Algumas pessoas dizem que o tempo é subjetivo, e confesso que estou completamente de acordo.
Para muitos, três segundos passam como um borrão nas suas vidas, um intervalo de tempo tão curto que é quase imperceptível. No entanto, o que não percebem...
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QUATRO ANOS DEPOIS
— Não corra, meu amor. -Benjamin pega Maya no colo antes que ela acabe caindo na calçada de cimento.
— Vocês andam muito lento, papai! Quero ver o vovô e a vovó logo! -Seus olhinhos astutos observam cada movimento nosso e sorrio ao constatar pela milésima vez, como ela é idêntica ao pai, embora tenha os cabelos vermelhos como os meus.
— Muito bem, vamos caminhar mais rápido se prometer não correr. O que acha? -Ele barganha com a filha e sorrio negando com a cabeça.
— Sabe que ela vai voltar a correr no instante em que colocá-la no chão, não é mesmo? -Sussurro contra o seu ouvido.
— Eu sei... Maya é teimosa como a mãe. -Ele brinca apertando minha cintura, aproximando meu corpo do seu.
— Não sou teimosa, de onde tirou isso? -Levanto uma sobrancelha e meu marido solta uma gargalhada sonora antes de me beijar de um jeito que só ele sabe fazer.
— Sabe, isso é uma das coisas que mais gosto em você. Acho tão sexy... -Diz baixinho mordendo minha orelha e sinto meu corpo inteiro se arrepiar. — Depois que deixarmos Maya com os seus pais, se prepare pois a noite vai ser longa. -Promete e engulo em seco.
— É mesmo? Estou ansiosa por isso. -Enrosco meus dedos nos seus e caminhamos os últimos metros até chegar na portaria do edifício dos meus pais.
Eles se ofereceram para ficar com Maya hoje, já que estavam com saudades e vão fazer uma festa do pijama com a neta, comer besteiras até estufar e ver filmes sobre cachorros policiais até o sol raiar.
Ou pelo menos é isso que me disseram, já que sei que provavelmente os três não vão aguentar muito tempo de farra.
Não consigo sequer chegar a definir o quão feliz sou e como me sinto realizada.
Sei que Benjamin e eu passamos por momentos difíceis antes de finalmente ficar juntos, mas se tem uma coisa que preciso reconhecer, é que ele manteve a promessa que me fez no dia que voltamos.
E o amo ainda mais por isso.
Cada dia é uma aprendizagem e apesar de que nossa vida não é um mar de rosas o tempo todo, eu sei que sempre vou poder contar com ele para o que for, assim como ele me tem ao seu lado, não importa o que aconteça.
Desde o momento em que soube que estava grávida, Benjamin não conseguiu conter a felicidade e é incrível ver como ele se tornou um pai dedicado e saber que seu amor por Maya supera tudo ou todos.
Assim como eu, ele daria a própria vida pela nossa filha, uma ruivinha de olhos puxadinhos que mais parece um furacão em miniatura.
— Chegamos, mamãe! -Sinto um puxão no braço e me abaixo para pegar Maya no colo.
