25 - O passeio parte II

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O garoto sequer termina de falar e já estou com a respiração acelerada, balançando a cabeça de um lado para o outro

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O garoto sequer termina de falar e já estou com a respiração acelerada, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Não vou entrar, Ben. Eu não consigo. -Sussurro com o coração batendo quase na minha garganta.

— Ei, não precisa se preocupar, vou estar do seu lado. Você vai ficar bem, eu prometo. -Assegura com convicção, mas o que ele não sabe, é que eu já tentei.

Várias e várias vezes.

Perdi a conta das noites em que peguei a chave do carro dos meus pais escondida e desci até o estacionamento. Ao tentar entrar, sempre me sentia horrível como se fosse ter um mal súbito bem ali no meio do lugar escuro e vazio e só me encontrariam no outro dia.

— Não me obrigue a fazer isso, por favor. -Sussurro com as lágrimas ao borde de ser derramadas.

— Está tudo bem, meu anjo. Não vou te forçar a nada. -Acaricia meu rosto com delicadeza e fecho os olhos instintivamente. — Vamos fazer assim então: eu vou na frente com o carro e você me segue na sua moto, o que acha? -Propõe sério.

— A-acho que é melhor assim. -Suspiro aliviada e seus braços me apertam contra o seu corpo.
Um beijo suave é depositado na minha cabeça antes de nos afastarmos.

Combinamos dele me esperar na saída da faculdade enquanto eu vou buscar minha moto do outro lado do estacionamento.
Não demoro quase nada e quando ele me vê pelo retrovisor, pisca um olho dá partida no carro, fazendo um sinal com a mão para que o siga.

Ele vai devagar para que eu não o perca de vista e por culpa do trânsito de fim de expediente, demoramos quase vinte minutos para chegar ao parque em uma colina elevada da cidade onde é possível ver a enorme quantidade de casas tão distantes como pequenos quadradinhos pintados de cores variadas.

Estacionamos em um lugar sombreado e desço da moto colocando o capacete no guidão.

Me aproximo do seu carro e o ajudo a tirar todas as tralhas que ele trouxe para o piquenique.

— Você tinha razão, a vista daqui é linda. -Respiro fundo sentindo o ar fresco e puro inundando meu sistema.

Benjamin me abraça por trás e apoia o queixo na minha cabeça.

Meu corpo ainda não consegue se acostumar a toda essa sua presença imponente e cada vez que ele me toca, abraça ou beija, fico arrepiada por completo.

— Muito linda mesmo. -Suspira baixinho. — Está com fome? Quer comer algo? -Oferece sem se afastar.

— Ainda não... -Aperto seus braços contra o meu estômago passando uma mensagem subliminar que ele parece entender perfeitamente.

Passamos um bom tempo nessa posição, desfrutando do calor um do outro e aproveitando a vista à nossa inteira disposição.

Não falamos absolutamente nada, mas nesse momento palavras não são necessárias para nos comunicar.
Pelas batidas do seu coração, sei que ele está tão nervoso quanto eu em estar aqui.
E com suas respirações descompassadas, deixa bem claro que está exatamente onde deseja, da mesma forma que eu, mais uma vez.

Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora