Descruzando os braços, Anahi cobriu o rosto com as mãos por um minuto, tentando controlar seus nervos. Quando as abaixou, seu tom de voz era mais calmo.
- Não me entenda errado, gostei disso por um tempo. Apreciei o estilo de vida que você me deu quando éramos casados. As festas, as roupas, nunca tendo de me preocupar em pagar contas. Oh, sim, depois de uma vida de trabalho árduo para sobreviver, casar-se com um homem rico tinha sido um alívio bem-vindo. Mas você não tem idéia de como era ser sua esposa e viver sob aquele teto sem ser uma verdadeira herrera. Os olhos verdes de Poncho se estreitaram numa expressão genuinamente confusa.
- Do que está falando? É claro que você era uma verdadeira herrera. Era minha esposa.
- Não era assim que eu me sentia - admitiu Anahi, lembrando-se de todas as vezes que a mãe dele fizera questão de apontar que ela era uma herrera somente pelo casamento, fazendo-a se sentir sem o direito de atravessar a soleira da Mansão herrera sem um espanador de pó nas mãos.
- Sinto muito. - Poncho estendeu os braços como se fosse tocá-la, então pareceu pensar melhor, e abaixou as mãos. Eu nunca pretendi fazer você se sentir uma intrusa. Culpa a assolou diante da expressão magoada no rosto dele. Anahi abriu a boca para dizer que ele não fora tão ofensivo quanto à mãe, mas uma batida no vidro assustou ambos. O mesmo trabalhador de antes, aparentemente o homem no comando do resto da equipe, fez uma careta impaciente e bateu em seu relógio. Tempo, como diziam, era dinheiro, e ele obviamente não estava contente parado na calçada. É claro que Anahi sabia que Alfonso os estava pagando bem, e provavelmente por hora, eles estivessem trabalhando ou não. Poncho ergueu uma mão, sinalizando para que ele esperasse mais um segundo, antes de voltar-se para ela.
- Precisarei dessa chave antes que esses homens decidam usar uma marreta para entrar aqui. Anahi umedeceu os lábios, relutante em ceder. Ela e poncho tinham chegado perto de uma conversa adulta, honesta. Anahi quase reunira coragem para lhe contar a verdade sobre o motivo pelo qual o deixara em primeiro lugar. Tentara tantas vezes no passado informá-lo de como era tratada, o quanto se sentia excomungada dentro de onde supostamente era sua casa, mas nunca tivera coragem o bastante para falar. Uma parte sua acreditara que, se Poncho a amasse o bastante, se a entendesse como um marido deveria entender a esposa, então saberia o que ela estava tentando dizer todas as vezes que Anahi dava indiretas sobre sua infelicidade crescente. Agora, percebia que não podia esperar que as pessoas lessem mentes. Se ao menos ela tivesse lhe contado o que estava acontecendo na época, talvez a situação fosse diferente hoje. Mas a chance de esclarecer o passado nessa manhã havia desaparecido com a interrupção fora de hora do marceneiro. Engolindo em seco, Anahi inclinou a cabeça.
- Vou buscar a chave - disse ela, virando-se e voltando para a padaria. - Eu juro essa barulheira é o bastante para me fazer pular para dentro do forno. Anahi ergueu a cabeça dos círculos perfeitos de massa, que estava atualmente cobrindo com recheio de passas, para ver tia Helen colocar uma assadeira de baklava num dos fornos industriais, e fechar a porta com um estrondo que apenas pontuava os sons altos de estacas vindos do outro lado das paredes da padaria. Não era fácil agüentar o barulho dos trabalhadores. Anah pedira dezenas de desculpas para os clientes, além de criar placas que diziam : Por favor, perdoem nossa poeira e desculpem pelo barulho excessivo. Felizmente, a poeira não entrava na parte da frente da padaria, mas ter a equipe de homens na porta ao lado não facilitava para que os clientes apreciassem uma xícara de chá e pães doces com tranqüilidade.
- Eles terminarão logo - ela falou para sua tia, repetindo a frase que o chefe dos marceneiros lhe falara na última semana. Anahi tinha familiaridade suficiente com esse tipo de coisa para saber que "logo" era um termo muito relativo, mas considerando o fato que eles estavam realmente fazendo incrível progresso, talvez o trabalho acabasse em uma ou duas semanas.
- E você precisa admitir que, tem sido gentileza de Alfonso fazer tudo isso por nós. Tia Helen bufou. - Não se engane querida. Ele não está fazendo isso para ser gentil, mas por si mesmo, e para mantê-la na palma da mão, você sabe disso. Anahi não respondeu, principalmente porque sua tia estava certa. Sem dúvida, Poncho não estaria na cidade até agora se não houvesse algo ali para ele. Poncho queria estar perto de Alan, e passava quase todas as noites na casa de Helen com eles. Eles jantavam juntos. Ele ajudava a alimentar Alan, dava-lhe banhos e o colocava para dormir. Tinha aprendido a trocar fralda, e, incrivelmente, fazia isso agora com a mesma freqüência que Anahi. Eles brincavam em cobertores no chão, faziam caminhadas, iam ao parque, mesmo que Alan fosse muito pequeno para apreciar tais coisas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
bebê secreto (adptada) aya
RomanceMentiras embaladas por canções de ninar. Cara a cara novamente com sua ex-mulher, o milionário Alfonso herrera tem uma surpresa eletrizante além do choque da atração que ainda sente por ela: descobre que é pai. Anahi ficara grávida quando se divorci...