𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚

| second season | Despertar

Magnus Black

As batidas desenfreadas do coração ecoaram por todo o lugar. O cheiro pungente de sangue ainda estava ao redor, mas após a limpeza que as vampiras fizeram no local, ela não estava suja mais. Seu corpo deitado sobre a cama de Gillian, a vampira de Denali; pálido, gelado e assustadoramente atraente. Seu corpo ainda estava trabalhando o veneno, seus órgãos se transformando a cada batida do seu coração, seus cabelos opacos outrora, agora estavam brilhosos e bonitos como se fosse uma pintura. O desenho dos seus lábios e a cor avermelhada estava presente. Não existia mais nenhuma linha de expressão, nenhuma marca, nenhuma cicatriz, sua pele bonita e translúcida como um alabastro.

— Magnus? — A voz do vampiro soou atrás de mim, sua mão tocou o meu ombro.

— Me deixe em paz. — Resmungo, puxando meu braço para fora do seu contato.

— Precisamos que você saia. — O outro vampiro disse, parado próximo do rosto dela, a verificando. — Seu coração está parando.

— Eu não vou sair daqui! — Bato o pé, não querendo ficar longe dela. Ela precisaria de mim assim que acordasse, e eu estaria disposto a ajudá-la e protegê-la. Eu deveria ter feito isso. Mas fui vencido pela exaustão e Alina escapuliu pelos meus dedos. A culpa de tudo isso de fato é minha.

— Magnus, — O vampiro loiro próximo de Alina olhou pra mim, ele tem um olhar calmo e ao mesmo tempo triste, como se estivesse lamentando a situação tanto quanto eu. Estranhamente, não sinto nenhuma ameaça em relação a ele, além de ser médico e não machucar os humanos, ele com toda certeza me parecia mais humano do que qualquer um que já conheci. — Alina está prestes a acordar, escute seu coração, está batendo lentamente. Quando isso acontecer, a única coisa que existirá em sua mente será a vontade latente de se alimentar. Sei do que estou falando filho, já estive lá, é o pior tipo de dor. — Olho para o vampiro na minha frente, este que é pai de Renesmee, balança sua cabeça concordando com o médico.

— Não posso deixá-la. — Lamento, tocando sua mão mórbida, sentindo seus dedos frios contra a minha pele quente. Um contraste perfeito.

— Magnus, de um tempo a ela, tenho certeza de que Alina ficará imensamente infeliz caso algo acontecesse com você. — Edward se colocou de pé na minha frente e me ofereceu sua mão. Eu o olhei por alguns segundos me decidindo se aceitaria ou não. Ele é um vampiro e eu sou um lobo, ainda meu inimigo. — Não, eu não sou o seu inimigo, alfa. — Lê a minha mente, sem nenhuma vergonha disso.

Eu me levanto, ignorando sua mão estendida e encaro o rosto belo de Alina mais uma vez antes de me virar e sair do quarto. O som do coração dela cada vez mais lento, as vozes dos outros vampiros e de Jake, tudo estava ficando longe conforme eu estava sendo envolvido em uma espécie estranha de bolha. Um único pensamento tem o movimento em círculos dentro da minha cabeça; a culpa é minha. Eu deveria ter estado com ela, a ter protegido, mantê-la em segurança, este é o meu único e exclusivo papel e eu fracassei. Alina não precisa de mais um fracasso em sua vida.

O lado de fora da casa estava coberto de neve. O rastro de sangue que tinha sido feito horas atrás, agora foi coberto, e o vento gelado que soprava levava com ele o odor metálico que se fundiu em minha memória e que jamais seria apagado.

— Sinto muito por tudo isso. — Jacob se aproximou sozinho, com um sanduíche de carne e uma Coca-Cola em lata, estendendo para mim. Aceito sua oferta sem nenhuma palavra. Jacob com absoluta certeza sabe do meu desconforto em estar ao redor deles. — Como acha que vai ser a partir de agora?

Eu o olhei rápido, a angústia começou a correr em um fluxo mais forte, me puxando em direções dais quais não queria seguir.

— Você contou a eles? — Jake sabia a quem estava me referindo. Ele levantou as mãos em rendição, seus olhos arregalados e as maçãs do rosto rubras.