capítulo 13

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- Eu  gostaria  de  pegá-lo  por  um  minuto  -  disse  ele,  olhando  entre  seu  terno  caro  e seu filho,  que  tinha papinha de  bebê desde  os fiozinhos dos cabelinhos dourados até os  dedos  dos  pés - mas... -  Definitivamente  não  -  Anahi concordou,  pegando  um  pano  úmido  para  limpar  o pior  do  excesso  de  comida  da  boca  e  queixo  de Alan. 
-  Vamos  deixar  tia  Helen  limpálo,  e  talvez  você  possa segurá-lo  quando  nós  voltarmos  se  ele ainda estiver  acordado. Poncho  não  pareceu muito  satisfeito  com  a  idéia,  mas  assentiu mesmo  assim.
-  Vamos  -  incentivou-a  quando  ele  se  levantou  e  tia  Helen  rodeou  a  mesa  para tirar  Alan do  cadeirão. Ainda  parecendo  relutante  em  partir,  poncho  a  seguiu  para  a  porta  da  frente.  Do lado  de  fora,  conduziu-a para seu carro,  e  ajudou-a a  entrar.
-  O  que  você  faz  quando  ele  está  assim  todo  sujo?  -  perguntou  poncho  quando  se sentou  atrás  do  volante.
-  O  que você  quer  dizer? -  Como  você  não pega  seu próprio  filho? Anahi piscou. Havia uma ponta  de  culpa  por  trás  daquelas palavras?  Culpa de  um homem  que  ela  não  pensou  que  entendesse  esse  conceito?  Que  a  deixara  ir  embora sem  uma luta,  sem  uma explicação decente? -  poncho  -  Meneando  a  cabeça,  ela abaixou o  queixo  para tentar  esconder  o  sorriso divertido  nos  lábios. 
-  Eu  sei  que  isso  tudo  é  novo  para  você,  que  descobrir  sobre Alan  foi  um  choque,  mas  você  não  tem  nada  pelo  que  se  culpar.  Ele  é  um  bebê. Contanto  que  tenha  suas  necessidades  atendidas,  não  se  importa  com  quem  o  está alimentando,  quem  o  está  abraçando  ou trocando  sua fralda.
-  Isso  não  é  verdade  -  disse  poncho. 
-  Bebês  sabem  a  diferença  entre  seus  pais  e uma babá, entre  a mãe  e  o  pai. -  Certo  -  concordou  ela. 
-  Mas  muitas  vezes  eu  não  o  pego  depois  que  ele  comeu, porque não quero  que Alan suje  as minhas  roupas com  comida. Sem  pensar  no  que  estava  fazendo,  ela  estendeu  a  mão  e  deu-lhe  um  tapinha  na perna.
-  Se  você  vai  ficar  um  tempo  na  cidade,  compre  algumas  calças  jeans  e  camisetas, e  espere  que  elas  fiquem  sujas  com  freqüência  Mas  não  se  preocupe  sobre  esta  noite. Eu  não  o  segurei  esta  manhã  também  porque  estava  arrumada  para  a reunião  com  você. Essa  é  uma  das  grandes  vantagens  em  ter  tia  Helen  por  perto.  Não  posso  fazer  tudo sozinha, e  ela  me  ajuda muito. Prendendo-lhe  o  olhar, poncho entrelaçou  os  dedos  nos  dela,  segurando-lhe  a  mão com  firmeza,  mesmo  quando  ela  tentou puxá-la. -  Deveria  ser  eu  ajudando-a  com Alan,  não  sua  tia.  Mas  nós  conversaremos sobre isso  durante o  jantar. Entre  outras coisas. Apesar  da  ameaçada grande  conversa o  jantar  foi  bastante  agradável.  Ele  a levou  para  o  restaurante  do  hotel,  que  era  um  dos  melhores  da  cidade,  e  tentou manipulá-la  com  vinho  e  o  prato  de  caranguejo  crab  cake.  É  claro,  uma  vez  que  estava amamentando,  ela  teve  de  recusar  o  vinho,  mas  o  caranguejo  estava  delicioso. Principalmente porque  ele a deixou comer  em  paz. Assim  que  o  garçom  levou  o  café  e  eles  escolheram  a  sobremesa,  todavia,  o interrogatório  começou:
-  Como  foi  à  gravidez?  -  perguntou ele,  indo  diretamente ao  ponto,  como  sempre. Anahi suspirou,  aliviada  que  ele  estava  começando  com  uma  pergunta  fácil,  em vez  de  com  acusações.
-  Foi  típica,  eu  acho  -  respondeu  ela.  -  Não  houve  complicações,  e  mesmo  os enjôos  matinais não  foram tão  ruins. Eles  não  se  limitavam às  manhãs,  o  que fazia abrir a  padaria  e  trabalhar  12  horas  por  dia  ser  uma  aventura.  -  acrescentou  com  uma risada. 
-  Mas  não  foi  tão  terrível quanto  eu  esperava. Depois, poncho  quis  saber  cada  detalhe  do  nascimento  de  Alan .  Data,  hora,  peso, altura, quanto  tempo  o  parto  tinha durado...
-  Eu  deveria  ter  estado  lá  -
-  murmurou  ele  suavemente,  olhando  para  a  mesa. Então,  ergueu  os  olhos  para ela.  -  Eu merecia estar  lá. Para vivenciar  tudo. Anahi  se  preparou  para  o  ataque,  para  receber  toda  raiva  e  ressentimento  que sabia  que  ele  estava  sentindo...  E  que  ela  provavelmente  merecia.  Mas  em  vez  disso, poncho murmurou:
-  Por  mais  que  isso  me  incomode,  não  há  como  voltar  no  tempo,  e  só  podemos seguir  em  frente. Então,  aqui vai  à  oferta  de  um  acordo,  Anahi. Os  olhos  verdes  a encararam com  determinação.
-  Agora  que  sei  sobre  Alan,  quero  participar  de  tudo.  Ficarei  aqui  por  um  tempo, até  que  você  se  acostume  com  essa  idéia.  Até  que  eu  pegue  o  jeito  de  ser  pai  e  ele comece  a me  reconhecer  como  tal. Mas  depois  disso  irei  querer  levá-lo  para casa. E  com  aquilo,  Anahi enrijeceu,  fechando  os  dedos  ao  redor  da  xícara de  café.
-  Isso  não  é  uma  ameaça  -  acrescentou  ele,  obviamente  notando  a  tensão  dela. 
- Não  estou  dizendo  que  quero  levá-lo  para  Pittsburgh  para  sempre.  Honestamente, ainda  não  sei  como  resolveremos  essa  questão,  mas  podemos  deixar  para  mais  tarde. Só  estou  falando  sobre  uma  visita,  de  modo  que  eu  possa  apresentá-lo  para  minha família, informar  minha mãe que  ela  tem  outro  neto. Oh,  Ruth adoraria  isso,  pensou  Anahi  com  sarcasmo.  Ficaria  radiante  com outro  neto,  especialmente  outro  menino  para  carregar  o sobrenome herrera.  Mas  a  mãe  de seu neto  era outra história...  E  a mãe  de  poncho  ficaria feliz com  Anahi fora de  cena. -  E  se  eu não concordar?  Com  nada disso? Uma sobrancelha escura se  arqueou.
-  Então,  eu  serei  forçado  a  ameaçar,  suponho.  Mas  é  essa  a  direção  que  você  quer tomar?  Tenho  sido  bastante  amigável  sobre  toda  a  situação  até  agora,  embora  nós dois  saibamos  que  tenho  motivos  suficientes  para estar  furioso. Dando  um  gole  de  seu  café, poncho inclinou  a  cabeça  de  lado,  parecendo  muito  mais calmo  do  que  ela  se  sentia.

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