora era um marrom escuro tão sem vida quanto o restante, e então eu sabia que nada mais florescerá ali não depois de ter tirado a vida desse local. Me levantei e limpei o vestido tentando tirar a terra e falhando miseravelmente, e quando me virei estavam lá todos unidos observando meu descontrole total não ousei dizer uma palavra se quer apenas levantei o rosto e vesti minha mascara da expressão de gelo e segui passei pelo meio deles enquanto me olhavam abismados.
Subi ao meu quarto entrei no banheiro e chorei, como nunca havia chorado
   FRACA
   FRACA
   FRACA

Era isso que eu era uma fraca miserável sem controle, um monstro que não merecia um recomeço deviam ter me deixado naquele buraco para morrer e definhar como a aberração que eu sou. Lágrimas desciam desesperadamente em meu rosto molhando todo o vestido, me levantei ainda em prantos tirei toda a roupa e adentrei a banheira enorme, chequei em todos os locais se não estava sendo vigiada e até mesmo nas sombras e só então eu as deixei sair, as liberei de sua proteção, minhas asas. Diferente dos Illiryanos as minhas eram como as dos Serafins, com a única diferença de serem vermelhas como meus olhos e rodeadas de fogo quando eu estava utilizando meus poderes do caos; Então eu relaxei cada músculo agradecendo pela água quente e quando as asas tocaram a água um arrepio percorreu meu corpo com o choque de temperatura, e então a paz do silêncio e da calmaria adentraram minha mente me entregando ao sono.

Corte de Anjos e Demônios [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora