Amigas

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Naquela manhã de domingo o tempo estava chuvoso e o céu completamente cinza. O chão gelado me enviou um arrepio por toda a espinha quando toquei meus pés no chão naquela manhã. Minha cabeça estava doendo e o desconforto atrás dos olhos me lembrou da minha enxaqueca da noite anterior, aparentemente eu não tinha me curado com a aspirina que engoli antes de dormir. Talvez eu estivesse gripando por tanta chuva que peguei ao longo da semana.

Depois de um gole de água e a minha higiene matinal, resolvo que uma tigela de cereais não seria de todo mal, um pouco de ingestão de calorias debaixo de uma coberta e algum filme infantil faria o meu domingo melhor. Mas, ao descer as escadas e entrar na cozinha, encontro uma mesa de café da manhã arrumada e Magnus usando somente uma calça jeans. Ele está de costas remexendo em uma sacola, seu tronco está nu e o seu cabelo molhado. Eu estanquei na entrada da cozinha com a sua visão, meu corpo todo correspondendo a ele.

— Bom dia. — Ele se virou com uma caneca do que parecia ser chocolate quente com pedacinhos de marshmallows. E ele tinha um bonito sorriso nos lábios.

— Bom dia. Pensei em levar para você, mas parece que o relógio biológico foi mais rápido do que eu. — Brinca, se aproximando. Magnus deixa um beijo em minha cabeça e a caneca em minha mão. — Beba, acho que você vai gostar.

Eu estava tocada pelo gesto. Há mais ou menos dois dias que não o encontrava. Ele deixou o seu número de celular registrado no meu aparelho e um segundo número que acreditei ser da casa dos Black onde ele estava ficando. Sumiu por dois dias e não tive nenhuma ideia de onde ele estava. Até essa manhã.

— O que aconteceu?  — Pergunto, puxando uma cadeira para me sentar. Ele fez o mesmo, sentando muito próximo de mim. — Você sumiu...

— Ah, — Magnus despejou leite em um copo e bebeu em alguns goles. — Eu estive na reserva tentando arrumar a bagunça que ficou. — Conta, partindo um pão recheado de cubinhos de beacon e queijo derretido ao meio. Da onde veio tudo aquilo?

— E estão todos bem? — Bebericando o chocolate quente, assisto ele tomar o café da manhã parecendo se deliciar em cada mordida e gole.

— Isso está muito bom, você deveria comer um pouco.

— Jacob e as meninas estão bem? Rachel e Rebecca, não é? — Magnus para por um segundo e seus olhos se voltam para mim. Ele tem uma expressão confusa no rosto.

— Você me perguntou de Jacob dois dias atrás e está me questionando sobre ele novamente? — Sua voz é dura e sua postura rígida.

— O quê? — Engasgo.

— Você tem alguma coisa pelo Jacob?

— Não! — Praticamente grito, espantada que todo mundo ache isso. Eu só perguntei deles, inclusive das irmãs, não disse nada demais. — É claro que não! Ele só acabou de perder o pai, sei bem o quão duro é seguir em frente. E eu não perguntei exclusivamente sobre ele, quis saber da família inteira!

Magnus balançou sua cabeça concordando, provavelmente se perguntando se eu estava dizendo a verdade.

— Jacob tem uma pessoa. — Ele continua falando.

— E eu não estou dando a mínima do meu tempo para isso. — Estou irritada com o que ele está pensando agora e decido que comer é a melhor opção para fugir daquela conversa sem fundamento nenhum.

— O que eles tem é uma coisa profunda e para sempre. — Eu o ignoro, pescando dentro da certinha uns biscoitos amanteigados. — Como se fossem almas gêmeas.

— Você vai continuar falando sobre Jacob?

— Só estou explicando o tipo de relacionando deles.

𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora