- É claro. De que outra maneira eu saberei onde apanhá-la para jantar? Por mais que Anahi tivesse gostado de discutir com Alfonso sobre a prepotência dele, no final, não se incomodou. Ele tinha o péssimo hábito de conseguir o que queria em quase todas as situações, então, de que adiantava discutir? Ela também decidira que, pelo tempo que poncho se determinasse a ficar em sua vida e na vida de Alan, era melhor ser gentil com ele. Não fazia sentido antagonizá-lo o tempo todo, quando ele potencialmente tinha tanto do futuro dela nas mãos. No momento, tudo que ele parecia querer eram tempo com o filho e informações sobre Alan. Não estava tentando lhe tirar o bebê ou ameaçando tirá-lo mais tarde, mesmo se ambos soubessem que ele estava no seu direito de fazer isso. De ameaçar, não de tirar o bebê de Anahi . Mas se ela estivesse no lugar dele, raiva e traição a teriam feito agir de maneira hostil e ameaçadora. Então, naquela tarde, quando poncho pediu para que ela lhe mostrasse onde morava com tia Helen, Anahi o levara até o pequeno sobrado em Evergreen Lane. Não era grande coisa comparada à propriedade luxuosa onde ele crescera, com quadras de tênis e um quilômetro de caminho ladeado por árvores apenas para chegar ao portão da frente, mas durante o último ano a pequena casa se tornara seu lar. Tia Helen lhe dera o quarto de hóspedes e ajudara a transformar o quarto de costura num quarto para Alan . Também oferecera sua cozinha para as centenas de tentativas e erros com as receitas culinárias, antes que elas tivessem coragem de abrir a própria padaria. Em retorno, Anahi ajudava com a manutenção geral da casa, tinha plantado novas begônias nos canteiros que alinhavam a varanda da frente. E até mesmo ensinara tia Helen o bastante sobre computadores, de modo que ela pudesse enviar e-mails para velhas amigas de escola, que nunca sonhara que poderia contatar novamente. Apesar de Anahi ainda acreditar que jamais poderia pagar a gentileza de sua tia, Helen insistia que gostava da companhia e que estava feliz por ter tanta juventude e atividade na casa novamente. O que, para Anahi, tornava a casinha branca com menos de um acre de área verde mais um lar do que a Mansão Herrera, com seus sinos e luxos, algum dia poderia ser. Respirando fundo, ela olhou-se no espelho do banheiro uma última vez... Embora não soubesse por que se importava com sua aparência. Sim, fazia tempo que não tinha um motivo para se mimar, muito menos duas vezes num único dia. Mas apesar de jeans e tênis ser mais seu estilo ultimamente, poncho já a vira de todo jeito, desde vestida em short e camiseta até em vestidos longos e jóias inestimáveis. Além disso, ela não estava tentando impressioná-lo esta noite, estava? Não, estava tranqüilizando-o. Depois de mostrar-lhe a Hospedaria do Porto, e depois que ele a deixara em Doce Cabana novamente, Anahi tinha terminado seu dia na padaria, fechado o estabelecimento e ido para casa com Alan e sua tia. Enquanto Helen preparava ô jantar para si mesma e mantinha Alan entretido, Anahi fora se arrumar no andar de cima. Não estava se arrumando para Poncho, disse para seu reflexo. Estava simplesmente se aproveitando de um convite para jantar que incluía a chance de parecer mulher, em vez de apenas uma mãe trabalhadora lutando para ser uma empreendedora bem-sucedida. Somente por isso estava usando seu vestido vermelho favorito sem alças, sandálias vermelhas de saltos altos e brincos que imitavam rubis. Estava sofisticada demais para o restaurante mais caro de Summerville, mas não se importava. Talvez nunca mais tivesse a oportunidade de usar aquele traje... Ou de lembrar a Alfonso do que ele desistira quando a deixara ir embora. O toque da campainha fez seu coração disparar. Anahi rapidamente passou outra camada de batom e se certificou de que tinha tudo que precisava em sua pequena bolsa vermelha. No meio da escada, ouviu vozes, e soube que tia Helen havia atendido a porta em sua ausência. Não sabia se estava grata ou nervosa sobre isso; dependia da disposição atual de tia Helen. À base da escada, ela encontrou tia Helen do lado de dentro, uma das mãos na maçaneta. Nenhuma arma ou panela à vista, o que era um bom sinal. Alfonso estava do outro lado da porta, ainda na varanda. Ele estava vestido no mesmo terno cinza-chumbo de antes, agora com o paletó no corpo. Com as mãos unidas atrás das costas, sorria para tia Helen, com todo charme de um vendedor de carros. Ao avistá-la, transferiu o sorriso para Anahi - Oi - cumprimentou ele.
- Você está linda. - Obrigada.
- Eu estava dizendo à sua tia que casa adorável ela tem. Pelo menos do lado de fora - adicionou-o com uma piscadela, provavelmente porque tia Helen não o convidara para entrar.
- Gostaria de entrar? - perguntou Anahi, ignorando a carranca da tia. - Sim, obrigado. - poncho também ignorou a carranca, entrando e passando por tia Helen. Ele olhou ao redor, e Anahi imaginou se ele estava comparando o lugar com sua residência palaciana, possivelmente achando que aquele não era um lugar apropriado para seu filho ser criado. Mas quando Poncho virou-se, sua expressão não continha censura apenas curiosidade.
- Onde está Alan?
- Na cozinha - respondeu Helen, fechando a porta e indo naquela direção.
- Eu estava dando o jantar dele. Poncho olhou para Anahi, antes que eles seguissem Helen para os fundos da casa.
- Pensei que você ainda o alimentasse nos seios. Ela enrubesceu.
- Eu o alimento, mas não exclusivamente. Ele também toma suco, come cereal e uma seleção de papinhas de bebê.
- Ótimo - murmurou ele, observando tia Helen rodear a mesa da cozinha e sentar-se. - Quanto mais tempo a criança mamar no peito, melhor. Isso aumenta a imunidade, dá segurança ao bebê e ajuda no elo mãe/filho.
- E como você sabe disso? - perguntou Anahi , genuinamente surpresa. Alan estava preso a um cadeirão, o rosto e o babador melecados de papinha de bebê, enquanto chutava os pezinhos e batia as mãos contra as laterais de plástico do cadeirão. Sem esperar convite, poncho sentou-se do lado oposto de Helen, inclinando-se para bagunçar os leves fiozinhos dourados dos cabelos de Alan que começavam a crescer. O bebê riu, e poncho sorriu em retorno. - Contrário à crença popular - respondeu ele, não olhando na direção de Anahi eu não me tornei diretor-geral de Corporação herrera apenas por nepotismo. Por acaso, sou rico em expedientes quando preciso ser.
- Deixe-me adivinhar... Você pegou seu notebook e acessou a internet.
- Eu não contarei - replicou ele, sorrindo-lhe. Então, para tia Helen, falou:
- Posso? - indicando a seleção de potinhos com comida de bebê na frente dela. A mulher idosa lhe lançou um olhar que dizia claramente que não achava que ele fosse capaz, mas respondeu:
- Fique à vontade. Poncho pegou a colher de plástico em miniatura e começou a alimentar Alan bem devagar, esperando pacientemente que o bebê engolisse antes de oferecer a próxima colherada. Anahi ficou de pé, observando...
E desejando. Desejando que não tivesse concordado em jantar com poncho naquela noite. Que não o tivesse convidado para entrar. Desejando que esta cena não fosse tão doméstica, tão parecida com o que poderia ter sido. Poncho parecia totalmente à vontade alimentando o filho, mesmo vestido num terno impecável. Ele era também estranhamente bom naquilo, o que ela não esperava de um homem que não tinha passado muito tempo com bebês antes. Quando Alan deixou claro que não queria mais, poncho pôs os potes e a colher de lado e esfregou uma mão na outra.
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bebê secreto (adptada) aya
RomansaMentiras embaladas por canções de ninar. Cara a cara novamente com sua ex-mulher, o milionário Alfonso herrera tem uma surpresa eletrizante além do choque da atração que ainda sente por ela: descobre que é pai. Anahi ficara grávida quando se divorci...