capítulo 16

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Isso  é  diferente  -  disse  ela. Poncho  inclinou a cabeça.
-  A  maneira  que  você  se  sente  sobre  isso  não  muda  os  fatos -  murmurou  ele lentamente.  -  Ficarei  em  Summerville, 
conhecendo  meu  filho  e  compensando  pelo tempo  perdido,  por  diversas  semanas,  no  mínimo.  Você  pode  tirar  vantagem  disso...  E em  minha disposição de  investir  dinheiro  em  sua padaria. Saindo  da  cama,  ele  foi  parar  na  frente  dela,  segurando-lhe  os  ombros,  o  calor das  mãos  másculas penetrando  os  poros  de  Anahi.
-  Pense  sobre  isso,  Any  -  sussurrou  ele.  Os  olhos,  verdes  como  musgo  de  verão, prenderam  os  seus. 
-  Use  a  cabeça  aqui,  em  vez  de  seu  orgulho  teimoso.  A  mulher  de negócios  inteligente  sabe  que  eu  estou  certo,  sabe  que  você  seria  louca  se  perdesse essa oportunidade. Mesmo  que  tal  oportunidade  venha de  seu ex-marido  desprezível. Ele  falou  a  última  sentença  com  uma  piscadela  e  um  sorriso  auto  depreciativo  nos lábios  sexies. Foi  aquela  piscadela,  e  o  fato  que  poncho  sabia  que  ela  não  o  queria  por  perto,  mas aparentemente  estava  usando  isso  contra ela  que  fez  Anahi parar  para  pensar,  como ele sugerira. Pensar  na  oferta  de  poncho de  maneira  lógica  e  racional.  Pesar  suas  opções.  Pesar seu  desejo  de  expandir  a  padaria  e  aceitar  uma  infusão  de  dinheiro  e  apoio  contra  seu desejo  de  manter  Alan  para  si,  mesma,  manter  quilômetros  de  distância  entre  ela  e Alfonso figurativa  e  literalmente.  E  manter  controle  completo  sobre  seus  negócios,  em vez  de  compartilhá-lo  com  uma  terceira  parte  que  talvez  não  estivesse  tão comprometido  com  o  sucesso  do  negócio  quanto,  Anahi  e  sua  tia  estavam.  Ou  pior, com  alguém  que  tinha  o  poder  de  destruir  seus  negócios  e  a  ela  diante  da  menor provocação. E  haveria  provocação,  não  haveria?  Alfonso sempre  falaria  que  ela  escondera primeiro  a gravidez,  depois  a existência de Alan , dele. Por  tudo  que Anahi sabia,  ele  poderia  estar  escondendo  seus  verdadeiros sentimentos,  sendo  gentil  e  generoso  num  esforço  de  induzi-la a  uma falsa sensação de segurança.  Então,  no  minuto  que  ela  concordasse  em  ser  sua  sócia  na  padaria  e  para fazer  parte da  vida de  Alan , poncho  lhe tiraria tudo. Sua padaria, sua segurança, seu filho. Mas  ela  realmente  acreditava  nisso?  Apesar  da  amargura  envolvida  em  ambas  as partes  do  divórcio,  Alfonso nunca  fora  uma  pessoa  cruel.  Não  tentara  machucá-la,  não usara sua influência poderosa ou a fortuna  da família para deixá-la destituída. Graças  ao  acordo  pré-nupcial  no  qual  a  mãe  de Alfonso insistira  antes  do  casamento deles,  Anahi saíra  do  casamento  praticamente  com  o  mesmo  que  entrara,  mas  tinha ciência de  que  poderia ter  sido  pior. Algumas  mulheres  se  casavam  com  homens  extremamente  ricos  e,  quando  pediam o  divórcio,  eram  colocadas  na  rua  com  a  roupa  do  corpo,  às  vezes  até  mesmo  com  os filhos. Alfonso não  era  esse  tipo  de  homem.  Possuía  uma  personalidade  reservada, preferindo  fúria  silenciosa  a  ataques  de  ira.  A  resposta  dele  aos  conflitos  maritais sempre  tinham  sido  se  fechar  no  escritório  e  trabalhar  longas  horas,  o  que  os afastava ainda mais. Alfonso também  era  o  homem  mais  honesto  que  ela  conhecia.  Ele  separaria  o relacionamento  atual  deles  em  compartimentos. Qualquer  coisa  que  envolvesse  Alan  seria  pessoal,  e  ele  lidaria  com  Anahi  num nível  pessoal,  de  pai  para  mãe.  Qualquer  coisa  que  envolvesse  a  padaria  seria  tratada como  assunto  profissional. Se Alfonso saísse  da  sociedade  em  Doce  Cabana,  seriam  apenas  seus  laços profissionais  e  seu  dinheiro  que  o  acompanhariam,  não  seu  amor  por Alan  ou  sua determinação  de  estar  na  vida  do  filho.  Por  outro  lado,  se  eles  estivessem  em divergência  sobre  alguma  coisa  que  dizia  respeito  a  Alan,  ele  não  tiraria  seu  apoio financeiro  da padaria  apenas  para tomar  sua vida miserável. Infelizmente,  Anahi nunca  fora  boa  em  manter  seu  trabalho  e  vida  pessoal separados.  Amava  Doce  Cabana  que  era  parte  sua  construída  de  sangue,  suor, lágrimas,  e,  acima  de  tudo,  de  coração.  Se  alguma  coisa  acontecesse  e  ela  precisasse fechar  as portas,  uma  grande  parte  sua morreria com  o  estabelecimento. Todavia,  até  mesmo  mais  importante  que  isso,  e  definitivamente  o  que  possuía uma  parte  muito  maior  de  seu  coração  e  alma,  era  Alan.  Ela  demoliria  Doce  Cabana  se isso  significasse  ter  seu bebê feliz e  seguro. E  para  o  bem  e  para  o  mal,  Alfonso era  pai  de  Alan,  uma  parte  do  seu  filho.  Ele também  era  provavelmente  o  único  investidor  que  estava  disposto  a  colocar  uma  boa soma  de  dinheiro  na  padaria,  e  que  parecia  acreditar  que  suas  idéias  de  expansão tinham  mérito. Depois  de  tanta  reflexão,  e  de  todos  aqueles  momentos  de  silêncio,  Anahi não seguiu sua cabeça  nem  seu coração.  Seguiu  sua intuição.
-  Tudo  bem  -  ela  falou  para  poncho,  as  palavras  parecendo  se  rasgar  de  uma garganta  apertada  pela  luta  interna. Mas  não  quero  sua  caridade.  Se  vamos  fazer isso,  então  quero  que  seja  completamente  oficial  e  transparente.  Pediremos  que  Christian  redija  os  papéis  de  investimento,  ou  faça  um  documento  legal,  dizendo  que  eu  pagarei o  empréstimo,  ou  qualquer  coisa que normalmente é  feita  nesses  casos. Poncho  sorriu,  o  tipo  de  sorriso  que  um  pai  oferece  para  uma  criança  rebelde, quase  como  se  estivesse  se  preparando  para  atender  a um  capricho  seu.
-  Certo. Eu ligarei  para  Christian  pela  manhã e  cuidarei  disso. Anahi assentiu  ainda  relutante,  ainda  incerta.  Intuição  ou  não,  concordar  em deixar  Alfonso se  tomar  sócio  da  padaria  que  ela  possuía  com  sua  tia  ainda  a  deixava desconfortável.
-  Bem,  fim  do  assunto  negócios.  Cuidaremos  dos  detalhes  amanhã disse  ele. Então  deslizou  as  mãos  ao  longo  dos  braços  desnudos  dela  e  sussurrou: 
-  Agora,  vamos a algo  um  pouco  mais  pessoal.

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