Capítulo 52 - A Descoberta

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POV Nico.

— O que está acontecendo aqui?!

Eu abro os olhos, acordando instantaneamente ao ouvir a voz de meu pai dentro do meu quarto.

Meu cérebro rapidamente registra a situação na qual me encontro e eu sei que ela não é boa.

Com os olhos arregalados pelo susto, eu me sento dando de cara com meu pai ao lado da minha cama, ele está com os braços cruzados e sua expressão deixa clara sua irritação.

Ao perceber que não estou vestido puxo a coberta tampando a parte de meu corpo que meu pai consegue ver, pois me sinto autoconsciente e constrangido.

Eu olho para Will que também acordou ao ouvir meu pai, seu rosto está pálido como o de um fantasma devido ao susto, ele retorna meu olhar, seu olhar expressa sua preocupação por mim:

Eu me volto para meu pai:

— P-pai... — Eu começo a falar, tentando encontrar alguma coisa para dizer, mas minha mente está em branco.

Meu pai nega com a cabeça me fazendo calar a boca:

— Os dois, vistam-se e me encontrem lá embaixo na cozinha. — Ele diz, antes de se virar para sair do quarto, batendo a porta no processo.

Eu fico encarando a porta, ainda em choque, tentando entender como as coisas chegaram a esse ponto.

Eu sinto a mão de Will em meu ombro, mas eu não reajo, ainda encarando a porta:

— Nico. — Will me chama tentando arrancar alguma reação de mim.

— Nós não trancamos a porta. Como pudemos esquecer de trancar a porta? — Eu sussurro para mim mesmo já a beira do pânico.

Will me puxa para ele e me abraça, eu me derreto em seu abraço, me agarrando a ele tentando buscar forças para enfrentar o que está por vir:

— Não queria que fosse assim. — Eu sussurro para mim mesmo e para Will — Você viu a cara dele? Ele me odeia.

Will me afasta, a intensidade do seu olhar me pega de surpresam, ele segura meu rosto em suas mãos:

— Seu pai só está surpreso. — Ele afirma, intensamente — Vamos tomar um banho, nos trocar e descer para conversar com ele. Ok? Não vamos tentar adivinhar o que ele está pensando. Tudo bem? — Ele diz, acariciando meu rosto tentando me acalmar.

Sua fala me dá alguma esperança de que nem tudo está perdido e eu aceno com a cabeça aceitando suas instruções:

— Respire fundo. — Will diz.

Nós nos arrumamos o mais rápido que podemos, ambos em silêncio.

Ao chegarmos à cozinha vemos que minha mãe e Hazel também estão presentes, junto com meu pai, todos sentados na mesa redonda da cozinha onde normalmente tomamos café da manhã.

Minha mãe me dá um sorriso de encorajamento ao me ver, assim como Hazel. Meu pai mantem uma expressão de seriedade, de quem não está para brincadeiras:

— Sentem-se. — Meu pai ordena.

Will e eu nos sentamos lado a lado, de frente para meu pai, eu podia sentir meu rosto esquentar sob o olhar de meu pai, ele me deixava nervoso e eu estava constrangido pela forma como fomos descobertos.

A minha vontade era abaixar a cabeça e evitar o olhar de meu pai, mas faço um esforço para permanecer de cabeça erguida o encarando bravamente.

Meu pai se inclina para frente encarando a mim e a Will, o pânico começa a tomar conta de mim, mas então sinto a mão de Will segurar a minha por baixo da mesa e seu toque reconfortante me acalma:

Julgando Pela Capa - Solangelo.Onde histórias criam vida. Descubra agora