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twenty three

O silêncio estava desconfortável dentro do escritório do rei.

Jacques estava sentado atrás de sua mesa e Castiel estava a sua frente, também sentado.

O rei tomou um grande gole de sua bebida antes de falar.

- Como Ava está? - Perguntou tentando conter as emoções.

- Morta. - Respondeu o Fush, ríspido. - E é por isso que estou aqui.

Jacques ergueu uma sobrancelha o olhando e avaliando os cenários em sua cabeça, ele pode tentar pedir dinheiro, exigir uma coroa sob sua cabeça, as opções eram muitas mas ele não conseguia ver nenhuma delas com Castiel pedindo isso.

Mesmo não o conhecendo, ele parecia ser o tipo de pessoa que era honesta.

- Ela queria que eu o conhecesse. - Castiel falou. - Esse foi o último pedido da minha mãe e eu estou aqui para cumpri-lo.

- É muito nobre da sua parte vir da Alemanha... - Ele foi interrompido.

- Estamos em Paris a quase seis anos. - O corrigiu tenso.

Jacques piscou como se tivesse levado um choque, sua Ava estava aqui a quase seis anos? Por que não havia ido vê-lo? Essas e mais perguntas rodavam sua mente, mas a principal era que Ava estava em Paris a quase seis anos.

- Por que saíram da Alemanha? - Perguntou ainda em choque.

- É uma longa história. - Castiel respondeu desconfortável, obviamente não querendo contar a história de sua vida.

- Temos tempo.

Do lado de fora, Castiel e Jacques conseguiram ouvir o barulho de alguém mexendo na porta, o Fush foi mais rápido, se levantando na cadeira e andando na direção dela mas, quando tentou abrir, nada aconteceu.

Está acontecendo agora, ele pensou.

- É. - O rei falou. - Acho que temos bastante tempo.

- Por que não está preocupado!? - Castiel praticamente gritou frustado.

- Não é a primeira vez que acontece. - Jacques deu de ombros. - Tenho certeza que logo meus guardas vão nos achar.

O Fush, irritado, socou a porta.

━━✥◈✥━━

Eram apenas alguns segundos distraída para que tudo acontecesse tão rápido. 

Em um minuto a dança estava perfeito e no segundo seguinte todos começaram a lutar, Katherine estava se sentindo irritada com isso enquanto lutava contra dois homens.

Ela socou o primeiro e, enquanto ele estava desnorteado, agarrou sua espada e começou a lutar contra o segundo. O primeiro voltou e ela lhe deu um chute na barriga, mas o homem número 2 estava tentando lhe dar uma chave de braço.

Com um impulso ela se curvou e o jogou no chão, pisando em sua barriga e lhe dando um chute no rosto. O primeiro homem veio novamente  e Katherine apenas enfiou sua espada de uma vez nele.

A princesa jogou o cabelo para trás e foi ajudar os outros. 

Savannah parecia muito bem sozinha, já havia nocauteado três dos soldados do Conde e Thomas não estava nem um pouco atrás, ele havia jogado um dos homens pela janela a alguns minutos.

Mas Logan parecia estar com problemas quando quatro dos soldados o avistaram lutando sozinho. Katherine foi ao seu encontro, cortando a perna de um dos homens para tirar a atenção de seu...amigo.

No outro lado do salão, Louis tentava defender sua noiva e a dama de companhia da princesa.

Mesmo estando machucado, o filho do Conde lutava bem.

Coralie, sempre que dava, espetava a ponta envenenada de sua bengala em algum dos homens que lutavam pelo seu sogro.

Até que um dos homens se aproximou furtivamente de Dominique, que entrou em pânico e pegou a coisa mais próxima para lutar, sendo a bandeja que antes estava cheia de frutas para lhe bater.

Foi um golpe certeiro na cara do sujeito e ela o havia dado sem nenhuma piedade.

O salão inteiro estava tão bagunçado em todo o caos que nem ao menos perceberam o Conde de Clermont tirar o príncipe de lá.

Ninguém, exceto Amber havia percebido.

A Wontorf começou a correr na direção em que eles foram porém um dos homens percebeu para onde ela estava indo e a impediu.

- KATHERINE! - Amber gritou tentando se livrar do sujeito, a princesa se desviou de um golpe de espada e a olhou. - LÁ FORA, O PRÍNCIPE!

Ela havia entendido.

Katherine correu para fora sem se importar com mais nada além de seu irmão e, por sua ação mal pensada, ela quase havia sido morta por um dos soldados do Conde.

Mas Louis conseguiu tirar a espada do homem antes que a acertasse, a loira arfou surpresa.

- Obrigada. - Ela falou antes correr para longe.

━━✥◈✥━━

- Você não vai se safar tão fácil assim. - Chuck falou.

Ele e o Conde estavam dentro da cabine que subia, nas passagens secretas do castelo, o príncipe estava apenas esperando a melhor hora para atacar.

Clermont apenas riu de suas palavras.

- E quem vai vir atrás de mim? - Sua voz saiu cheia de ironia. - Os guardas?

- Obviamente. - Charles respondeu.

- Se eles não quiserem receber o pagamento, eu suponho que sim, virão atrás de mim. - Disse Clermont. Os olhos de Chuck arregalaram, ele havia subornado os guardas?

O príncipe respirou fundo tentando manter a face sem emoções além de confiança.

A cabine parou de subir, o Conde pegou no braço de Charles e o escoltou entre os corredores.

- Não é como se eu precisasse deles para lutar contra você. - Chuck disse antes de dar uma cotovelada no estômago do mais velho.

Antes que o Conde retribuísse o favor, Charles o socou e roubou sua espada. Clermont apenas riu de levantando.

- Eu também não preciso dos meus para lutar contra você. - Clermont falou sacando a arma de dentro da roupa. Charles ergueu as mãos em rendição mas não soltou a espada. O Conde chegou mais perto. - Largue a espada.

Chuck se abaixou e fingiu que iria colocar a espada no chão mas, ao invés disso, ele deu um rasteira no mais velho.

Clermont caiu no chão em um baque surdo e quase largou a arma, o príncipe sentou em sua barriga e colocou a espada no pescoço dele.

- Se renda agora e talvez saia impune de seus crimes. - Charles disse.

- Eu tenho uma ideia melhor. - Ele falou e Chuck ergueu uma sobrancelha. - Você morre e eu saio impune e governando.

Dito isso, Clermont agarrou a arma em sua mão com mais força e bateu no rosto do príncipe com ela.

Charles caiu ao lado dele e o Conde finalmente pode respirar mais facilmente. Clermont agarrou o corpo inconsciente do príncipe e continuou andando pelos corredores até seu destino.

A torre mais alta do castelo.

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