de encontrá-la às 8h, e, francamente, podia usar o curto tempo de folga da presença dele. Depois da noite anterior, precisava desse tempo. Desesperadamente. Enquanto ela e tia Helen preparavam a padaria, a fim de abrirem para o café da manhã, Anahi não tentou tirar da cabeça os diversos problemas que estava enfrentando com Poncho. Pela milésima vez, perguntou-se como conseguira se envolver naquela incrível confusão. Sua vida parecia ter se transformado numa novela, e a pior parte era que ela sabia que essas coisas nunca tinham fim. Continuavam para sempre, com os personagens sofrendo cada vez mais situações de suspense e dramas. Bem, ela não precisava de mais drama. Infelizmente, aquelas poucas horas de liberdade abençoada passaram muito depressa. Logo, os madrugadores de Summerville estavam entrando para comprar um café e um croissant a caminho do trabalho, ou para se sentarem e apreciarem preguiçosamente um pão doce com uma xícara de chá. Mesmo antes das 8h, os olhos de Anahi já estavam fixos na porta da frente, esperando que Poncho chegasse. Mas o relógio marcou 8h, e ele não apareceu. Mais dez minutos se passaram, então vinte, e às 8h45, Poncho ainda não tinha aparecido. Anahi devia estar aliviada, mas em vez disso começou a se preocupar. Poncho não costumava se atrasar para nada, especialmente depois de tê-la avisado que a encontraria às 8h, com tanta veemência. Ela trabalhou com um olho no relógio, tentando decidir se deveria ligar para a Hospedaria do Porto, a fim de saber sobre ele. Por volta das 9h30, tinha decidido não somente ligar para o hotel, mas se ele não estivesse lá, pretendia dirigir até o hotel e procurar no quarto de poncho, e chamar a polícia, se necessário. Mas antes que pudesse tirar o avental e pedir que tia Helen cobrisse o balcão da frente, a campainha acima da porta soou, e Poncho entrou um sorriso charmoso no rosto. Por mais que ela tentasse não notar, ele estava magnífico. No lugar do terno usual, usava calça cáqui e uma camisa azul-clara. O colarinho estava aberto, as mangas enroladas acima dos cotovelos. Ele andou através do labirinto de pequenas mesas redondas como se possuísse o lugar, o sorriso se tornando mais predatório quanto mais ele se aproximava da vitrine alta que os separava.
- Bom dia - cumprimentou ele, o tom de voz muito animado para a paz mental de Anahi.
- Bom dia - retornou ela com menos entusiasmo.
- Pensei que você tivesse dito que estaria aqui às 8h. Poncho deu de ombros.
- Precisei fazer algumas tarefas pela manhã. Ela arqueou uma sobrancelha, mas não perguntou que tarefas, porque não tinha certeza se queria saber.
- Você tem um minuto? - perguntou ele. Anahi olhou ao redor, julgando o número de pessoas às mesas, e os poucos clientes diante da vitrine, tentando decidir com que doce arruinariam suas dietas. Assentindo, ela foi em direção à cozinha e enfiou a cabeça através das portas vaivém.
- Tia Helen, pode trabalhar na caixa registradora por um momento? Preciso falar com poncho. Tia Helen terminou o que estava fazendo e saiu, enxugando as mãos na frente do avental, enquanto Anahi removia o seu e pendurava-o no pequeno gancho na parede dos fundos. Helen lançou um olhar cauteloso, quase depreciativo para Alfonso, mas segurou a língua, graças a Deus. Anahi não contara para sua tia o que havia acontecido com Poncho na noite anterior. Ela dera um breve resumo sobre o jantar, agindo como se a conversa deles tivesse girado sobre a padaria e a possibilidade de uma parceria, e tudo tivesse permanecido muito profissional. Mas não mencionara que tinha acompanhado poncho ao hotel, e deixado a situação sair de controle, esquecendo-se até mesmo de tomar precauções para controle de natalidade. Saber da história toda iria apenas aumentar a animosidade de tia Helen em relação a Poncho. Houvera uma época, não muito tempo atrás, quando Anahi dava as boas vindas ao jeito super protetor de sua tia, e apreciava ter com quem conversar sobre tudo que passara antes e durante o divórcio. Mas as coisas haviam mudado agora. Não necessariamente para melhor, mas de maneira que ela não pudera evitar. Alfonso sabia sobre Alan, estava determinado a ser parte da vida do filho, e isso significava que seria parte de sua vida também. Anahi precisava encontrar um meio de ficar em paz com seu ex-marido, no mínimo para impedir que os próximos 18 anos de sua vida não se transformassem num inferno. Para fazer isso, e também manter a paz com a tia, ela devia evitar falar mal de Alfonso. Provavelmente nunca devia ter feito isso, mas estivera tão ferida, tão triste que precisara desabafar com alguém, e chorar no ombro de tia Helen fora perfeito. Poncho parou atrás dela, tocando-lhe o cotovelo gentilmente. Assim que Helen posicionou-se atrás do balcão, Anahi deixou-o liderar o caminho pela padaria e através da entrada compartilhada que levava ao espaço vazio na porta ao lado. Ela pensou que eles fossem usar a área apenas para conversar em particular, e um nó de apreensão se formou em seu estômago enquanto imaginava que tipo de bomba ele jogaria desta vez. Mas em vez de parar no centro do espaço vazio, Poncho continuou andando, puxando-a consigo para frente do prédio e para a porta de vidro que se abria para a calçada.
- Você tem uma chave para esta? - perguntou ele, apontando para a porta trancada.
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bebê secreto (adptada) aya
RomansaMentiras embaladas por canções de ninar. Cara a cara novamente com sua ex-mulher, o milionário Alfonso herrera tem uma surpresa eletrizante além do choque da atração que ainda sente por ela: descobre que é pai. Anahi ficara grávida quando se divorci...