Capítulo 8 - FAMILIARIZANDO O DESCONHECIDO

72 9 0
                                    

Sally

O restante de fim de semana fiquei estudando magia como também resolvendo como limparíamos o estrago no meu quarto. Por sorte, pude contar com Nicolae para resolver esse problema e com Maya para me consolar, já que ela também estava em uma situação parecida com a minha.

Como consequência, mal pude pegar na lição da semana passada e agora eu andava preocupada com os testes que viriam na faculdade. Mas eu tinha feito uma escolha e eu sabia que era necessário segui-la no momento. Eu iria aprender a equilibrar minhas realidades.

Era estranho olhar para as minhas amigas, eu ainda tinha muito que aprender e acho que verdadeiramente ia com elas. Sarah fazia perguntas para mim e Maya que diziam muito sobre o que ela mesma pensava, por outro lado, Isabel abraçava todas as ideias.

De repente, Sarah se mostrava inquieta, apertando os braços cruzados.

— Que meus ancestrais me perdoem, mas não posso deixar de perguntar: O que aconteceu com o seu braço!? — apontou para a parte superior do meu braço esquerdo. Todas nós franzimos a testa curiosas.

Torcí um pouco a cabeça para o lado do meu ombro para verificar e entender do que ela estava falando. Haviam dois pequenos cortes quase cicatrizados ali. O incidente de ontem me recorreu na memória. Eu olhei para ela com os ombros encolhidos e disse:

Maya

— Eu não tinha reparado, mas devo ter me cortado com vidro sem querer — Sally citou encolhendo os ombros de indiferença.

— Vidro de onde? — Sarah questionou, assustada.

— Ontem eu tive meu primeiro contato com minha magia...Eu senti emoções fortes e minha visão ainda era muito nublada sobre o que estava acontecendo ao meu redor no fim de semana. Foi difícil compreender Edda energia que estava escondida até pouco tempo atrás dentro de mim, mas com a sobrecarga sentimental eu finalmente me conectei aquilo que eu achava impossível de possuir...Então... — Então..? — Sarah interrompeu ligeiramente enquanto Sally tentava prosseguir o raciocínio — Nessa primeira experiência, eu acabei exagerando na posse desse poder e quase que sem controle, por um momento de tensão, as janelas se quebraram em vários cacos ao meu redor.

— Você conseguiu repelir os outros? — Isabel procurou indicios de outros machucados, abalada.

— Não...Por incrível que pareça, Drogo estava lá na hora certa para me tirar do meio do quarto antes que o vidro pudesse me atingir por completo!

— Que conveniencia...No seu quarto, uh? — Sarah colocou a mão na boca mostrando seu desespero.

— Foi um sinal de bom presságio, Sarah — Isabel balançou o braço da amiga, divertida com a situação.

— Sinal que podemos contar com eles — sorri para Sarah fazendo com que ela esbanjasse um pequeno riso também antes de elevar os olhos para o alto e desistir de prosseguir com seus montes de argumentos contra:

— Se algo dançar, o mínimo que pareça, sintam-se abraçadas e convidadas para ficar na minha casa... — Sarah voltou o olhar para Isabel que a olhava atenciosamente — É isso — completou sem mais delongas. Isabel balançou a cabeça com a teimosia da amiga:

— Qualquer coisa que precisarem, contém com a gente, tá bom?

— Fechado — nós concluímos, atentas as mínimas reações de cada uma.

Sarah disfarçadamente guardou seu belo e discutível medalhão pendurado no pescoço debaixo da regata branca que estava vestindo e a conversa prosseguiu até que nos separássemos em duplas para acompanhar o cronograma de nossas respectivas aulas.

Enfeitiçados pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora