O cinema está lotado como era de se esperar para uma sexta feira a noite.
Para otimizar o tempo, decidimos nos separar, então enquanto eu e Brenda compramos as entradas, Beck, Benjamin, Jonah e Matt se encarregam das pipocas, refrigerantes e guloseimas.
Com o clima extremamente abafado, ver um filme em uma sala geladinha graças à quantidade vantajosa de ar-condicionados foi uma escolha óbvia.
Ao chegar, fizemos um sorteio para ver que filme seria visto e tanto minha amiga quanto eu pulamos de alegria quando um romance foi o contemplado.
Nem preciso dizer que os garotos viraram os olhos de uma maneira assustadoramente sincronizada, no entanto, regras são regras. O nome que saísse primeiro seria o designado, sem exceções.
Enquanto fazemos a fila, dou uma olhada no lugar que não visitava há meses.
Depois de que sofri o acidente, entrei em um estado autodepreciativo tão grande que apenas a menção da ideia de sair de casa me causava náuseas.
Na minha mente conturbada, as pessoas zombariam de mim, apontariam para a minha perna defeituosa e gritariam aos quatro ventos como fui uma idiota, embora claramente não tenha feito nada para merecer essa sina.
Ainda bem que meus pais foram contundentes o bastante para não me deixarem desistir das sessões de terapia com a psicóloga.
Se não fosse por isso, eu ainda estaria deitada na minha cama com a mente embaraçada e pensando em como eu era de fato uma inútil.
Graças aos céus essa fase já está enterrada juntamente com a minha baixa autoestima.
Como meu pai diz, sou uma Cross e isso é motivo suficiente para saber que eu posso fazer o que me der na telha, não importa o que os outros digam ou pensem.
— Ei, quem será aquele cara? -Brenda cutuca meu ombro com a ponta do dedo e me viro para tentar entender o que ela está dizendo.
Ao olhar para a direção que ela está apontando, avisto algo no mínimo interessante.
Benjamin está ao lado de um cara que parece saído de um filme de bad boys e não no bom sentido.
Ele diz algo com um semblante tão enfurecido que até penso em ir até os dois e ver o que está acontecendo, no entanto, Brenda segura meu braço e faz um sinal negativo com a cabeça.
Me limito a observá-los de longe sem ser notada.
Benjamin cruza os braços obviamente sem paciência e o cara notoriamente exaltado gesticula com as mãos como se estivesse a ponto de socar o meu namorado.
— O que esses dois tanto conversam? -Murmuro para mim mesma.
— Não sei, mas o seu boy não parece estar muito feliz. -Brenda responde dando de ombros.
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Perigosa Atração
Ficção AdolescenteAlgumas pessoas dizem que o tempo é subjetivo, e confesso que estou completamente de acordo. Para muitos, três segundos passam como um borrão nas suas vidas, um intervalo de tempo tão curto que é quase imperceptível. No entanto, o que não percebem...