- Se você quer que eu fique furioso e faça ameaças, apenas diga. Mas se preferir que ajamos como dois adultos maduros, determinados a criar o melhor ambiente possível para nosso filho, então sugiro que aceite meus planos.
- Eu tenho escolha? - perguntou ela com irritação. O sorriso de Poncho foi tanto presunçoso quanto confiante.
- Você teve a escolha inicial de me contar ou não que estava grávida, e decidiu não me contar, então... Não realmente. A bola está no meu campo agora. A bola estava definitivamente no campo de poncho... Com tudo mais. Mas, então, ela soubera que isso aconteceria desde o minuto que ele subira a escada para o apartamento acima da padaria e descobrira o filho, não soubera? Sua única opção agora era ser cordata, e esperar que ele continuasse a fazer o mesmo. A mão de Alfonso estava em seu cotovelo enquanto eles saíam do restaurante, guiando-a em direção ao saguão. Velhas redes de pesca e bóias decorativas alinhavam as paredes, e subitamente ela percebeu como a decoração deveria ser estranha para as pessoas de fora, uma vez que não havia mar, rio ou lago na cidade para justificar aquilo.
- Suba comigo - sussurrou ele, perto de sua orelha. Anahi lhe lançou um olhar tão incrédulo que ele teve de rir de sua reação.
- Isso não é uma proposta - ele a assegurou, então arqueou as sobrancelhas numa tentativa de flerte. - Embora eu não me oponha há um pouco de sedução após jantar. No saguão, ele a virou para a esquerda, para longe da entrada principal do hotel, e para a direção da grande escadaria que levava aos quartos de hóspedes.
- Tenho uma coisa para lhe mostrar - continuou ele, enquanto eles subiam a escada.
- Agora, isso parece uma proposta, ou talvez uma paquera de mau gosto. Poncho sorriu, tirando a chave do quarto de seu bolso. Não um cartão-chave, mas um chaveiro de plástico em formato de um farol.
- Você me conhece melhor do que isso. Não precisei de paquera de mau gosto da primeira vez, e não precisarei agora. Não, ele não precisara. Poncho havia sido muito charmoso para flertar com ela como os outros rapazes faziam na época. O que o tornara ainda mais atraente, fazendo-o se destacar dos demais. Quando eles chegaram à porta dele, poncho abriu-a e deu um passo atrás para que ela o precedesse. Anahi já visitara a Hospedaria do Porto, é claro, mas nunca estivera num dos quartos de hóspedes, de modo que, quando entrou, olhou ao redor por um momento. Mesmo que a grande plaqueta de latão na frente do prédio não tivesse identificado o hotel como um marco histórico, ela teria sabido que era apenas pelo interior. O trabalho elaborado em madeira, o papel de parede preservado e os móveis antigos... Tudo indicava isso. Felizmente, o quarto de poncho não era decorado com motivos do oceano. Em vez disso, havia minúsculas rosinhas no papel de parede amarelado pelo tempo, e tanto a cama de solteiro quanto a cama grande de quatro colunas eram cobertas em renda branca. Era quase engraçado ver Alfonso herrera o homem de negócios alto, poderoso e moderno - parado no meio daquele ambiente formal do século XIX. Ele destoava totalmente de seu entorno. Mas nem por isso parecia se sentir deslocado. Fechando a porta, ele removeu o paletó e colocou-o sobre uma poltrona em seu caminho para uma escrivaninha de canto. Enquanto ele ligava o notebook, Anahi apreciou a vista. Uma atitude superficial de sua parte sabia. Sem mencionar inconsistente, considerando com que veemência declarara, para si mesma e para quem quisesse ouvir, que o divórcio tinha sido uma bênção, e que ela não sentia mais nada por ele. Ser ex-esposa de Alfonso não a impedia de ser uma mulher com sangue nas veias, todavia. Uma mulher que apreciava a vista de um homem bem constituído e saudável. Os ombros e costas largos esticavam o tecido da camisa branca quando ele se movia. A calça escura abraçava-lhe os quadris estreitos, e o traseiro era arredondado e perfeito, parecendo não ter mudado muito desde a última vez que eles tinham estado juntos. Erguendo uma das mãos para o rosto, Anahi fechou os olhos e censurou-se silenciosamente por ser tão fraca. Qual era o seu problema? Estava louca? Ou seus hormônios ainda estavam alterados por causa da gravidez? Abrindo os dedos, e espiando através deles, ela soube exatamente qual era seu problema. Primeiro - sabia o que havia por baixo dos tecidos de algodão e lã. Conhecia a força dos músculos dele, a textura da pele. Sabia como Alfonso se movia o cheiro que tinha, e qual era a sensação daquele corpo poderoso pressionado contra o seu. Segundo - seus hormônios estavam em rebuliço, mas não por causa da gravidez. Eles sempre se descontrolavam na presença de poncho. Considerando quanto tempo fazia que eles não, ficavam juntos - quanto tempo ela não era nada além de mãe e empresária - não era de admirar que seus pensamentos estivessem tomando aquela direção. E, sem dúvida, se Alfonso soubesse, ou suspeitasse, ele se aproveitaria de sua vulnerabilidade e de seu tumulto interno, então ela precisava tomar cuidado para não lhe passar a idéia errada. Através dos dedos, Anahi observou-o abrir os dois primeiros botões da camisa e afrouxar o colarinho. Um hábito tão familiar. Ele costumava fazer isso todas as noites quando chegava, em casa do trabalho. No geral, passava algumas horas no escritório de casa, mas sem gravata e paletó, com as mangas da camisa enroladas até os cotovelos
VOCÊ ESTÁ LENDO
bebê secreto (adptada) aya
Roman d'amourMentiras embaladas por canções de ninar. Cara a cara novamente com sua ex-mulher, o milionário Alfonso herrera tem uma surpresa eletrizante além do choque da atração que ainda sente por ela: descobre que é pai. Anahi ficara grávida quando se divorci...