Maya
A caminho da primeira aula, Peter e eu nos separamos de Sally antes de seguirmos nossos próprios rumos depois que ele me acompanhasse ao auditório onde seria a minha aula. Não estava sozinha, Sarah e Sabrina participariam da minha, mesmo assim, Peter insistiu em me acompanhar.
Nossa reconciliação estava dando frutos; ao menos uma amizade leve e contínua.
Atravessando a porta, virei para trás para sinalizar simpatia ao meu lindo melancólico acompanhante. Poucas vezes o via sorrir, quando seus lábios esticavam singelos, era adorável receber seu carinho oculto. E eu o correspondia mutuamente.
Suspirando eufórica com nossos pequenos gestos discretos, cruzei o olhar rapidamente com o de outro alguém. Loan Huxley. Ele estava sentado em um canto alto de uma das mesas do espaço, mordendo uma caneta qualquer. Seus olhos azuis seriam brevemente ignorados por mim se não fossem suas sobrancelhas grossas enrugando sua testa e um sorriso carnívoro em sua feição.
Joguei minha franja para bloquear a visão ao meu lado. Me apressei em achar um lugar vago perto de Sarah.
— Caramba, esses olhares... — Sarah notou.
— Pois é, fazia um tempo que eu não o via, espero que não se aproxime muito em breve... — me sentei, sentindo-me incomodamente pesada.
— Loan? — Sarah pareceu brevemente desconectada — Não se preocupe, a namorada dele é constantemente passada a perna por ele, mas quando se trata de honrar seu posto de estudante, ela não se desgruda dele, o colocando para estudar e ficar junto dela durante um bom tempo!
— Bem, de qualquer forma ainda não é de preferência minha que ele fique trocando olhares comigo. Ou qualquer outra coisa vinda dele!
— Sim. Em compensação com o Peter... — minha amiga arqueou uma sobrancelha desdenhosa.
— Ah, você estava falando do Peter no começo...Entendi — organizei meus papéis sobre a mesa — Sarah, é normal que Peter e eu estejamos nos dando bem e que ele me acompanhe até o auditório, afinal os Bartholy tem tanto apego por mim e Sally quanto você por trabalharmos na mansão deles.
— Isso, tirando o fato de que algo além de profissional claramente está rolando entre vocês duas e os dois universitários Bartholy — cruzou os braços e me mirou com uma faceta maliciosa. Dito isso, eu afirmei a mim mesma, corando:
— Quem sabe...
A família de Sarah tinha algo com a dos irmãos Bartholy e seus ancestrais definitivamente enraizaram o conflito nos caules de seus frutos descendentes. Sarah ainda emitia essa energia rebelde sobre isso. Eu só me perguntava se essa extrema rebeldia era ilusão de um trauma ou se realmente ainda poderia ter motivos para continuar ativa.
Uma vez perto do Peter senti uma aura distinta vinda dele, uma que refletia certamente sua personalidade melancólica porém de um jeito muito mais impactante. Ao mesmo tempo, certa vez, senti algo semelhante na Sarah só que tinha um toque mágico. Poderia ser o que senti ser apenas momentâneo como amiga deles ou mais que significante?
Era uma dúvida da qual eu teria de guardar comigo até que talvez um dia eu descobrisse intimidade suficiente para explorar mais da questão. Por enquanto, tudo me parecia normal com Osborne e os irmãos Bartholy, exceto minha habilidade anormal de ver o que ninguém mais vê, por isso continuaria de lado nenhum dos dois times e relativamente neutra. Eu era a amiga confortável sobre suas relações que mantinha um pé atrás sobre tudo e todos, com adoração a qualquer coisa que fosse relacionada a um misterioso e talentoso pianista. Mas até quando eu poderia manter minhas perguntas apenas contidas em meus pensamentos?
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Enfeitiçados pelo Destino
FanficEssa é a versão que costura as principais novelas do universo de Mystery Spell, original de Claire Zamora e Studio 1492. Sinopse: Após a morte repentina de seus pais, Sally Wilson, uma das protagonistas dessa novela, arranja um trabalho de babá e...