𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚

| second season | frente a frente

Magnus Black

A floresta ao redor de Forks sempre foi meu refúgio, um lugar onde eu podia respirar sem sentir o peso do mundo sobre meus ombros. Mas hoje, o ar parece denso, e cada passo que dou em direção à clareira atrás da casa dos Cullen é como carregar uma tonelada de pedras nas costas. Eu sabia que esse momento viria. Era inevitável.

Alina.

Um ano e meio. Esse foi o tempo que fiquei longe dela, mas não porque eu quis. Depois de sua transformação, eu não podia arriscar trazê-la de volta para Forks. Ela era uma vampira recém-criada, incontrolável, um perigo para meu povo. Minha função como alfa é proteger os quileutes, e a presença de Alina aqui poderia destruir tudo pelo que lutei.

Eu não a deixei porque quis. Eu fiz o que achei que era certo. Mas isso não torna mais fácil o fato de que ela me odeia agora.

A clareira está logo à frente, e eu já consigo sentir o cheiro familiar do frio, do gelo que se mistura ao perfume sutil de Alina. É um cheiro que me atinge como uma onda, despertando lembranças que preferi enterrar.

Quando eu a deixei em Denali, não disse adeus. Não poderia. Eu não tinha palavras para explicar a ela que não era sobre nós, mas sobre proteger aqueles que dependem de mim. Naquele momento, meu dever com a matilha vinha primeiro. Mas agora, depois de tanto tempo, estou voltando para encarar o que deixei para trás.

Alina está ali, no centro da clareira, seus olhos como lâminas prontas para cortar. Seu corpo emana uma frieza que contrasta com a raiva que vejo em seu rosto.

— Magnus, — ela diz, a voz tão fria quanto seu toque.

— Eu te esperei na sua casa, mas você não apareceu. — respondo, mantendo meu tom firme, mas por dentro, sou um caos.

Seus olhos me perfuram, e sei que ela não vai deixar isso passar. O azul cristalino de antes foi substituído pelo dourado de caça. Pelo menos é assim que Jake e os meninos costumam chamar. Ainda assim, é melhor do que o vermelho vivo de quando ela acordou. O ressentimento é palpável, como uma tempestade prestes a explodir.

— Um ano e meio, Magnus. Um ano e meio sem uma palavra. Me deixou lá, sozinha, com os Denali, como se eu fosse um monstro que você não podia encarar.

Minha garganta aperta, mas eu me forço a olhar para ela, sem fugir dessa vez.

— Eu não tive escolha, Alina. Você sabe o que acontece com vampiros recém-criados. Eu... eu não podia arriscar você em Forks. Não podia colocar meu povo em perigo.

Ela dá um passo à frente, o rosto agora mais próximo do meu, a dor transbordando de seus olhos.

— Você acha que eu não sei disso? Acha que eu não entendo o que você tentou fazer? Mas o que você fez comigo, Magnus, foi pior do que qualquer coisa que eu pudesse ter feito aos quileutes. Você me abandonou quando eu mais precisava de você!

Suas palavras são uma lâmina afiada que corta direto no meu coração. Eu sabia que ela se sentiria assim, mas ouvir isso dito em voz alta torna tudo muito mais real.

— Eu não abandonei você, — tento dizer, mas minha voz vacila. — Eu estava tentando proteger você... e a mim. E o meu povo. Se você tivesse perdido o controle...