JUST STAY HERE - mike wheeler

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O ESPIÃO

QUANDO MORGAN COLOCOU SUA BICICLETA NO BICICLETÁRIO DO ARCADE, A PRIMEIRA COISA QUE VIU FOI DUSTIN E LUCAS ATRÁS DE UM CARRO. A menina, por mais que quisesse ir falar com os dois e saber o que eles estavam olhando, ignorou o estranho fato e foi andando até a entrada do fliperama. Rapidamente Morgan encontrou Max que se encontrava apoiada próxima da porta, a espera de Morgan.

Morgan resmungou um pedido de perdão dizendo que aconteceu um imprevisto, no qual ela seria incapaz de contar, já que Max nunca acreditaria. Também falou sobre ter se machucado no meio do caminho. A ruiva apenas assentiu, dizendo que não importava e que deviam apenas aproveitar o fliperama, mas claro, Max nunca se esqueceu das palavras ditas por Morgan "Nunca acreditaria". O ar de dúvida e desconfiança de Max sobre a Carter, era grande, mas por hora, ela resolveu que ignoraria.

A tarde havia passado rápido, Morgan e Max puderam ir em quase todos os jogos do fliperama e até mesmo se conhecerem melhor, mas, já no final da tarde, Morgan viu aquilo que não queria ter de ver novamente, aquilo que temia, aquilo que machucava. Então, balançando a cabeça negativamente, saiu correndo do fliperama deixando uma Max confusa para trás.

- Morgan! Espere, o que aconteceu? - Perguntou Max antes que Morgan pudesse sair pedalando por Hawkins.

- Eu queria te contar, mas isso te colocaria em perigo. - Morgan falou olhando para todos os lados para ter certeza de que não havia sido seguida - Preciso ir.

- Que tipo de perigo? - Perguntou Max, mas Morgan já estava longe o bastante para não escutar nenhuma palavra que saía da boca da Mayfield.

Já se perguntaram o que aconteceu para Morgan se atrasar? Digamos que os acontecimentos de seu passado não são as lembranças mais felizes que Morgan tem de sua vida, e bom, quando ela estava no corredor da escola com Max, essas lembranças voltaram a tona após uma rápida ida ao banheiro.

Um garoto de cabelos castanhos estava na saída do banheiro feminino, e não era um garoto que Morgan tinha conhecimento sobre. A menina tentou apenas passar reto pelo mesmo pedindo licença, mas tudo que conseguiu foi ganhar um aperto em seu pulso. Morgan olhou nos olhos do menino sem entender o que ele estava fazendo ou então o que ele estava querendo.

O estranho rapaz virou o pulso de Morgan, de uma maneira delicada, e puxa a manga cumprida da menina, deixando a marca 010 visível para quem quisesse ver, o garoto soltou o pulso de Morgan, assim que a mesma estendeu seu outro braço, o arremessando contra a parede. Já que o mesmo sabia sobre ela, não fazia sentido não se defender, ele podia ser perigoso.

- Você não pode fugir duas vezes dele, ele virá atrás de você e de seu dom. Te desejaria cuidado, mas o que precisa é sorte. - Falou o menino se levantando.

- Ele está morto. - Retrucou Morgan sabendo de quem o menino estava se referindo.

- Eu não teria tanta certeza disso.

- Quem é você?

O menino apenas sorriu, sorriu de um jeito maligno que apenas o papa sorria. Morgan tentou correr mas tudo que conseguiu fazer foi cair e bater suas costas no chão. O menino dominava a telecinese, pelo visto era outro experimento. Morgan não estava gostando daquilo.

Quando a menina conseguiu se recuperar do impacto e se levantar do chão, notou que ela não estava mais na escola, estava em um lugar completamente preto em que havia apenas ela e o estranho rapaz, que agora chorava como uma criança que havia perdido seu doce no parquinho.

- O que você fez? - Perguntou a menina tentando reconhecer o lugar que estava.

- Desculpe. - Soluçou o rapaz - Ele me obrigou. - Falou então jogou Morgan para o lado novamente.

Ele quem? Era o pensamento de Morgan, mas a menina estava suficientemente cansada para pensar em qualquer coisa que não fosse congelar esse rapaz. Morg, então, quando se levantou fez rapidamente com que orbes azuis aparecessem em suas mãos, e com um simples golpe, arremessou as esferas na direção do menino, que imediatamente caiu no chão tremendo de frio. Logo em seguida a menina arremessou o estranho para o lado esquerdo de toda aquela escuridão e em seguida para o lado direito, isso antes da menina se abaixar no chão, fechando os olhos desejando que voltasse para sua escola.

Quando Morgan abriu seus olhos, sentiu um líquido vermelho e quente escorrer pelas suas narinas, e observou o menino jogado, desacordado, no chão da escola, próximo ao banheiro feminino. Antes da menina sair correndo, aproveitando a vantagem do menino não estar acordado, precisava tirar uma de suas dúvidas, e quando puxou a manga da blusa do garoto para cima, sua boca formou um perfeito "O".

Era 013. O espião.

Morgan sempre soube que alguns dos experimentos de papa não eram bons, como ela, a menina sabia que seu papa tinha um filho real, e se sua memória não estivesse falha, chutaria que esse era 013. O garoto era o pior dos experimentos, só conseguindo agir quando seu pai estava em seu comando, e pelo visto era isso que havia acabado de acontecer, já que o mesmo havia dito que "ele" o obrigou a atacar Morg.

Morgan rapidamente saiu correndo da escola e foi logo pegar sua bicicleta, quando a garota estava do lado de fora do lugar, teve a impressão de que estava sendo seguida. Essa estranha sensação perseguiu Morgan por duas horas seguidas, o que fez a menina rondar Hawkins completa e mais um pouco. Ao chegar em sua casa e se certificar de que não havia nenhum experimento a seguindo, a menina entrou e finalmente pode respirar e tentar se acalmar.

Era muita coisa para engolir, Morgan não aceitava o fato de Papa e 013 estarem vivos, não aceitava o fato de poderem saber que Morgan estava em Hawkins, e o pior de tudo, quando Morgan estava saindo do Arcade, avistou 013 nas redondezas. A menina não conseguiu pensar em outra solução a não ser fugir, afinal, quem acreditaria que um experimento marionete de seu pai maligno estava atrás dela? Seria considerado bobagem para muitos moradores de Indiana, bem, muitos com exceção do pequeno grupo o qual costumava passar horas jogando D&D.