𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚

Consequencias

Renesmee Cullen de certo é a garota mais bonita que conheço. O modo como ela anda e fala é delicado e elegante na mesma medida. E ela é a pessoa mais legal também.

— Você deveria ver a minha... prima Alice. — Diz, parecendo escolher melhor o que iria dizer. — Ela adora moda. — Conta sorrindo. — Ela é a melhor coach que já conheci. — Conta com orgulho.

— Ela estudou moda? — Pergunto me interessando no assunto. No internato, a maioria das garotas fizeram aula de Noções Domésticas e Corte e Costura estava inclusa na grade curricular. Foi uma das poucas aulas que de fato gostei de fazer e até mesmo aprendi a fazer minhas próprias roupas.

— Sim, em algum momento ao longo dos anos, acredito. — Deu de ombros, bebericando o seu chocolate quente. O copo estava quente pela fumaça que dançava ao redor na borda, mas ela parecia não se importar.

Estávamos sentadas no carro pomposo dela, paradas próximo de First Beach. Renesmee me contou que tinha deixado Jacob em casa e que não queria retornar para o seu lar, ela disse que queria queria ver a praia e queria uma companhia saudável. Fiquei grata por ter me considerado algo como isso, é a primeira vez que tenho um amigo de fato.

— Bom, espero que você possa me apresentá-la em algum momento, eu preciso de alguns toques. — Indico minhas roupas e Renesmee cai na risada.

— Bom, quem sabe. — Da de ombros.

A praia estava relativamente vazia. Tirando dois ou três surfistas que se arriscavam na água gelada, não tinha mais ninguém por ali.

— Então, o que viemos fazer aqui. — Pergunto depois de um tempo, o meu aparelho celular vibrou no bolso da minha jaqueta. Eu já sabia o que era e de quem era a mensagem.

— Jacob quer casar comigo. — Disse na lata, analisando as ondas que quebram nas pedras.

Eu engasgo, olhando surpresa para ela. Renesmee não tirou seus olhos do mar, séria e em nenhum momento moveu seus músculos.

— Isso é... — Eu não tinha palavras. Casamento é algo que nunca pensei na vida.

— Sério. — Ela diz por mim.

— Definitivamente sério. — Concordo, roubando o seu copo de chocolate, precisando urgentemente de um gole do líquido doce. Renesmee ri com o gesto, pegando de volta o seu copo da minha mão. — E o que você disse a ele?

Ela suspirou, olhando para suas unhas como se estivesse constrangida demais para falar sobre.

— Eu pedi a ele um tempo para pensar.

Compreensível. É uma decisão para ser levada em conta pro resto da vida. Eu a entendo.

Ela se arruma no banco, deixando o copo de chocolate de lado e se volta novamente para mim.

— E então, você e Magnus, como estão? Da última vez que chequei vocês estavam bem envolvidos. — Ela vira a chave do carro e o motor vibra o carro potente. O painel se ilumina em um azul royal.

— Não tem essa de "eu e Magnus". — Digo rancorosa, me lembrando das palavras de Seth que não saiam da minha cabeça desde que foram ditas.

— O quê? — Ela pergunta consternada, guiando o seu carrão para fora da reserva. — O que aconteceu?

— Ele tem outra! — A raiva em minha voz é muito fácil de se identificar. — E ele nunca parou pra pensar que isso iria me destruir. — Não faço ideia do que tenha denunciado minha tristeza; minha voz, minha postura ou o meu rosto. Mas Renesmee percebeu que aquela informação realmente tinha acabado comigo. E pela expressão em seu rosto, ela também não estava sabendo de nada.

— Eu não entendo...

— Eu não acredito que ele pensou que isso nunca viria a tona. — Cruzo os braços, observando a estrada a nossa frente. Longa, molhada, sem toda aquela agitação de carros e de paisagem de um verde musgo e vívido. Agindo como um calmante para mim.

— Quem te contou isso? — Renesmee parecia não acreditar nas minhas acusações.

— Seth! — Ela se virou para mim completamente cética.

— Por que Seth te contaria algo assim? O que aconteceu com toda aquela camaradagem de irmãos?

Abaixando os olhos, cutuco o canto da minha unha tentando disfarçar a vermelhidão em meu rosto.

— Ele gosta de mim. — Digo por fim, sem saber se contar a ela o que houve entre nós é uma boa ideia. Embora não tenha acontecido muita coisa, um beijo pode se transformar em um grande falatório. Depois daquele beijo, eu e Seth ficamos um pouco constrangidos e ele me levou pra casa depois de passar em uma drogaria 24h. Comprou pra mim alguns remédios para curar a ressaca e me deixou sentada no sofá da minha casa com um beijo sereno na testa. Até mais; foi a última coisa que ele me disse.

— Oh droga, Alina! Vocês estão... — ela olhou para mim boquiaberta. — Vocês estão juntos?!

— Não! — Sou rápida em dizer. — Não, claro que não! Eu e Seth somos só amigos. Ele só não quer me ver sofrer ou ser feita de idiota. É só isso!

Não faço ideia se Renesmee acreditou ou não, mas a cara dela não me deixava muitas dúvidas. No entanto, ainda olhando para mim e antes que ela pudesse dizer algo ou pensar, somos bruscamente arremessadas para fora da estrada. O airberg abriu no mesmo momento que o Meu corpo preso pelo cinto de segurança bateu contra a porta e a correia do cinto machuca o meu pescoço. O carro gira na pista umas duas vezes até bater com a lateral contra uma árvore e capotamos. Tudo aconteceu durante cinco segundos. De ponta a cabeça, ouço Renesmee choramingar. De repente, meu ombro começa a doer muito e eu tenho uma dúvida se não o desloquei com a batida contra a porta.

— Oh droga. — Choramingando, tento segurar dentro o grito de dor ao mover meu corpo de cabeça para baixo em busca do clique de segurança. Renesmee tocou no meu braço, ela já tinha soltado o seu próprio cinto.

— Eu te ajudo. — Ela consegue me soltar e eu caio gemendo ao bater meu corpo no teto do carro.

— O que aconteceu?

— Eu não... — De repente ela para, segundos depois o estrondo da porta do seu lado que foi arrancada do carro me fez pular. Ela gritou quando uma mão branca a puxou para fora do carro, jogando-a no asfalto. — O que você...

— Renesmee! — Eu grito seu nome, abrindo a porta do carro do meu lado e caio para fora do veículo. Antes que eu pudesse me colocar de pé, um homem grande usando uma capa preta me tirou do chão pela minha camiseta.

Ele era incrivelmente pálido, feições duras feito mármore e os olhos mais bizarros que já vi na minha vida. Quem tinha olhos vermelhos bizarros?

— Solte ela! — Ouço a voz de Renesmee gritar. O homem se vira para ela ri com escárnio. — Ela não sabe de nada!

O homem grande pareceu grunhir e me jogou metros longe de Renesmee. Meu corpo bateu no chão de terra e o gosto da própria foi parar na minha língua.

— Você vem comigo! — O homem disse para Renesmee, se aproximando dela. A velocidade que ele se aproximou de Renesmee foi assustadora. Como ele podia fazer aquilo?

— Solte ela! — Outra voz gritou mais longe e o homem grande de capa preta endureceu seu rosto mais ainda, ele rosnou alto e desapareceu no próximo segundo.

Aquilo foi demais para mim. A dor por todo o meu corpo. O susto do acidente. O homem assustador. Tudo me deixou fora do eixo. Não fui capaz de conter minhas pálpebras que se fecharam cansadas.

O que era tudo aquilo?