Primeiro contato

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13 de fevereiro de 2005
Forks, Washington

O carro velho de Sam Uley cheirava a tabaco e cerveja. A jaqueta que ele tinha deixado no banco de trás estava molhada e exalava odor de umidade. Um fraco perfume de mulher também estava por todo o lado. Sam e Leah provavelmente estiveram presentes e muito inspirados no carro até que ele a deixou em casa e viemos comprar cervejas para assistir um jogo de basebol.

Apaguei o cigarro e joguei o restante no painel do carro, abri uma lata de cerveja observando a movimentação ao redor. O estacionamento do mercado estava vazio considerando o horário, um pouco antes das nove da noite e Forks já estava recolhida. As pessoas não costumam andar por aí em trajes típicos de inverno congelando até os ossos. Estávamos no final do inverno e a neve não tardaria a acabar.

Sam estava dentro do mercado adquirindo mais cervejas e alguns salgadinhos. Tínhamos saído de Reserva há pouco menos de uma hora e os caras estavam esperando pela gente na casa do Vince. Noite dos caras, o Sam disse.

Um carro pomposo estacionou ao lado do Ford de 1990 velho do Sam, era um carro prata e com toda certeza mais caro do que o velho Del Rey de tintura gasta. Um homem e uma mulher desceram do carro, ambos muito bem vestidos e pálidos como a morte. O homem loiro e a mulher morena de cabelos curtos. Meu corpo todo se arrepiou, meus punhos se fecharam automaticamente, o que me surpreendeu. Encarei os dois durante todo o caminho que fizeram até a entrada do mercado, ao chegarem próximo das portas duplas, Sam se aproximou com dois fardos de cerveja na mão e uma sacola na outra, o homem encarou Sam por alguns instantes antes de sutilmente colocar a mão na base da coluna da mulher ao seu lado e a empurrar para dentro do estabelecimento. Sam o encarou de volta.

Todo o meu corpo estava tenso. Parecia que alguns músculos que desconhecia estavam adormecidos até aquele momento. De repente, me sinto quente e pronto para quebrar alguma coisa como se estivesse me preparando para entrar em uma luta de rua.

Sam abriu a porta do carro e jogou as cervejas e a sacola no banco de trás, entrou e fechou a porta com a mesma postura que eu provavelmente estava.

— Quem são eles? — Pergunto, ainda encarando o casal pelas janelas de vidro. Sam também os encara.

— Eu não os conheço. — Ele segura o volante com ambas as mãos, seus dedos ficando brancos. — Mas tenho a impressão de que não são boa gente.

— Você também sentiu? Eles parecem...

— ... Sinistros? Sim, eu senti!

Ficamos mais um tempo parados no estacionamento até que o celular de Sam começou a apitar e eu poderia apostar um rim que era Vince querendo saber das cervejas. Era véspera dos dias dos namorados e Vince carregava o legado dos seus irmãos mais velhos de festeiros nesta cidade pacata. Cervejas, basebol e um pouco de conversa fora seria o atrativo desta noite, mas na noite seguinte estava programado muitos barris de cerveja, várias bebidas alcoólicas e muitas garotas de Port Angeles. Desde que se mudou para Seattle para estudar em Seattle Central College, uma universidade comunitária em Seattle, Vince não apareceu em Forks por pelo menos três verões, até agora. A festa do dia dos namorados com toda certeza faria o chefe Swan levantar sua bunda da poltrona e correr com sua rádio patrulha para averiguar toda a agitação do local.

Sam levou o carro até a rua da casa de Vince e de longe já se podia ouvir os caras rindo e ofendendo uns aos outros, eram três pessoas dentro da casa, Vince estava entre elas.

— Estou me perguntando se vai ser uma boa ideia isso. — Comento, puxando um fardo de cerveja ao mesmo tempo em que abro a porta do carro. Sam sai junto comigo, pegando o restante das coisas. — Billy vai arrancar o meu couro se o chefe Swan ligar pra ele. — Reclamo, acendendo um cigarro conforme nos aproximamos da entrada da casa. Sam da uma risada debochada, jogando as sacolas e o fardo de cerveja em seus ombros.

𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora