Capítulo 4 - PARTE 3

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Sally

Credo, que sono! Contei, uma, duas.., três passadas de água da torneira no rosto, mas não dava pra disfarçar. Aff!

Sábado foi meu dia e só agora estou começando a sentir os efeitos dele. (Menstruação...Preciso falar mais alguma coisa? Que dor de cabeça...e que vontade de cair na cama de novo...) Gemi brava.

Esfreguei minhas bochechas com um jato gelado mais uma vez. Não posso! Hoje a semana começa de novo e as tarefas retornam!

Procuro rapidamente em minha necessaire um remédio para dor. Me deparo com alguns. Para cólica ou para cabeça..? Não sei nem mais onde dói! Aff, vou tomar os dois!

Descendo a escadaria principal, fui direto pra cozinha. Lá, Maya ainda tomava café.

— Bom dia, Maya. Achei que estava a caminho da universidade. Nicolae e Lorie já foram?

Ela me notou em seguida sorrindo e respondeu;

— Eles já. Também pensei que iria com eles, mas não consegui me distanciar do café essa manhã — ela apontou com a cabeça para dois copos de leite cheios na mesa a sua frente — Mas não se preocupe, eu deixei bebida pra você.

— Amém! — dei risada e me servi de um pouco de leite. Me sentia dolorida e embrulhada de dor, o que não me deixava com muita fome. Tomei alguns goles do líquido da minha caneca enquanto me sentava à mesa.

— Você não me parece muito bem, Sally...

— É porque não estou...Desde sábado que estou naqueles dias...

De repente, me via levantando a cabeça para olhar minha amiga diretamente nos olhos; Eles quase formavam lágrimas enquanto ela soluçava;

— Eu também...

— May- — não consegui conter meu riso.

— Desculpe haha estou emotiva — enxugou as bochechas.

Desde a semana passada, eu e minha amiga finalmente estávamos acertadas. Estávamos em sincronia novamente, até nossa feminilidade concordava. Era estranhamente divertido. Ao menos eu havia recuperado meu humor com nossa coincidência. Bem.., era o que eu achava.

Uma voz familiarmente irritante nos interveio;

— As Coitadinhas ainda estão aqui?

— Não nos vê aqui? — retruquei. Ele era a cereja do bolo que faltava para minhas emoções explodirem.

— Perfeitamente bem, na verdade. Que sorte a minha — piscou insolentemente para mim. Um brilho escuro e diferente em seus olhos brilhava enquanto passavam por mim e Maya. Pensei ter visto um tom rubi quase familiar de alguma forma por mim, mas breve, devia ter sido apenas a iluminação.

— Não se preocupe, Drogo. Não estamos atrasadas, eu levantei cedo e aprontei sua irmã antes de tomar café. Daqui a pouco nós também já vamos — Maya ressaltou.

— Então este é um privilegiado dia para vocês, Coitadinhas.

— Do que está falando? — o atropelei.

— Supus que gostariam de uma carona.

— Aceit-

— Maya! — a interrompi, em seguida resgatei os olhos do Drogo — Desde quando é tão gentil assim?

— Não estamos atrasadas, mas não queremos ficar, certo? Uma carona não fará mal a ninguém — Maya respondeu.

— A loirinha tem razão, Coitadinha. É apenas uma humilde carona da minha parte — sorriu não humilde. (Ata, como se fosse possível para você!)

Enfeitiçados pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora