capítulo 11

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-  Tem  certeza  que  sua  tia  pode  cuidar  dele  e  da  padaria  ao  mesmo  tempo?  - insistiu  poncho enquanto  eles  passavam  pelas  pequenas  mesas  redondas,  indo  em  direção à porta. Anahi sorriu  e  acenou  para  alguns  clientes  enquanto  passava.  Do  lado  de  fora, pôs  os  óculos  escuros  antes  de  virar-se  para  encará-lo.
-  Não  deixe tia Helen  ouvi-lo  fazer  uma  pergunta  dessas.  Ela  é  capaz  de  jogar  uma assadeira de  cookies  na sua cabeça. Ele  não riu Na verdade,  parecia  realmente  preocupado.
-  Relaxe,  poncho.  Tia  Helen  é  extremamente  competente.  Ela  cuida  da  padaria sozinha,  inúmeras  vezes. -  Mas... - 
E olha  Alan ao  mesmo  tempo.  Nós  duas  fazemos  isso. tia Helen  é  uma  dádiva  dos céus  -  admitiu Anahi. 
-  Eu não  sei  o  que  faria sem  ela. Ou  o  que  teria  feito  sem  ela  quando  se  encontrara 
sem emprego,  sem  marido  e grávida...  Tudo  no  espaço  de  poucos  meses.
-  Então,  vamos  com  o  seu  carro  ou  com  o  meu?  -  perguntou  ela,  numa  tentativa  de distrair  a preocupação de  poncho  com  Alan.
-  Com  o  meu. Anahi acompanhou-lhe  os  passos  enquanto  eles  iam  em  direção  aos  escritórios de  Chavéz Garza,  onde  poncho  deixara  o  Mercedes.  Ela  ainda  estava  com  a  saia  e  blusa que  usara  para  a  reunião  desastrosa  daquela  manhã.  Desejou  agora  que  tivesse  tido tempo  de  vestir  uma  roupa  mais  confortável.  Desejou  especialmente  que  tivesse trocado  os  saltos  altos  por  sapatos  sem  saltos. Poncho,  por  outro  lado,  parecia  totalmente  à  vontade  em  seu  terno  impecável, segurando  o  paletó  sobre  um  dos  ombros,  enquanto  a  outra  mão  descansava  no  bolso da calça. Quando  chegaram  ao  Mercedes,  ele  abriu  a  porta  de  passageiro  para  ela,  antes de  rodear  o  veículo  e  acomodar-se  atrás  do  volante.  Virou-se  para  olhá-la.
-  Você  pode  me  fazer um  favor  antes  de  irmos  para  o  hotel?  -  pediu ele. Anahi  ficou  imediatamente  tensa.  Ela  já  não  fizera  o  bastante?  Já  não  estava fazendo  o  bastante,  simplesmente  aceitando  a  presença  de poncho na  cidade,  quando  o que queria  fazer  era  pegar  seu filho  e  se  esconder nas  montanhas? Ela  também  não  pôde  deixar  de  lembrar  quantas  vezes  eles  tinham  ficado sozinhos  num  carro  no  passado.  Nos  primeiros  encontros,  quando  embaçavam  as janelas  com  sua  paixão.  Depois  de  casados,  quando  uma  simples  viagem  ao  mercado incluía toques  intencionais e  intimidade  confortável. Sabia que ele  lembrava também,  o  que  só  aumentava seu nervosismo.
-  O  quê?  -  Anahi conseguiu  perguntar,  prendendo  a  respiração  para  esperar  a resposta -  Mostre-me  a  cidade.  Ofereça-me  um  rápido  tour.  Não  sei  por  quanto  tempo ficarei  aqui,  mas  você  não  pode  largar  tudo  toda  vez  que  eu  precisar  de  instruções sobre locais. Anahi  exalou.  Certo,  então  o  pedido  dele  não  era  tão  traumatizante  quanto  ela esperara. Na  verdade,  poncho  estava mostrando  consideração. Ela apenas  assentiu com  a cabeça,  e  ele ligou o  carro  e  saiu do  estacionamento.
-  Qual  é  o  caminho? Anahi  levou  um  momento  para  pensar  por  onde  começar,  e  o  que  deveria  lhe mostrar,  mas  Summerville  era  tão  pequena  que  ela  decidiu  que  poderia  lhe  mostrar tudo.  
-  Vire  à  esquerda disse  Anahi -  Iremos  para  o  centro,  e  depois  para  a  área mais  residencial. Acabaremos  na  Hospedaria do  Porto,  sem  dar  muitas  voltas. Muitos  estabelecimentos, poncho identificou  por  si  mesmo.  O  restaurante,  a farmácia,  a  floricultura,  o  correio.  Um  pouco  mais  longe  do  centro,  havia  algumas lanchonetes,  postos  de  gasolina  e  uma  lavanderia.  As  construções  eram
predominantemente casas,  e  havia  saídas  para sítios  e  fazendas. Anahi  lhe  contou  um  pouco  do  que  sabia  sobre  seus  vizinhos,  tanto  sobre  donos de  estabelecimentos  quanto  sobre  alguns  residentes  de  Summerville. Como  flora,  dona  de  Ramalhetes  flora,  que  entregava  uma  única  flor  fresca  em todas  as  lojas  da  Avenida  Principal  todas  as  manhãs,  de  graça.  O  vaso  que  ela fornecera  para  Anahi  ficava  no  centro  do  balcão,  ao  lado  da  caixa  registradora,  e, embora  ela  nunca  soubesse  que  tipo  de  flor  flora escolheria  dar  no  dia,  tinha  de admitir  que  o  pequeno  ponto  colorido  adicionasse  um  toque  de  aconchego  a  cada estabelecimento  comercial  na  cidade. Ou  Sharon,  a  farmacêutica  da  Drogaria  Main  Street,  que  dera  a anahi excelentes  conselhos  pré-natais e  lhe indicara o  pediatra atual. Anahi  tinha  tantos  relacionamentos  próximos  com  muitas  pessoas  na  cidade. Algo  que  nunca  tivera  enquanto  morava  em  Pittsburgh  com  poncho.  Em  Summerville, ninguém  dava  uma  passada  rápida  em  qualquer  estabelecimento  comercial.  Cada  tarefa que  você  ia  fazer  envolvia  paradas  numerosas  para  cumprimentar  amigos  e  conhecidos. E,  embora  ela  nunca  tivesse  sentido  falta  desse  tipo  de  coisa  antes,  sabia  que  sentiria muita  falta  se  isso  deixasse  de  existir  em  sua vida.
-  Você  viu  praticamente  tudo  -  murmurou  Anahi  vinte  minutos  mais  tarde,  após apontar  na  direção  geral  do  hotel  onde  ele  ficaria. 
-  Não  há  muito  mais  para  ver,  a menos  que  você  esteja  interessado  num tour  dentro  da  indústria  de  laticínios. Ele  sorriu. -  obrigado. Mas  acho  que  você  esqueceu alguma coisa. Ela franziu o  cenho,  não imaginando  o  que  poderia ser. -  Não me  mostrou  onde  você  mora  -  ofereceu poncho  numa voz  baixa. -  Você  realmente  precisa  saber?  -  perguntou  ela,  ignorando  a  onda  de  calor  que  o olhar  ardente de  Alfonso lhe causou.

bebê secreto (adptada) ayaOnde histórias criam vida. Descubra agora