𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚

Querida Grace

Magnus Black

Cinquenta e nove mensagens não respondidas, vinte e duas ligações não atendidas, quatro dias longe de Forks. Quando acordei aquela manhã na ensolarada Oklahoma City, o céu estava bonito, em nenhuma nuvem capaz de mudar o tempo drasticamente de uma hora para outra. Eu não tinha conseguido dormir direito naquela noite, passei quase todas as horas do dia pendurado no telefone desde que pousei em Oklahoma tentando falar com Alina. Mas, todas as tentativas foram seriamente frustradas. Embora Jacob e Paul não me dissessem muita coisa sobre o "sumiço" dela, eu sabia que tinha algo errado. Mas eu não podia voltar correndo sem arrumar tudo o que tinha que fazer aqui. Começando, por ela, Grace. Minha adorável e doce noiva.

— Magnus... — A voz doce chama, vindo em minha direção.

Ela segura uma jaqueta jeans em sua mão direita no mesmo momento que tenta equilibrar a bolsa pesada em seu ombro. Eu me aproximo rápido, pegando a bolsa da sua mão.

— Vou te levar até o aeroporto. — Ela nega, um sorriso triste em seu rosto. Os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo a deixam com um ar sério e triste.

— Não será necessário. — Ela me passa sua bolsa, mas mantém uma distância relativa de mim. — Phillipp ficou de me pegar aqui.

Meu celular vibrou em meu bolso e acendeu a tela. Uma mensagem nova.

— Phillipp viajou até aqui? — O celular vibrou novamente, mais uma mensagem.

— Ele já deve estar perto. Vamos pegar o avião juntos. — Phellipp é o seu primo. Eles cresceram juntos em New England, onde conheci Grace e onde ficamos juntos pela primeira vez. Desde então, após longos cinco anos, Grace esteve ao meu lado e estávamos de casamento marcado. Desde que sai de Forks, ignorei o meu mundo sobrenatural e abracei o meu lado humano com afinco. Antes dela, foi difícil manter o controle depois que fui embora de Forks. O lobo estava sempre chamando para vir a tona, sempre rosnando e tentando sobrepujar minha pele.

— Tudo bem, você decide. — Digo, desbloqueando o celular. Naquele momento, antes que eu pudesse ver as mensagens, meu celular tocou e o nome de Alina apareceu na tela.

— Então é ela? — Grace inclinou sua cabeça na direção do meu celular e viu o nome de Alina na tela. Ela fez uma careta desgostosa. — Alina... Quantos anos ela tem?

Deixando-a para trás, me viro me aproximando da janela e atendo sua ligação. Eu esperava ouvir alguma coisa de Alina desde que cheguei.

"Hei, você." O som abafado do outro lado me deu a impressão que ela estava em um lugar cheio de gente. "Tudo bem por ai?"

"Ei, Magnus." Não foi a voz de Alina que disse do outro lado, era Paul. O que ele estava fazendo com o celular de Alina?

"O que você..."

"Precisamos que você retorne o quanto antes." Ele me interrompeu antes que eu pudesse interroga-lo. "Alina precisa de você!"

"Por que ela não me disse isso?" Tento falar o mais baixo que consigo para que Grace não ouvisse muito. Eu não quero que ela fique mais triste do que já estava.

"Pelos motivos óbvios." Respondeu rápido.

"O quê?"

"Ela sabe," ele diz. "O que você foi fazer ai, ela sabe da sua noiva."

Eu me sentei na poltrona mais próxima, meu corpo desabando sobre o estofado. Da minha perspectiva, era possível enxergar Grace que parecia desolada, mas ainda assim tentava se manter forte diante da minha decisão de por um ponto final no nosso relacionamento. Estava claro que ela não queria aquilo, eu sabia que ela me amava e que tinha muitos planos para o nosso futuro. Mas eu não posso e não quero ignorar o fato de que os meus sentimentos por ela mudaram desde que Alina entrou em meu campo de visão. Por ir embora assim que o lobo saltou fora do meu corpo, eu não conhecia de fato todas as nuances das lendas Quileutes, e isso inclui também o Imprinting. Billy certa vez tentou me avisar sobre um "amor a primeira vista", mas eu o ignorei também, sequer deixando-o terminar de falar. Mesmo que naquela época, ao ver Alina pela primeira vez em seu corpo jovial e inocência, eu pude sentir a mágica nos envolvendo graciosamente. Embora não entendesse o que de fato estava acontecendo, eu senti desde o primeiro momento que devia proteger ela. Ser para ela o seu porto seguro.