A estrada que leva em direção a Forks estava vazia. Não passou mais do que dois carros por mim e eu estava livre para atingir a velocidade que quisesse. E assim eu fiz. Era maravilhoso ter a certeza na palma das mãos de que se um acidente ocorre-se eu não seria gravemente ferida ou morta. Eu poderia ser imprudente o quanto desejasse e ainda assim estaria fisicamente bem para derrubar um tanque de guerra. Ser imortal tem os seus benefícios, tenho que admitir.
Embora o que tenha acontecido na floresta tenha me tirado do prumo, a consciência de que eu ainda preciso conversar com ele e entender o que aconteceu com o nosso relacionamento durante todo o tempo que estivemos longe, me deixa nervosa. Eu quero estar com ele, quero beija-lo e sentir seu corpo próximo do meu a cada maldito segundo.
Cantante...
Como eu poderia imaginar que Magnus é o meu cantante? Ele foi destinado a mim? Tudo isso estava destinado a acontecer?
Em alta velocidade, na estrada molhada que leva até Forks, próximo dos limites da reserva, meu celular vibrou indicando uma nova mensagem, e eu não precisei encostar a moto para ver.
Venha até a reserva, preciso te mostrar uma coisa. Algo se apertou dentro de mim. A sua mensagem é clara e eu me peguei imaginando o que ele tinha para me mostrar que o fez mudar nossos planos. Mesmo que eu quisesse conversar com ele, eu também queria o seu corpo. Não se cansar, não sentir a fadiga ou como se fosse morrer a qualquer momento durante um clímax, era revigorante. Eu nunca me cansaria dele. Mas na reserva as coisas são um pouco diferentes. Da última vez que chequei, Magnus estava morando na casa do Jake e ele usava o seu velho quarto. Não estou pronta para ter nenhum lobo ao redor escutando nossa conversa.
Decidida a não me deixar abater, faço uma curva fechada e deslizo rápido para a estrada que leva até a reserva quileutes. Pareceu-me que estive aqui há anos. Mesmo que tudo tenha estado do mesmo jeito da última vez que estive aqui, ainda assim, parecia diferente. A reserva é linda, vista do meu ponto de vista agora e com a minha visão e olfato apurado. O misto de verde musgo e verde brilhante em contraste com o escuro das cascas das árvores e o negro da terra. A neblina que abraçou a floresta em torno, deixa uma paisagem em um contraste entre o bonito e o sinistro. Perfeito para Forks.
A estrada de chão foi se aproximando e com ela a lembrança da primeira vez que pisei neste lugar. Lembro-me de Sam e de como ele foi receptivo. Da maravilhosa comida de Emilly e de como Seth e Paul me deram as boas vindas e me ajudaram a arrumar a casa. Me fez lembrar das crianças e de como tudo estava certo de alguma forma. Tudo encaminhado para o ponto em que estou hoje.
A moto deslizou na frente da pequena casa de madeira de Sam e observei a caminhonete preta do ano estacionada na frente. O carro, além de muito bem cuidado, tinha o cheiro dele, e meu corpo se apertou em resposta. Ao desligar a moto, a porta se abriu e Paul saiu para a varanda com uma expressão de avaliação no rosto. Ele parou no pé da escada e me olhou de longe, cheirando o ar um pouco. Pelo que eu sabia, Paul nunca foi um grande amigo dos vampiros, embora ele e Emmett tenham desenvolvido um tipo de amizade estranha. Mas eu também sentia que ele não me machucaria, não somente porque Magnus arrancaria sua cabeça fora, mas também porque ele sempre foi bom pra mim.
— Ei, Paul, — Balanço minha mão para ele, que não me respondeu de imediato. — Você parece menor agora. — Implico, enterrando minhas mãos nos bolsos. Aquele simples gesto me fez parar e lembrar que eu não tinha minhas luvas comigo. Maldito inferno.
— E você fede como um deles. — Ele retrucou segundos mais tarde, cruzando seus braços no peito.
— Você fede mais. — Zombo, tentando aliviar a tensão. Paul encrespou a testa, e por um segundo eu achei que tinha atingido o seu limite e desejei ter absorvido novamente o dom de Edward para que pudesse ouvir seus pensamentos. Mas o riso zombeteiro que ele soltou em seguida me deixou muito mais tranquila.
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𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝𝐲 𝐒𝐮𝐧 - 𝐓𝐡𝐞 𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐚𝐠𝐚
FanfictionSam não foi o primeiro lobo a se transformar, ele não foi o único a sentir seu corpo queimando e os músculos partindo, havia outro, havia um Black. O verdadeiro alfa da matilha, aquele que deveria liderar e defender o seu povo contra os frios. Cont...