capítulo 21

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Mas  aquilo  ainda  o  intrigava,  tomando  sua  estadia  em  Summerville  cada  vez  mais estimulante. Afastando  as  cobertas, Poncho  moveu-se  para beira da  cama e sentou-se.
-  Bem,  lamento  desapontá-la, mas eu não  a  detesto. Ele  levantou-se  e  andou  em  direção  a  ela.  Enquanto  Anahi  lutara  para  proteger sua  modéstia  e  ficar  coberta,  poncho não  se  importava  nem  um  pouco  com  a  própria nudez. Ao  vê-lo  se  aproximando,  ela  deu  um  passo  atrás,  mas  poncho  não  a  estava seguindo.   Abaixando-se,  ele pegou sua calça e cueca do  chão.
-  Não  estou  feliz  sobre  o  que  você  fez  -  esclareceu  ele,  vestindo-se  com  lentidão deliberada.  E  não  posso  dizer  que  não  guardo  um  pouco  de  ressentimento  por  isso. Ou  que  não  haverá  momentos  quando  tal  ressentimento  falará  mais  alto  do  que qualquer  outra coisa. Ele  pegou  sua  camisa  amassada  e  vestiu-a,  mas  não  se  incomodou  em  abotoá-la, deixando  o  peito  exposto. Mas  já  cobrimos  esse  terreno.  Esconder Alan de  mim...  Ou  a  gravidez...  Foi errado.  Esse  é  um  tempo  que  não  posso  recuperar.  Uma  experiência  que  não  posso recuperar.  Todavia,  agora  que  sei  que  tenho  um  filho,  as  coisas  irão  mudar.  Eu  me envolverei  na vida dele...  Conseqüentemente,  na sua vida. Anahi  estava  parada  a  poucos  metros  de  distância,  agarrando  o  vestido vermelho  contra  os  seios,  a  fim  de  cobrir  a  parte  frontal  do  corpo.  Aquilo  era  tolo  e inútil,  mas  poncho achou o  senso  de  modéstia  dela  estranhamente adorável.
-  É  melhor  você  aceitar  isso  -  disse  ele.  Quanto  antes,  melhor.   Ela  apenas  permaneceu  parada  ali,  fitando-o.  Os  olhos  azuis  brilhavam,  mas  se era um  brilho  de  medo,  raiva ou  mera confusão,  ele não  podia dizer. Aproveitando  que Anahi  estava  abalada,  poncho jogou  mais  lenha  na  fogueira,  de modo  que  o  fogo  entre eles  continuasse  crepitando.
-  Aqui  vai  algo  que  talvez  você  deva  levar  em  consideração  -  murmurou  ele, cruzando  os  braços  sobre  o  peito. Anahi  não  respondeu.  Mas  inclinou  a  cabeça  e  engoliu  em  seco  visivelmente enquanto  esperava que  ele continuasse. Nós  não  usamos  um  preservativo,  o  que  significa  que  você  pode  estar  grávida  de nosso  segundo  filho. Oh,  Deus. As  palavras de  Poncho  foram como  um  golpe  no  peito  de Anahi, roubando-lhe  o  ar dos  pulmões  e  fazendo-a literalmente tropeçar. O  que  estivera  pensando?  Já  era  ruim  o  bastante  ter  caído  na  cama  de  seu  exmarido  com  tanta  rapidez,  mas  ela  esquecera  completamente  sobre  proteção  de qualquer  tipo.   Nunca  lhe  ocorrera  em  insistir  que  ele  usasse  um  preservativo,  e  uma  vez  que  ela ainda  estava  amamentando,  e  não  tinha  nenhuma  perspectiva  romântica  no  horizonte, não houvera necessidade  para tomar  pílulas anticoncepcionais. Ela  tentou  fazer  contas  de  cabeça,  lembrar  quando  havia  sido  seu  último  ciclo menstrual  e  quando  seria o  próximo,  mas  o  pânico  dificultou seus  pensamentos. E  quanto  ao  fato  de  estar  amamentando  no  peito?  Não  era  mais  difícil  engravidar enquanto  estivesse  amamentando? Deus  faça com  que isso  seja  verdade,  porque  ela  não  podia nem  pensar  na  idéia  de estar  grávida  novamente,  e  de  seu  ex-marido.  Aquilo  era  quase  terrível  demais  para contemplar.
-  Eu não  estou grávida  -  declarou  ela  com  firmeza. Poncho arqueou uma sobrancelha sardônica.
-  Como  você  pode  ter  tanta  certeza?
-  Eu  simplesmente  sei  -  insistiu  Anahi,  colocando  o  vestido  com  movimentos frenéticos.  O  qual  ficou  aberto  até  a  altura  de  seu  traseiro,  porque  ela  não  conseguia subir  o  zíper.  Andaria  para  casa  com  o  vestido  solto,  se  necessário,  mas  se  recusava  a pedir  a ajuda de  Alfonso.  E  o  que  você  estava  pensando?  -  questionou  ela,  começando  a  calçar  as sandálias.  -  Como  pôde  fazer  isso...  Deixar-me  fazer  isso...  Sem  tomar  precauções?  - anahi  lhe  lançou  um  olhar  zangado  e  acusador. Eu  nunca  pensei  que  você  fosse  tão irresponsável. Poncho deu de  ombros,  parecendo  despreocupado. -  O  que  posso  dizer?  Eu  fui  levado  por  sua  beleza  e  paixão,  e  pela  alegria  de estar  com  você  de  novo  depois  de  tão  longa  ausência. Parando  no  ato  de  calçar  a  outra  sandália,  Anahi  inclinou  a  cabeça  e  bufou,  de maneira pouco  elegante.
-  Por  favor  -zombou  ela. - 
É  tão  difícil  acreditar  nisso?  -  perguntou  ele  com  uma  máscara  que  não  revelava suas verdadeiras emoções. Ele  estava  aborrecido  porque  eles  não  tinham  usado  proteção?  Feliz?  Zangado? Excitado?  Confuso?  Nauseado? Porque  ela  estava  nauseada.  E  aborrecida,  zangada  e  confusa.  Não  havia felicidade  ou excitação em  lugar algum de  seu ser. Se  acontecesse  de  ela  estar  grávida  oh,  Deus,  por  favor,  não  permita  que  isso aconteça. é  claro  que  amaria  o  bebê.  Incondicionalmente.  Mas  a  diferença  entre  amar uma  criança  existente  e  amar  a  noção  de  estar  carregando  uma  imaginária, especialmente  sob  tais  circunstâncias,  era  como  a  diferença  entre  preto  e  branco, quente e  frio. Ela  amava  Alan com  todo  seu  coração  e  alma.  Não  o  trocaria  por  nada,  nem mesmo  voltaria atrás  e  desfaria os  eventos  que  tinham  levado  ao  nascimento  dele. Mas  certamente  não  escolheria  estar  grávida  de  novo.  Não  tão  depois  de  ter  tido Alan há  tão  pouco  tempo,  não  sem  o  benefício  do  casamento,  e  não  com  um  homem  de quem  estava divorciada. Já  estava  ligada  demais  a Alfonso,  graças  à  descoberta  dele  sobre  Alan.  Mas  o pensamento  de  estar  ainda  mais  conectada  com  ele  através  de  uma  segunda  criança seria um  pesadelo  se  tomando  realidade. Se  isso  acontecesse,  Anahi  nunca  mais  se  livraria  dele,  nem  mesmo  durante  os curtos  períodos  de  tempo enquanto  ele viajasse  entre Pittsburgh  e  Summerville. Oh,  não,  conhecendo poncho,  ele  faria  alguma  coisa  ridícula  como  se  mudar  para Summerville,  ou  insistir  em  se  casar  novamente  com  ela  e  arrastá-la  para  a  cidade onde  Anahi se  sentira infeliz  no  passado. Não,  não,  não.  Ela meneava a  cabeça  enquanto  olhava ao  redor  do  quarto,  vendo  se tinha esquecido  alguma coisa. Sua bolsa, seu  relógio,  um  brinco...
-  Acho  que  você  subestima  suas  qualidades  -  observou  poncho,  aparentemente  não percebendo  o  tumulto  acontecendo  dentro  dela. Com  sua  pequena  bolsa  na  mão,  Anahi  lhe  lançou  outro  olhar  raivoso  antes  de virar-se  e  marchar  para a  porta  do  quarto  de  hotel. - Anahi!. Sua  mão  livre  estava  estendida  para  pegar  a  maçaneta,  mas  a  voz  em  tom  de comando  a  fez  parar. Ela  não  se  virou  para olhá-lo,  mas  ficou  imóvel,  esperando  que  ele continuasse.
-  Eu  a  vejo  na  padaria  amanhã  cedo,  às  8h  em  ponto.  Certifique-se  de  que Alan esteja  com  você. Um  tremor  a  percorreu,  e  Anahi não  sabia  se  era  pela  aversão  de  ter  de  lidar com  ele  novamente  pela  manhã,  ou  de  alívio,  porque poncho a  estava  deixando  ir  embora agora. Assentindo,  ela  abriu  a porta  e  começou a sair  no corredor.
-  E  eu  irei  querer  saber  assim  que  você  souber  -  acrescentou  ele,  parando-a  uma segunda vez. O  coração de  Anahi disparou no  peito. -  Saber  do  quê?  -  perguntou ela, forçando  as palavras através  da garganta  seca.
-  Se  nós  vamos  ou  não  presentear  nosso  filho  com  um  irmãozinho  ou  uma irmãzinha dentro  de  nove  meses.

Poncho  não  estava  em  Doce  Cabana  quando  ela  e  tia  Helen  chegaram  com  Alan,  às 5h  da  manhã  seguinte. Anahi não  estava  surpresa,  uma  vez  que  ele  combinara

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