ִֶָ Som Do Batimento Cardíaco ִֶָ

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(Esta música é para quando tu tiveres perdido alguém que amas)

Chuva.

Havia chuva no ambiente, mesmo que pouca.

Mas a acompanhar a chuva...

... havia lágrimas...

Não vindas de todos os convidados, mas da maioria sim.

Já Aika, apenas se tentava manter neutra, mas a força com que segurava a mão do seu namorado mostrava ao mesmo o quanto ela se sentia mal.

Envolveu-a no meio dos seus braços enquanto ela escondia a cara no seu peito e se permitia desabar, mesmo que minimamente, e Akira encarava a terra que tapava o caixão.

*À umas semanas atrás...*

Aika e Kunimi estavam os dois na sala a ver televisão enquanto conversavam entre si até que os pais da morena a chamaram por terem que falar sobre algo.

Depois de muita enrolação, por não saber como o dizer, o pai decidiu largar a bomba de uma vez.

–Em aproximadamente duas semanas... eu irei morrer.

–Eh? – Aika solta o som de confusão, era como se mesmo que tentasse processar o seu cérebro

–Quando o teu pai estava apagado, o médico pediu para falar comigo, lembraste? – pergunta e Aika acente – Bem, ele explicou-me que havia uma pneumonia, que dantes ninguém sabia da sua existência, num dos seus pulmões antes do acidente e com o impacto do avião e os ferimentos causados a sua resistência piorou. Não te dissemos no concurso porque, estavas tão feliz! Nós não queríamos acabar com isso...

–Eu sinto muito. Parece que o teu super pai não é assim tão forte... – Zachary diz enquanto se perdia em lágrimas.

–Não! Continuarás sempre a ser o meu super pai que consegue ir à lua e vir tão rápido que eu nem consigo perceber – ela diz abraçando-o forte e também a chorar e sente a sua mãe se juntar ao abraço.

–Desculpa Aika... – ele murmura baixinho.

*Mais uns dias depois*

Zachary estava deitado na maca do hospital inconsciente enquanto aquele monitor multiparâmetro de sinais vitais fazia o som de "bip" com grandes pausas enquanto se ia repetindo constantemente.

Aika olhava-o com atenção, como se a sua vida dependesse disso. Estava perdida em pensamentos, mas nem ela se dava conta que pensamentos eram esses. Apenas olhava para ele e pensava em tudo e em nada sentada naquela cadeira que já lá havia e, mas é retirada desse estado hipnótico e leva a sua atenção para a porta de onde vinha o som de batidas.

–Ei~ cheguei. Trouxe húngaros! São os teus preferidos, certo? – Akira diz com um sorriso fraco abanando um saco que tinha em mãos e entrando no quarto.

–Sim, são! Posso comer um? – pergunta aproximando a sua mão do saco e ele afasta-o.

–Antes disso... – ele diz sério e Aika revira os olhos.

Levanta-se e dá-lhe o selinho tão esperado pelo mesmo roubando a saca e volta a sentar-se na cadeira agora a comer os biscoitos.

–Sentes-te bem? – perguntou meio exitante e ele baixa a cabeça abanando negativamente – Não vou dizer que está tudo bem, porque eu sei que não está e que não queres nem ouvir isso, mas... eu estou aqui, okay? Qualquer coisa que eu possa fazer para te alegrar, diz – beija o topo da cabeça da mesma e rouba um biscoito.

–Obrigada...

Mais alguém bate à porta e de lá entra outra pessoa.

–Lamento muito, Aika – Jack diz indo até os dois.

𝑯𝒆𝒂𝒓𝒕𝒃𝒆𝒂𝒕 𝑺𝒐𝒏𝒅, 𝗞. 𝗔𝗸𝗶𝗿𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora